Exportação de máquinas em alta

A recuperação do setor agrícola da Argentina está favorecendo a indústria brasileira de máquinas para o setor. A retirada paulatina das taxas para exportação de grãos no país vizinho fez os produtores voltarem a investir, o que impulsionou as exportações de máquinas agrícolas pelo Brasil.

Entre janeiro e novembro, as exportações de máquinas alcançaram 12,9 mil unidades, volume que era estimado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para todo o ano de 2017. Enquanto isso, ainda há dúvidas se no mercado doméstico as vendas chegarão as 46,7 mil unidades previstas. Até novembro, haviam sido comercializadas 40,5 mil unidades.

Segundo Alfredo Miguel Neto, vice-presidente Anfavea, uma maior flexibilização nas importações na Argentina facilitou o aumento de exportações de máquinas brasileiras no ano.

Para a múlti americana AGCO, responsável por 50% das exportações brasileiras de máquinas agrícolas, cerca de 20% da demanda externa vem da Argentina, segundo Alfredo Jobke, diretor de marketing da empresa para a América do Sul. Afora a demanda aquecida na Argentina, as vendas para o Chile, Paraguai e Colômbia também merecem destaque, diz.

De acordo com o executivo, o Chile tem uma demanda para quase 2,5 mil máquinas. Sem considerar o mercado argentino, as exportações de tratores do Brasil para os demais mercados da América Latina devem crescer 35%, para 11 mil máquinas. As vendas de colheitadeiras ainda estão em patamar bem mais baixo, de 600 máquinas.

Levando em conta só a demanda argentina, Jobke acredita que as exportações brasileiras de tratores devem crescer 50%, para algo em torno de 7 mil unidades. Em colheitadeiras, o crescimento é mais expressivo, de quase 65%, para 1,4 mil unidades. Considerando a projeção para o mercado do diretor da AGCO, as exportações brasileiras totais de máquinas chegariam a 20 mil unidades em 2017, 55% acima do estimado pela Anfavea.

Para o ano que vem, a expectativa é de novo crescimento nas exportações do setor, mas num ritmo bem menor. A previsão de Jobke é de avanço de 5%. “O nível deste ano já é historicamente muito bom”, diz. Na AGCO, 25% da produção é destinada à exportação.

Segundo o vice-presidente da Anfavea, em 2018, deve haver aumento das vendas externas também para outras regiões, além da América Latina. “Estamos procurando mercados alternativos. Estamos exportando para Rússia”, diz Miguel Neto.

Fonte: Valor Econômico