Bosch investirá 100 milhões na América Latina

stage_company_982x350_brasil_w982“Mesmo com ambiente econômico desfavorável, estratégia da empresa é de longo prazo”, diz Besaliel Botelho, presidente da Robert Bosch América Latina

Reafirmando a política da empresa, que já investiu mais de R$ 2,2 bilhões em suas operações na América Latina na última década, o presidente da filial brasileira do Grupo Bosch revelou o plano de investir R$ 100 milhões neste ano na região. O valor será destinado principalmente para a modernização de suas linhas de produção e na melhor capacitação de sua cadeia de fornecedores.

O Grupo Bosch, composto pela Robert Bosch GmbH e 360 subsidiárias e empresas regionais, presente em aproximadamente 50 países, cresceu 6% mundialmente no ano passado, com vendas de 49 bilhões de euros. “O maior crescimento foi nas operações asiáticas. Não podemos deixar de ser competitivos e para isto vamos continuar investindo”, afirmou Botelho.

Preocupado com a crise do setor automobilístico no Brasil, que levou vários fornecedores locais a reduzir investimentos e mesmo a encerrar as atividades, a Bosch selecionou 25 empresas em parceria com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para um programa que visa aumentar a competitividade dos fornecedores. Para estes parceiros a empresa disponibiliza recursos e conhecimento em três áreas fundamentais de gestão de negócios: lean management (uma abordagem para a redução de desperdício e aumento de flexibilidade e agilidade das operações), liderança e gestão de custos e finanças.

Além disto, a empresa mantém seu comprometimento com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), investindo mundialmente 5 bilhões de euros em 2014 e solicitando cerca de 4.600 patentes. No Brasil, o investimento em P&D gira em torno de 3,5% do seu faturamento.

Com 85% de sua receita de R$ 4,9 bilhões na região concentrado no Brasil, onde a empresa dispõe de 10 plantas industriais, e com forte dependência do setor automotivo, responsável por 2/3 de suas vendas, os negócios da empresa no ano passado foram afetados desfavoravelmente pelo cenário econômico brasileiro e as previsões para este ano também não são animadoras. “Por outro lado, os setores de Bens de Consumo, Energia e Tecnologia Predial e Tecnologia Industrial se mantiveram como os principais impulsionadores dos negócios da empresa na América Latina”, ressaltou Botelho.

A meta para a região é dobrar o faturamento em um prazo de cinco anos. “Hoje existe uma demanda comercial forte, principalmente dos países da Aliança do Pacífico. Mas, devemos concentrar os investimentos industriais no Brasil, de onde exportamos 22% de nossa produção. Ao contrário do mercado brasileiro, muito protecionista, países como Chile, Colômbia e Peru são mais abertos ao intercâmbio comercial”, concluiu Botelho.