99% das Indústrias utilizam transporte rodoviário e 67% apontam infraestrutura das rodovias como principal gargalo, diz Pesquisa CNI

Apenas trinta e oito por cento das indústrias trocariam o frete rodoviário por outro tipo de transporte, caso houvesse iguais condições estruturais entre os modais. Pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre infraestrutura mostra, ainda, que as ferrovias seriam a primeira alternativa para 28,5% dos industriais brasileiros para transferir suas operações de escoamento de produtos. Só não o fazem porque avaliam que hoje o setor ferroviário apresenta as piores condições entre os tipos de transportes – 31% consideram esse modal ruim ou péssimo.

99% utilizam caminhões – Atualmente, somente 8% das indústrias usam as ferrovias para transportar sua produção. Desses, 63% classificam o serviço prestado pelos trens como regulares, ruins ou péssimos, enquanto 31% dizem ser bom ou ótimo. A pesquisa revela que 99% das empresas utilizam os caminhões; 46% usam em algum momento o transporte aéreo; e 45%, o portuário. Na sequência, aparecem a cabotagem (13%) e hidrovias (12%).

As principais razões apontadas pelos 2.500 executivos entrevistados para mudar a operação para outro modal são a perspectiva de redução de custos (64%) e a maior agilidade para a entrega do produto (16%). Para 46% dos empresários, o custo é o principal problema na logística e operação das empresas. Segundo 84% dos entrevistados, o custo do transporte e da logística na indústria é alto ou muito alto – 79% indicam o frete como o principal custo logístico. Outros problemas relatados são o roubo de cargas (22%), má condição dos modais (20%) e má qualidade da frota (7%).

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, afirma que os aumentos dos investimentos em infraestrutura e a diversificação dos modais de transportes são imprescindíveis para reduzir os custos dos serviços e de produção.

“Essa pesquisa mostra que há um enorme déficit na oferta de opções de transportes no Brasil. O custo logístico das empresas e consequentemente dos produtos para o consumidor só serão menores quando tivermos uma infraestrutura adequada”, diz Robson Andrade.

Condições de infraestrutura para as indústrias – Apesar de terem apontado problemas especialmente relacionados aos transportes como obstáculos no dia a dia das empresas, 56% dos empresários industriais ouvidos pela pesquisa classificaram as condições de infraestrutura para as indústrias como boas ou ótimas, embora três das quatro mais bem avaliadas não estejam no setor de transporte de cargas.

Na avaliação deles, as áreas que estão em melhores condições são a de energia (65% ótimo ou bom), as de telecomunicações (60% ótimo ou bom); a de transporte aéreo (56% ótimo ou bom); e de saneamento básico (48% ótimo ou bom). O transporte por rodovias é classificado como bom ou ótimo por 46%. Na sequência, aparecem portos, com 39%; e por último transporte por hidrovias (16%) e por ferrovias (16%).

O gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro, alerta que, mesmo diante da extrema dependência dos caminhões para o transporte de cargas no país, há um déficit enorme na oferta de serviços de transporte rodoviário, bem como nos modais ferroviário e hidroviário. “Se tivéssemos mais oferta na parte da logística, o custo total do transporte para a indústria seria muito inferior. Isso vai muito além da disponibilidade de caminhões ou trens, é tudo que envolve e contribui para a maior eficiência da movimentação de cargas no país”, avalia.

“O Brasil tem potencial para o transporte de cabotagem, hidroviário e ferroviário, especialmente depois da criação do Programa BR do Mar e da aprovação do novo marco legal de ferrovias. Temos um grande potencial para equilibrar melhor a nossa matriz de transportes”, destaca. “Nenhum outro país continental como o Brasil utiliza tanto o transporte rodoviário como a forma principal da movimentação de cargas e de pessoas. Não faz sentido o modal rodoviário ser tão utilizado em distâncias longas”, acrescenta Matheus de Castro.

Modal rodoviário não é o indicado para longas distâncias – Embora o modal rodoviário seja indicado apenas para pequenas e médias distâncias, somente 48% dos industriais apontam trajetos com média inferior a 500 quilômetros para transportar suas mercadorias. Como sugere a pesquisa, existem situações no país em que ocorre o embarque de cargas industriais em São Paulo com destino à Belém, ou o envio de produtos da indústria alimentícia de Porto Alegre para Teresina, com percursos de cerca de 2,9 mil km e 3,7 mil km, respectivamente.

A CNI alerta que a utilização do modal rodoviário nesses tipos de despacho gera perdas econômicas com um maior custo logístico associado ao consumo de combustível, níveis de acidentes, engarrafamentos, emissões de poluentes e deterioração dos veículos e vias. Como consequência, o setor produtivo nacional perde competitividade em relação a outros mercados. Distância rodoviária média entre local de produção e destino de venda dos produtos

  • 36% – 101 a 500 km
  • 22% – 501 a 1.000 km
  • 12% – Até 100 km
  • 11% – NS/NR
  • 8% – Mais de 2 mil km
  • 6% – 1.001 a 1.500 km
  • 5% – 1.501 a 2.000 km

Brasil precisa ampliar em três vezes investimentos em infraestrutura

A CNI produziu dois estudos sobre infraestrutura que foram entregues aos principais candidatos à Presidência da República. Os trabalhos têm foco em transportes e energia. O Brasil precisa aumentar os investimentos em transportes em, pelo menos, três vezes para eliminar os gargalos que impedem o país de ser competitivo e tornar sua logística adequada para o escoamento interno de cargas, bem como para as exportações e importações.

Atualmente, o país investe em infraestrutura de transportes apenas 0,65% do Produto Interno Bruto (PIB). O patamar ideal para modernizar a logística de transporte do país seria de 2% do PIB.

Principal gargalo para a indústria

  • 73% – Transporte
  • 13% – Energia
  • 6% – Saneamento
  • 5% – Telecomunicações

Principal gargalo de transporte

  • 67% – Infraestrutura das rodovias
  • 34% – Infraestrutura de ferrovias
  • 10% – ampliação/duplicação de rodovias
  • 9% – Custo do combustível
  • 9% – Acesso aos portos

Duas principais obras para melhorar o contexto da indústria

  • 36% – Melhorar a infraestrutura das estradas
  • 31% – Ampliação/duplicação de rodovias
  • 19% – Ampliação da malha ferroviária

Metodologia – A pesquisa encomendada pela CNI foi realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, que entrevistou 2.500 executivos de grandes e médias empresas industriais, nas 27 unidades da Federação, sendo 500 em cada região. O campo foi feito entre os dias 23 de junho e 9 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Transporte rodoviário de carga cresceu 38% e movimentou R$ 49 bi no 1º semestre

Os embarcadores estão mais confiantes na utilização de plataformas tecnológicas de fretes, e isso tem feito a movimentação de cargas dentro da Fretebras crescer significativamente. De acordo com a 8ª edição do “Relatório Fretebras – O Transporte Rodoviário de Cargas”, o número de cargas movimentadas cresceu 38% no primeiro semestre desse ano.

Os dados foram obtidos com base em mais de 4,7 milhões de fretes publicados no primeiro semestre desse ano, movimentando R$ 49 bilhões.

Com o uso das plataformas de fretes para contratar caminhoneiros, o mercado conseguiu se preparar melhor para enfrentar os desafios do primeiro semestre, como a alta inflação, a crise dos preços dos combustíveis e as incertezas econômicas em decorrência dos conflitos internacionais, como a guerra da Ucrânia.

Com isso, o PIB do setor de transporte de cargas cresceu 2,1% no primeiro trimestre de 2022, o dobro do PIB nacional (+1%), na comparação com o mesmo período de 2021.

“A digitalização dos fretes já é uma realidade. Analisando as operações de milhares de transportadoras clientes, descobrimos que ao utilizarem a Fretebras, conseguem aumentar a produtividade na contratação de motoristas em pelo menos 10%, o que significa um aumento de R$ 40 mil por mês no seu faturamento, por operador. Naturalmente, as transportadoras perceberam essa vantagem e estão conectando cada vez mais as suas operações com a nossa plataforma”, destaca Bruno Hacad, diretor de Operações da Fretebras.

A 8ª edição do Relatório demonstra que as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste puxaram o crescimento durante o período, além de registrarem o maior volume de fretes publicados na plataforma. No Sudeste, o número de fretes teve aumento de 43,5%. No Sul, o aumento foi de 19,4%. Já no Centro-Oeste, o salto foi de 67,4%, em comparação com o mesmo período no ano passado.

Os estados que representaram o maior volume de fretes no primeiro semestre de 2022 foram São Paulo (21,3%), Minas Gerais (17,8%) e Paraná (11,2%). Destaque para o estado mineiro, que assumiu a segunda posição, com aumento de 2 p.p. em representatividade, impulsionado pelo setor da construção. Já o Paraná teve uma queda de cerca de 2 p.p., em função dos problemas climáticos que afetaram o agronegócio no Estado.

Soluções digitais – O estudo da Fretebras analisa, tradicionalmente, três grandes setores, que representam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil: o agronegócio, a indústria e a construção. A tendência de uso dos aplicativos para movimentação dos fretes tem sido uma constante em todos eles.
“O agro brasileiro é um modelo global de tecnologia e vemos, a cada edição do relatório, que o transporte de grãos está cada vez mais digitalizado. A economia na contratação dos motoristas autônomos chega a 30% quando comparado com o uso da frota própria. Não só os agricultores têm aproveitado essa vantagem, mas a indústria também tem seguido o mesmo caminho”, reforça Hacad.

O agronegócio puxou a oferta de fretes no período, com 36% das cargas registradas na plataforma da Fretebras, um salto de 33% em comparação com o ano passado, representando cerca de R$ 17,5 bilhões em fretes distribuídos.

Apesar dos problemas de estiagem no Sul, que afetaram a produção da soja, produtos como o milho e o trigo tiveram ótima performance no semestre e ambos devem atingir produções recordes até o final do ano. Com isso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantém uma estimativa favorável para a produção de grãos da safra 21/22, com crescimento de 6,7% em relação à temporada passada.

Já a movimentação de produtos industrializados originou quase 28% dos fretes anunciados na Fretebras no primeiro semestre de 2022, o que representa R$ 13,5 bilhões pagos aos caminhoneiros contratados via Fretebras. Na comparação com o mesmo período de 2021, o setor teve crescimento de 37,6% no volume de transportes.

A produção industrial brasileira acumulou queda de 2,2% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano anterior, mesmo tendo atingido quatro meses de alta no comparativo mensal até maio. Isso reflete as dificuldades que o setor industrial segue enfrentando, como o aumento nos custos de produção e a restrição de acesso a insumos para a produção de bem final.

Os fretes de insumos para construção representaram quase 15% das cargas registradas na Fretebras nos primeiros seis meses de 2022, movimentando R$ 7,2 bilhões das empresas para os motoristas autônomos. Em relação ao primeiro semestre de 2021, houve crescimento de 58,9% em 2022 no volume de fretes da categoria.

Mesmo com o cenário de inflação e altas de juros, o setor encerrou o primeiro semestre com 3,5% de crescimento, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O setor continua otimista, com projeção de alta de 13,5% até o final do ano, por conta dos negócios firmados há dois anos, que começaram a sair do papel.

Mais de mil transportadoras confirmam paralisação na semana do dia 30 de outubro. Conheça quem já aderiu, segundo Jornal.

Mais de mil transportadoras já confirmaram a paralisação de seus caminhões na semana das eleições para que seus motoristas possam comparecer às urnas, informou o Jornal do Caminhoneiro.

O objetivo do setor do transporte, é levar mais de 3 milhões de motoristas e funcionários votarem.

Entre as maiores empresas que já confirmaram a paralisação, estão:

  • JSL Transportes
  • RODOJUNIOR TRANSPORTES E LOGÍSTICA LTDA
  • Comando Diesel
  • Transportadora Martinelli,
  • Hungaro Transportes
  • Transoeste Logística
  • Bordignon Transportes
  • 1500 Transportes
  • Sada Transportes
  • Transportadora Lunardi
  • TransMagnabosco
  • Transmagna
  • Fribon Transportes
  • Brasil Central
  • Comelli Transportes
  • Maroni Transportes
  • G10 Transportes
  • Transpanorama
  • Bertolini Transportes
  • Ouro Verde
  • Bom Jesus Transportes
  • Lontano Transportes
  • Cocal Transporte
  • Transben Transportes
  • Brambila Transportes
  • Brasil Novo

Fonte: Jornal do Caminhoneiro

Implementos rodoviários: base exportadora para a América Latina e o Continente Africano

O setor de implementos rodoviários não para de crescer e está ganhando cada vez mais destaque no Brasil. Em 2021, mesmo com os impactos da pandemia da Covid-19 e da crise econômica ainda evidentes, o setor faturou mais de R$ 15 bilhões apenas no Brasil.

Quem trouxe esses dados foi Alexandre Gazzi, vice-presidente do Departamento Rodoviário do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), para a NEWSLETTER Intermodal Digital

Os implementos rodoviários formam uma categoria bastante ampla e que engloba vários produtos usados no transporte rodoviário. “São denominados implementos rodoviários os reboques, os semirreboques e as carrocerias destinados ao transporte rodoviário de carga, que operam conjuntamente com um caminhão”, diz Gazzi.

Ele complementa explicando que: “Os reboques e os semirreboques são tracionados por um caminhão do tipo ‘cavalo mecânico’ e as carrocerias são montadas sobre o chassi de um caminhão do tipo ‘plataforma’”.

Segundo Gazzi, a indústria de implementos rodoviários emprega, direta e indiretamente, mais de 50 mil pessoas no Brasil. Além disso, conforme comentamos no início deste artigo, apenas em 2021 foi injetado um montante de R$ 15 bilhões na economia nacional.

BASE EXPORTADORA – Com números tão significativos, fica evidente a relevância de termos uma indústria de implementos rodoviários fortes no Brasil. Sobre o assunto, Gazzi declara que “as características e dinamismo do mercado brasileiro de implementos rodoviários criaram equipamentos únicos e customizados às operações de um país com condições continentais, tipos de produtos transportados e formato das composições derivados de uma legislação moderna e única no mundo”.

O representante do SIMEFRE também acredita que a indústria nacional de implementos rodoviários mantém seu empreendedorismo e tem fortíssima presença na demanda de clientes. Além disso, é uma base exportadora para a América Latina e o Continente Africano.

Perguntado sobre as principais inovações que a indústria brasileira está desenvolvendo para o transporte de cargas, o especialista respondeu que “algo que está se consolidando entre os fabricantes brasileiros é o uso mais intenso de materiais alternativos, como aços de alta resistência, materiais compósitos e alumínio, com a finalidade de redução de tara e aumento de vida útil”.

Ele também acredita que está ocorrendo a introdução em maior escala de componentes eletrônicos nos produtos. “A fabricante Randon, por exemplo, apresentou um semirreboque com tração auxiliar de um eixo elétrico e o lançamento de uma linha New R, com materiais alternativos e componentes eletrônicos, com um sistema inovador de rastreamento e gestão de frota”, exemplifica.

Com informações: Intermodal Digital

De olho no transporte de cargas sensíveis, Asa Express quer aproximação ainda maior com mercado do interior de SP

A Asa Express quer uma aproximação ainda com o setor de cargas sensíveis do interior de São Paulo. A empresa, fundada em 1989, especializou-se no transporte rodoviário de cargas de importação e exportação. Ao longo dos anos investiu em aperfeiçoamento de pessoal, modernização da estrutura e frota de veículos. Desde então, a empresa com “DNA Express” vem se destacando cada vez mais por oferecer a melhor qualidade no serviço e atendimento aos seus clientes.

Consolidada neste segmento, a empresa quer agora buscar uma fatia maior e aposta no interior do Estado de São Paulo. Em uma dessas ações para atingir este objetivo, a empresa participará do tradicional almoço de networking, Gourmet Comex, que será realizado em novembro, na cidade de Campinas, o principal centro tecnológico do Brasil.

A Asa Express se destaca hoje pela qualidade de seus veículos e de sua equipe especializada. Com matriz no maior porto do Brasil – Santos (SP), também considerado o maior complexo portuário da América Latina, a empresa ainda conta com filiais localizadas estrategicamente nos principais aeroportos cargueiros para a eficiência do seu negócio, resultando em agilidade e segurança para esse serviço.

“Uma leitura que fazemos é a de que o os segmentos de cargas sensíveis, como tecnologia e automotivo, necessitam de um atendimento personalizado. Neste momento, nossos diferenciais farão toda a diferença. Estamos estruturados para atender e crescer nestes setores”, avalia Richard Faustino, diretor da Asa Express, ao citar os principais segmentos como o automotivo, de cargas sensíveis e de tecnologia.