A Imprensa, o Comércio Exterior e o Coronavírus. Corona quem?

Até o carnaval, pasmem, perdeu espaço no noticiário brasileiro para o Coronavírus ou o Covid-19. 

Ainda não se pode cravar nada sobre os desdobramentos e consequências do problema. Os EUA e Israel já sinalizam agora com uma vacina. Vamos ser prudentes.

A Imprensa já atingiu seu objetivo de alarmar a população sobre o problema. Cabe agora à sociedade aumentar os cuidados de higiene pessoal, às autoridades de saúde cumprirem seus protocolos internacionais e à Imprensa noticiar a melhor e a mais importante informação do dia. Vamos mudar as manchetes, os títulos da capa.

Estudo chinês comprova que a taxa de mortalidade geral de Covid-19 é de 2,3%. Temos um único caso confirmado no Brasil. A maioria dos casos fatais foi de pessoas com mais de 60 anos e/ou com doenças pré-existentes. Ainda segundo o estudo chinês, a taxa de mortalidade varia muito de acordo com a faixa etária. Entre pessoas com menos de 40 anos, por exemplo, a taxa é de 0,2%, mas ela aumenta para 14,8% entre aqueles com mais de 80 anos. Não houve nenhuma morte em crianças com menos de 10 anos.

O Coronavírus deve se espalhar pelo País, mas não há motivo para pânico.

Quer falar de morte. De sensacionalismo. Temos dados maiores. Muito maiores.

O Ministério da Saúde no Brasil acredita que 135 mil pessoas vivem com HIV no País e não sabem. No mundo, são mais de 9 milhões de pessoas que já contraíram a AIDS sem saber, segundo a organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 2018, 43,9 mil casos novos de HIV foram registrados no Brasil. São mais de 120 casos por dia. Foram 11.000 mortes, neste mesmo período, segundo ainda o Ministério da Saúde. Em uma conta simples, chegamos a mais de 30 mortes por dia.

Querem mais. Olhem para outras causas de morte no mundo, como as provocadas por acidente de trânsito que atingem 1 milhão e 350 mil pessoas por ano, além de 50 milhões de feridos. Isso sim é uma “epidemia”.

Sempre dou o exemplo quando cai um avião. Noticiam um mês (ou mais) sobre a queda e buscam motivos e culpados. Esquecem que o trânsito mata 5 pessoas por hora (isso mesmo – por hora) no Brasil e custa R$ 3 bilhões ao SUS.

Poderia continuar com dados alarmantes…fome…dengue…zika vírus…

A mobilização é necessária, mas convido vocês à reflexão.

Será imperativo esse tratamento que a Imprensa permanece imprimindo ao caso e no abalo que se imagina na economia? 

Tudo isso pode retardar a retomada do comércio mundial. Por aqui, a fatia de comércio exterior do PIB brasileiro é relativamente baixa. O Brasil participa com cerca de ínfimo 1% do comércio internacional. 

Estamos um pouco mais blindados.

Internamente nenhuma empresa parou ou ninguém deixou de trabalhar por conta do vírus.

Os profissionais de imprensa, Jornalistas, investigativos que são, deveriam ser um pouco mais estudiosos e responsáveis com suas notícias alarmantes e sensacionalistas. Deveriam focar em dados comparativos e colher as melhores notícias do dia para sua audiência. Pedi licença aos nossos Jornalistas e Articulistas – estes sempre éticos e cuidadosos – e como Publisher do Portal LogNews, estou fazendo isso aqui hoje.

Alguns especialistas em Comércio Exterior esperam que o nível de produção da China seja retomado em março. Aos poucos a China retoma boa parte das atividades econômicas, e algumas fábricas já se encontram abertas. 

Como bom exemplo, as exportações de carnes brasileiras – apesar de atrasos no tempo de trânsito – não foram afetadas, conforme manifestado por frigoríficos brasileiros, através de entidades como a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), nesta quinta-feira, 27/02.

Os mercados americanos e europeus continuam ativos e abertos. Por fim, a OMS confirmou a redução de casos do coronavírus na China e elogiou a reação do país. 

Subestimar ou superestimar os efeitos do coronavírus também varia de acordo com o seu veículo de comunicação preferido. Fica a dica.

Apenas uma coisa parece certa: deve ter gente ganhando muito dinheiro com máscaras e álcool gel…e trabalhando bastante no WhatsApp.

Menos “coronas” e mais filtros na comunicação. 

Como diz um meme famoso, que viralizou através de uma menininha: “Chega….deu por hoje!

Por Nilo Peralta – Diretor da GPA+ Comunicação e Marketing e Publisher do Portal LogNews