Emprego seguiu positivo em novembro, diz mercado

Novembro foi mais um mês positivo no mercado formal de trabalho, mas o número de vagas criadas deve ser menor que o de outubro, quando 76,6 mil postos de trabalho foram criados.

De acordo com a média das estimativas de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrará a criação de 26,6 mil postos formais de trabalho no mês passado. Em novembro de 2016, houve um saldo negativo de 114,7 mil vagas. As projeções estão bem dispersas e vão de um saldo positivo de 2 mil postos a 90,3 mil empregos gerados.

A expectativa é que o dado seja divulgado ainda nesta semana pelo Ministério do Trabalho. No mês passado, o coordenador de estatísticas da pasta, Mario Magalhães, afirmou que novembro deveria trazer um número positivo, “mas não tão expressivo quanto outubro”, mês em que o resultado veio bem acima das expectativas (20 mil vagas criadas).

Rafael Leão, economista-chefe da Parallaxis, prevê que o Caged mostre a criação de 14,8 mil postos no mês passado. Segundo ele, novembro ainda deve ter sido beneficiado pela contratação de temporários para o Natal, mas de forma menos expressiva.

De uma forma geral, acrescenta Leão, o trabalho formal ainda esbarra nas dificuldades financeiras das empresas, que vivem um difícil processo de desalavancagem. A reforma trabalhista, em vigor desde o dia 11 de novembro poderia estimular a contratação de temporários, “mas esse é um efeito difícil de ser verificado”.

Para dezembro, em que geralmente os temporários são demitidos, Leão estima saldo negativo de 367,5 mil, o que levaria o resultado do fechamento do ano para uma saldo negativo de 251,5 mil postos de trabalhos fechados.

O Itaú estima um saldo menor de emprego formal em novembro: oito mil vagas. Com ajuste sazonal, a abertura de vagas deve passar de 59,7 mil para 36 mil. A média móvel trimestral, contudo, subiria de 17 mil para 27 mil empregos. Para o economista Artur Manoel Passos, o Caged geralmente vem mais fraco em novembro, mas o dado deve continuar a mostrar retomada gradual do mercado de trabalho. “É consistente com a melhora do emprego ao longo de todo o ano”, afirma Passos.

Em 2017, apenas dois meses registraram queda no saldo de emprego: janeiro (-40,8 mil) e março (-63,6 mil). Apesar disso, o ano ainda deve terminar no vermelho por conta das fortes demissões que costumam ocorrer em dezembro. De janeiro a outubro, há criação líquida de 302,2 mil empregos. Na média, os analistas estimam queda de 173 mil vagas em 2017. Em dezembro de 2016, as demissões líquidas chegaram a 462,3 mil. Em todo o ano passado foram fechados 1,32 milhão de postos de trabalho.

Fonte: Valor Econômico