“Aeroportos do Futuro” e “AeroBrasil” se juntam a GRU Aiport e ABV na administração de aeroportos brasileiros

Vencedores de Leilão citam potencial de crescimento de Galeão e Confins.
Governo Federal arrecadou R$ 20,8 bilhões com concessões de novos aeroportos

Os representantes dos consórcios vencedores do leilão de concessão de Galeão e de Confins destacaram o potencial de crescimento e exploração de novas receitas nos aeroportos.

“Vamos tratar o aeroporto do Galeão como se fosse a nossa casa. Ele vai estar dentro daqueles melhores operados no mundo”,  afirmou Paulo Cesena, diretor da Odebrecht Transport, representante do Consórcio Aeroportos do Futuro, destacando que a operadora parceira Changi já foi eleita a melhor do mundo sucessivas vezes.

Cesena disse que a decisão pelo valor do lance de R$ 19,018 bilhões para Galeão foi resultado de estudos de “anos e anos” das empresas que formam o consórcio e na confiança que eles têm na capacidade de crescimento do aeroporto.

“Veja o nível de crescimento da atividade econômica que o Rio de Janeiro está passando.

O aumento de nível de renda em torno do Rio de Janeiro”, disse, acrescentando a quantidade de voos internacionais. “A previsão de maior rentabilidade ao negócio que está no lance que fizemos”, afirmou.

Com relação aos 60 milhões de passageiros por ano previstos para Galeão ao final de 2038 (quando termina a concessão), o executivo informou que o consórcio acredita que “possa ser um pouco mais”. Disse também que os 10 mil metros quadrados estimados para ampliação de serviços possam se transformar em 60 mil. “A grande visão que temos no que tange ao Galeão é seu potencial de crescimento futuro”.

“Vamos assinar com a Anac uma série de intervenções obrigatórias, fundamentalmente o que a gente deve procurar também, é num plano de ação imediata, fazer coisas pequenas que tornem o aeroporto um local confortável e seguro”, acrescentou.

No aeroporto administrado pela operadora Changi em Cingapura existe até um tobogã de 40 metros. Questionado sobre a possibilidade de replicar o “brinquedo” no Rio, o presidente da Changi, Lim Song, afirmou que existem provavelmente outras coisas a serem feitas em primeiro lugar no Galeão, mas que a ideia poderá ser avaliada. Segundo ele, a escorregador gigante tem demonstrado ser uma “experiência interessante e desestressante”.

 

Confins – Leonardo Viana, diretor de novos negócios da CCRx, representante do consórcio AeroBrasil, que arrematou Confins, destacou o potencial de crescimento do aeroporto na área de cargas.

“Existe muito espaço, muita oportunidade para que a gente possa avançar. Estamos considerando todas as premissas de investimento que o governo de Minas está se propondo a fazer na região”, afirmou. Ele também destacou a qualidade e experiência do operador parceiro, que já atua em Zurich e Munique.

Ele também destacou o potencial de crescimento da região, lembrando que o estado de Minas Gerais é o segundo mais populoso do Brasil. Ele chegou a deixar subentendido a possibilidade da existência de voos internacionais direto de Confins. “Temos certeza que o aeroporto de Confins tem uma perspectiva muito grande (…). Hoje o mineiro tem que se deslocar para Rio e São Paulo para fazer um voo internacional.”

Questionado posteriormente sobre quando seria possível oferecer esses voos internacionais, contudo, Viana disse que “isso é um trabalho que não depende exclusivamente do aeroporto, mas que depende também das companhias. Vai depender do interesse dessas companhias, porque o passageiro já tem”.

Viana citou também que o consórcio está considerando premissas de investimento que o governo de Minas está fazendo na região e a previsão é que se transforme numa “aerotrópolis’.

Com relação a investimento, contudo, ele exemplificou aqueles que já são previstos no contrato. “Os investimentos programados para Confins são acima de R$ 3 bilhões, em duas etapas, uma até 2016, com grandes investimentos, como pontes de embarque, pátio para 44 aeronaves [entre outros]. Essa é a primeira fase. E uma segunda fase, com prazo para terminar até 2020, com a construção de uma nova pista”, afirmou.

 

Leilão de aeroportosA terceira rodada de concessões de aeroportos brasileiros garantiu ao governo Dilma Rousseff uma arrecadação total de R$ 20,8 bilhões – o que representa um ágio de 251,74% em relação ao mínimo fixado pelo governo, de R$ 5,9 bilhões.

O aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, foi arrematado por R$ 19 bilhões (ágio de 293,91%) pelo consórcio Aeroportos do Futuro. Já o de Confins, em Minas Gerais, foi arrematado por R$ 1,82 bilhão (ágio de 66%), pelo consórcio AeroBrasil. Os lances mínimos eram de R$ 1,096 bilhão para Confins e R$ 4,828 bilhões para o Galeão.

O prazo de concessão será de 25 anos para o Galeão e de 30 anos para Confins. Pelo modelo adotado pelo governo, a Infraero – estatal responsável pela administração dos aeroportos federais – será sócia do consórcio vencedor com 49% de participação.

 

Vencedores

O consórcio Aeroportos do Futuro é composto pela Odebrecht TransPort Aeroportos S.A., com 60% de participação, e pelo operador Excelente B.V. (cujo titular é a Changi, operadora do aeroporto de Cingapura), com participação de 40%.

Já o consórcio AeroBrasil, que arrematou Confins, é formado pelas empresas Companhia de Participações em Concessões CPC, que é controlada pela CCR (75%), Zurich Airport International AG (24%) e Munich Airport International Beteiligungs GMBH (1%).

Ao todo, cinco consórcios participaram do leilão realizado nesta sexta-feira na sede da Bovespa, em São Paulo. Foram apresentadas cinco propostas para o Galeão, e três para Confins. Na fase viva-voz, apenas Confins teve novas propostas apresentadas.

 

Iniciativa privadaO processo de entrega da infraestrutura aeroportuária brasileira à iniciativa privada teve início em agosto de 2011, quando foi leiloada a concessão para construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte.

São Gonçalo foi arrematado pelo consórcio Inframérica – o mesmo que depois venceria o leilão do aeroporto de Brasília –, com proposta de R$ 170 milhões e ágio de 228,82% em relação ao mínimo exigido pelo governo para a outorga.

Já em fevereiro de 2012, o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília rendeu ao governo R$ 24,5 bilhões, ágio médio de 347% em relação à soma dos lances mínimos para os três, de R$ 5,477 bilhões. No total, 11 consórcios participaram da disputa.

O maior ágio foi do aeroporto de Brasília, que obteve oferta de R$ 4,51 bilhões pelo Consórcio Inframérica, com lance 673,39% sobre o preço mínimo. Em segundo lugar ficou o de Guarulhos, com ágio de 373,51%, oferecido pelo Consórcio Invepar ACSA, cuja proposta foi de R$ 16,21 bilhões. O Consórcio Aeroportos Brasil arrematou o de Campinas, com oferta de R$ 3,821 bilhões, 159,75% acima do preço mínimo.

 

Fonte: Com informações do G1

 

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