Balança comercial tem melhor resultado para junho em três anos

No último mês, exportações superaram importações em US$ 2,36 bilhões. No 1º semestre, déficit somou US$ 2,49 bilhões, com melhora sobre 2013.

A balança comercial brasileira se recuperou em junho. No mês, as exportações superaram as importações em US$ 2,36 bilhões segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). É o melhor resultado mensal deste ano e, também, o maior superávit para meses de junho desde 2011 (+US$ 4,42 bilhões) – ou seja, nos últimos três anos, segundo a série histórica do ministério, que tem início em 1994.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, o saldo comercial ainda ficou no vermelho Exportações e importações No mês passado, as exportações recuaram 3,2% na comparação com junho de 2013, para US$ 20,46 bilhões – com uma média diária de US$ 1,02 bilhão (a maior do ano).

Segundo o governo, a melhora nas exportações em junho está relacionada com as vendas de produtos básicos, que registraram crescimento de 9,5% sobre o mesmo mês de 2013. As vendas externas de manufaturados e semimanufaturados recuaram, respectivamente, 19,3% e 1,9% nesta comparação.

Ao mesmo tempo, as compras do exterior somaram US$ 18,10 bilhões em junho deste ano, com queda de 3,8% sobre o mesmo mês do ano passado. A média diária ficou em US$ 905 milhões – a menor desde fevereiro deste ano.

No caso das importações, houve queda de aquisições bens de capital (17,7%), de bens de consumo (10,5%) e matérias-primas (6,6%), enquanto subiram as compras do exterior de combustíveis e lubrificantes (43,3%), informou o governo.

Primeiro semestre -Apesar da melhora do saldo comercial em junho, os números do governo mostram que, no acumulado do primeiro semestre deste ano, o saldo comercial ainda ficou no vermelho, ou seja, com mais importações do que vendas ao exterior.

Nos seis primeiros meses deste ano, foi contabilizado um déficit de US$
2,49 bilhões na balança comercial brasileira. Isso representa uma melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o saldo negativo das transações comerciais com o exterior havia sido maior: US$ 3,07 bilhões.

De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, apesar da pequena melhora no resultado comercial do primeiro semestre, frente ao ano de 2013, ele foi o terceiro pior para o período de toda a série histórica, que tem início em 1994. Foi melhor, também, que 1995 (-US$4,22 bilhões). “O saldo comercial manteve-se negativo, mas foi melhor do que no ano passado. Temos uma perspectiva que vamos fechar o ano com um saldo positivo. Esse é um ano ainda de difícil recuperação da economia mundial. Há um comportamento bastante estável da balança comercial no semestre, o que é muito bom nesse quadro geral”, avaliou o ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges.

No primeiro semestre deste ano, as exportações somaram US$ 110,53 bilhões, com média diária de US$ 906 milhões, uma queda de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 113 bilhões, o equivalente a US$ 926 milhões em média por dia útil, com recuo de 3% sobre o mesmo período de 2013.
Resultado de 2013 e previsões para este ano Em 2013, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000, quando houve déficit de US$ 731 milhões.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.

A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de pequena melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 2 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

Já o BC prevê um superávit da balança comercial de US$ 5 bilhões para 2014, com exportações em US$ 245 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 240 bilhões