A moda agora é cabotagem. Será? Por Valdir Santos

Proponho fazermos uma reflexão sobre o momento em que se discute a cabotagem no Brasil e não se observa a outra ponta da linha, que é o transporte rodoviário de carga.

A cabotagem, em evidência nos noticiários recentemente, tem na sustentabilidade sua maior aliada contra o modal rodoviário.

Convoco os leitores deste artigo a avaliarem o binômio: Cabotagem X Transporte Rodoviário, sob os aspectos de sustentabilidade.

Ora, o conceito de sustentabilidade é baseado no tripé econômico, social e ambiental e visa atingir efetivos resultados nessas três dimensões. Este posicionamento empresarial é cada vez mais valorizado pelas pessoas envolvidas no processo (acionistas, colaboradores, clientes e a própria comunidade). Esta nova visão ambiental e social passa a ser um fator determinante para o sucesso das empresas.

Agora vejamos o perfil do modal de transporte, que pode ser verificado com o levantamento realizado pelo Registro Nacional de Transportador Rodoviário (RNTRC) que registrou uma “população” de quase 2,15 milhões de caminhões em 2014 distribuídos em 45% autônomos, 54,2% empresas e 0,8% cooperativas. A idade média da frota é de cerca de 8,8 anos para empresas 10,6 para cooperativas e 16,7 anos para autônomos.

Alguns dados sugerem que o transporte de carga foi responsável por cerca de 6,5 % do PIB do Brasil em 2006. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no levantamento anual de 2008 do setor de serviços estimou que a indústria de transporte gerou R$ 100 bilhões em receita líquida. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, 2014) estimam que a frota de caminhões é composta por mais de 574 mil empresas, entre eles quase meio milhão de proprietários-operadores independentes, 87 mil empresas e 256 cooperativas. De acordo com o World Bank (2011), o Brasil já é o quinto maior país a nível mundial em termos de vendas de veículos pesados e continua em crescimento no segmento de caminhões.

O transporte de carga, portanto, não é apenas um integrante essencial de uma economia industrializada moderna, é também importante fonte de emprego, sustento de famílias, gerador de riquezas e de divisas para o País.

Diante disso, vemos que não se pode falar em sustentabilidade só abordando a questão ambiental, bandeira de defesa daqueles que incentivam a cabotagem no Brasil.

E os aspectos sociais e econômicos? Uma mudança na matriz de transporte neste momento causaria impactos relevantes no País. Principalmente, em tempos de crise.

O nosso conteúdo, nesta oportunidade, maior argumentação acima, foi sob os aspectos econômicos e sociais. Mas, a sustentabilidade, na visão ambiental, também vem recebendo grandes investimentos do setor de transportes rodoviário, como o enquadramento das empresas nas leis ambientais e os ajustes aos combustíveis alternativos. Esse é também um ótimo tema, porém para discorrermos com calma em outra oportunidade.

Pra finalizar, lembramos que a cabotagem ainda possui desvantagens na competição com o transporte de carga em rodovia com trajeto inferior a 1.500 quilômetros. Sem falar na morosidade em alguns portos, principalmente com processos burocráticos com a Receita Federal, neste caso em quaisquer distâncias percorridas.

Enfim, a cabotagem pode até contribuir para complementar o transporte da carga no Brasil no futuro. Mas, não pode ser “modinha”. São estudos mais complexos sobre questões econômicas, de infraestrutura e cultura.

Afinal, como todos sabem, a moda passa…

 

*Por Valdir Santos – é Presidente da

Transportadora ASA EXPRESS

www.asaexpress.com.br

Dica da Semana – Riyad – Carré de cordeiro ao pesto amarelo

Saboroso carré de cordeiro ao pesto amarelo. Acompanha arroz árabe.

Esta é a “dica da semana” do Portal GPA LogNews para a comunidade de comércio exterior e logística de Campinas e Região para conhecer o Restaurante da Cozinha Árabe: Riyad.

O endereço é Rua Antonio Lapa 382 (esquina com Barreto Leme) – Campinas (SP). O telefone é (19) 3254-3458

O Riyad possui também Espaço Kids, Espaço Eventos. Confira!

Movimento grevista atinge somente cerca de 5% na importação das cargas em Viracopos e Guarulhos

parametrização 5As cargas que chegam ao País proveniente do exterior recebem um tratamento chamado de parametrização, como o nome sugere, são parâmetros ou uma espécie de separação de carga aleatória que receberá fiscalização ou não. O segundo caso, sem fiscalização, se enquadra no chamado “canal verde”, que incide em 92% das carga em Guarulhos – conforme informações do GRU Airport – e cerca de 95% das cargas importadas que chegam em Viracopos, segundo a Receita Federal.

Em função disso o impacto é menor, porém ainda reflete por quem opta pelo modal aéreo, que significa que o embarcador quer velocidade para receber ou entregar a sua carga.

Mas, o transtorno fica potencializado quando olhamos as circunstâncias do País e do momento em que vivemos, como explica Elson Isayama, diretor do Sindasp – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo. “A todo momento temos tido noticias que prejudicam ainda mais o desenvolvimento de um ano já problemático. A crise econômica ainda se agrava mesmo com alguns comentários de que a indústria já chegou ao chamado fundo do poço e nos despachantes aduaneiros como provedores de serviço sofremos os reflexos de forma retardada por isso ainda teremos pela frente nosso fundo do poço”, avalia Isayama.

Segundo o representante do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da receita Federal do Brasil (Sindifisco) em Viracopos, Bruno Osório, serviços como fiscalização (liberação de importados e exportados), restituição, habiltação no sistema do comércio exterior (pelo qual empresas registram as declarações de importação), foram afetados com redução a 30% da capacidade.

Segundo Osório, que trabalha há nove anos como auditor em Campinas, as mercadorias que estão com atraso são as que possuem restrições (por dados inconsistentes das declarações, informações erradas ou produtos suspeitos) e, por isso, precisam ser verificadas fisicamente. “Essas cargas correspondem a cerca de 5% do fluxo do terminal. As demais mercadorias, 95%, são liberadas automaticamente, por não ter restrições”, conclui Osório.

Questionado sobre os números em Viracopos, Isayama, diretor do Sindap informou que “os números dependem de cada fiscal, porém o que temos é a conferência de 5 processos às segundas, quartas e sextas e depois de conferido, pode levar alguns dias para liberar”.

PNE pode sofrer impactos com ineficiência dos órgãos anuentes nos Portos, EADI’s e Aeroportos?

Anselmo Riso_Ciesp-Campinas_credito_Roncon&Graça ComunicaçõesO PNE – Plano Nacional de Exportação – defendido por especialista como um dos principais caminhos para combater a crise econômica – será o tema da 12ª edição do Happy Comex, encontro semestral com executivos de comércio exterior de Campinas e Região.

Diante de problemas do comércio exterior como os recentes atrasos na liberação de carga pela Anvisa e a greve da Receita Federal em andamento, podem causar impactos no PNE?

Essa e outras dúvidas estarão em um overview dos desdobramentos do Plano será apresentado por Anselmo Riso, diretor de Comércio Exterior do CIESP Campinas, mostrando o trabalho em andamento na FIESP sobre o tema.

O evento é exclusivo aos convidados, portadores de convite VIP. Anote em sua agenda!

O patrocínio é da ELOG, Panalpina, Sindasp e ABV (Viracopos). O Apoio é do CIESP / Campinas.

Ficha Técnica

12º Happy Comex
Data
: 23 de setembro de 2015 – quarta-feira

Local: Catedral do Chopp – Campinas (SP)
Horário: 18h às 22h
Tema – OVERVIEW: RESULTADOS E DESAFIOS – PLANO NACIONAL DE EXPORTAÇÃO
Apresentação: Anselmo Riso – Diretor de Comércio Exterior do CIESP Campinas e External Affairs, Governmental and Political Relations da

INFORMAÇÕES: (19) 3383-3555

Foto: Crédito Roncon&Graça Comunicações

 

ABV e Sindasp avaliam greve da Receita Federal em Viracopos

viracopos em ala finalNo Aeroporto de Viracopos, um dos maiores centro cargueiros do Brasil, são cerca de 100 fiscais da Receita Federal. O terminal de cargas de Campinas, interior de São Paulo, está em primeiro lugar no Brasil em importações e ocupa a segunda posição em exportações, só perdendo para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP).

O Sindasp se manifestou citando alguns impactos do movimento grevista em Viracopos, através de seu diretor local, Elson Isayama, “A mão do estado deve regular questões como essa, porem para nossa infelicidade temos tido também um grande problema político e definições do congresso acabam prejudicando ainda mais o cenário do comercio exterior brasileiro”.

Em Nota divulgada pela ABV, “o Aeroporto Internacional de Viracopos preparou um esquema especial para otimizar as operações do Terminal de Cargas. Entre as ações planejadas estão o remanejamento de equipes e o plantão gerencial. O objetivo é minimizar os impactos aos clientes”.

Ainda para o Sindasp, ninguém discute a legitimidade de ações como a greve da receita federal ou de outros órgãos do governo como a justiça, o problema e o momento. “Quando todos precisamos nos dar as mãos em busca de uma rápida melhora no cenário econômico, mas insisto que exatamente os políticos que deveriam gerar a isonomia que nossa constituição determina, acabam gerando cada vez mais subdivisões seja de categorias funcionais, seja de benefícios a determinados setores da economia”, conclui Isayama.