BNDES abre linha de R$ 20 bi para pequenas e médias empresas

Em mais uma tentativa de estimular o crescimento, o governo decidiu “repaginar” uma linha de crédito do BNDES para financiar o capital de giro de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). A modalidade, que contará com R$ 20 bilhões do caixa do banco, poderá ser contratada pela internet a partir de segunda-feira e ficará disponível por um ano. Ela terá um custo mais baixo, devido a spreads bancários reduzidos.

O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, insistiu que a modalidade é nova e antiga foi descontinuada. “É uma nova linha, é operacionalmente diferente. Estamos anunciando novo recurso”, disse. Segundo ele, na versão antiga o programa destinava apenas R$ 4 bilhões às MPMEs por ano. O governo prevê que 200 mil clientes usem a linha de crédito e peçam m valor médio de R$ 100 mil cada.

A nova linha integrada ao BNDES Online (nova plataforma eletrônica de crédito do banco) vai simplificar a contratação, permitindo a oferta de crédito por meio dos aplicativos dos bancos para celulares. O BNDES terá condições de aprovar as operações em cerca de três segundos e o recurso ficará disponível na conta do cliente inicialmente em 48 horas e, “em breve”, em 24 horas.

Segundo o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, o spread bancário teve uma redução de 30%, passando de 2,1% para 1,5%. “Estamos reduzindo para 1,5% e gostaríamos de convidar mais instituições para acompanhar”, disse.

O prazo máximo da nova linha é de 60 meses. A taxa de juros depende do porte da empresa. Se tiver faturamento até R$ 90 milhões, será cobrada a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais remunerações do BNDES e do agente financeiro. Mas se o faturamento variar entre R$ 90 milhões e R$ 300 milhões, a correção do empréstimo corresponderá a 50% da TJLP e 50% da Selic mais remunerações.

Para empresas com faturamento acima de R$ 300 milhões, o custo será correspondente à taxa de mercado, mais as remunerações. Oliveira frisou que não há subsídio adicional do Tesouro Nacional. “É recurso que o BNDES tem hoje em caixa.”

O governo espera que os R$ 20 bilhões a serem liberados ajudem na retomada da economia. “O crédito para empresas ainda não recuperou o terreno positivo e essa linha de crédito vem para esse ponto de inflexão. Toda a demanda está se colocando sobre as empresas e elas precisam de capital de giro para retomar a produção e dar atendimento a essa demanda.” 

Fonte: Valor Econômico