Com leilões de aeroportos, Infraero vai redefinir funções e enxugar quadro de chefia

A assinatura dos contratos de concessão dos aeroportos de Confins, na Grande BH, e do Galeão, no Rio de Janeiro, no começo de 2014, vai coincidir com o término da atual reestruturação administrativa da Infraero. Ao deixar de operar mais dois grandes terminais de sua rede – a serem leiloados em 22 de novembro e dos quais será só sócia na gestão –, a estatal federal também vai enxugar seus quadros de gerenciamento. “O esforço das mudanças é para adequar nossa estrutura à queda de receitas e aos custos atuais”, explicou o diretor de Planejamento da empresa, Mauro Lima. Os números finais dos cortes e redefinições de funções serão divulgados na próxima semana.

Em paralelo à redução dos cargos de chefia, sobretudo no nível de gerência, e à conversão das superintendências regionais em centros de apoio, a Infraero também aposta em mais avanços no plano para acomodar quase 4 mil funcionários lotados nos seis aeroportos já entregues à iniciativa privada ou a serem leiloados. Dos seus 13,5 mil empregados concursados, a estatal tem 2,8 mil nos terminais privatizados de Brasília, Guarulhos (SP) e Campinas (SP). Desses, 791 aderiram até agora ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) e outros 483 foram cedidos a outros órgãos como Receita e Polícia Federal.

Esses movimentos, além das transferências para os demais 60 aeroportos da Infraero, terão o alvo ampliado até o fim do ano, com a inclusão de outros 1.621 empregados, sendo 1.130 do Galeão, 362 de Confins e 129 de Natal. Esses últimos serão absorvidos pelo terminal concedido 100% ao setor privado de São Gonçalo do Amarante (RN), cujas obras estão na reta final. “O acordo firmado entre as empresas e os sindicatos de trabalhadores prevê esse esforço de aproveitamento ou desligamento até 2018. Mas também não quer dizer que os remanescentes serão demitidos após essa data”, acrescentou Lima.
A reestruturação gerencial da Infraero também integra a sua preparação para a abertura de capital no Novo Mercado da Bovespa, entre 2015 e 2016. A diretoria desistiu de criar a subsidiária Infraero Participações, para atuar em outros negócios, mas está estruturando outra, a Infraero Serviços (nome provisório), voltada para atuar como consultoria e explorar suas competências nas áreas técnicas. As concessões dos seus três maiores aeroportos já levou a uma perda de 40% da receita e outros 15% deverão sair do orçamento com a liberação de Confins e Galeão.

Turbulência – O governo está correndo contra o relógio para garantir o sucesso da segunda rodada de leilões de aeroportos, para os quais seis consórcios formados por operadores internacionais e empreiteiras nacionais já manifestaram interesse. A Casa Civil está empenhada em evitar questionamentos jurídicos, além de subsidiar os grupos de dados que revelem a lucratividade de cada terminal. As preocupações com a atratividade de Confins cresceram nos últimos dias após a revelação de perda no fluxo de passageiros. O diretor da Infraero esclareceu que os investidores deverão levar em conta as perspectivas de crescimento do setor nos próximos 15 anos. No caso do aeroporto mineiro, os recuos se deve à conjuntura geral e ao ajuste de oferta, com corte de 7%, liderado pelas líderes TAM e Gol. 

Fonte: Estado de Minas

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