Faltam espaços para carga em aviões e “Freight Forwarders” e “Embarcadores” já sofrem com aumento na tarifa

Especialista alerta que em breve poderão ocorrer problemas na rota Brasil X Europa

Embora seja um problema atípico para esta época (normalmente os índices de importação e exportação são tímidos no começo do ano), faltam espaços para embarcar a carga nos vôos cargueiros de tradicionais companhias aéreas do setor. O principal sintoma do problema tem sido os constantes aumentos nas tarifas para reserva de espaço nas aeronaves cargueiras. “Parece que as cias. aéreas querem recuperar o atraso das perdas ocorridas durante a crise econômica mundial”, revela uma fonte ligada ao setor que preferiu não se identificar.

Diretamente quem sofre são os Freight Forwarders, um dos elos da cadeia do comércio internacional, conhecidos no Brasil como Agentes de Carga. Para Marcel Knecht, Area Head of Air Freight Mercosur, Senior Vice President, Brazil Headoffice, da Panalpina, a parte mais difícil tem sido o repasse dos valores aos clientes importadores e exportadores. “Ninguém pode absorver prejuízos.”, afirma Knecht. Ainda segundo ele, o mercado mundial de empresas cargueiras esta passando por ajustes, onde a oferta de capacidade nas aeronaves está ainda reprimida para gerar aumento ou adequação nos valores de fretes. “Essas empresas simplesmente não estão mais dispostas a gerar prejuízos e voar a qualquer custo”, completa Knecht. O executivo da Panalpina encerra com um alerta. “Na rota BR-Europa poderemos ter problemas em breve, pois as empresas cargueiras que operam na importação, não estão retornando do Brasil a Europa, devido aos valores de frete serem muitos baixos. Essas empresas estão carregando flores no Equador e Colômbia a fretes mais atrativos.”

A cia. aérea ABSA Cargo – Aerolinhas Brasileiras S/A, questionada também pela reportagem da GPA LogNews não respondeu às consultas via e-mail e telefone até o fechamento desta matéria. O mesmo aconteceu com a congênere ATLAS Air.

No meio da crise, quem paga a conta são os embarcadores, clientes importadores e exportadores, que aguardam um desfecho feliz, como ressalta Márcio Barbado, presidente do CENIC Trade Point, entidade ligada ao comércio internacional, que emite certificados de origem e representa uma gama de embarcadores. “Esperamos que as cias. aéreas retomem as opções de ofertas de vôos que estavam à disposição antes da crise mundial e normalizem essas operações o mais rápido possível”, afirma Barbado. Já o Departamento de Comércio Exterior do CIESP/Campinas, representante da indústria, informou, através de sua assessoria de imprensa, que nenhum diretor poderia dar declarações sobre esse assunto.

Pelo menos um fato positivo o mercado não pode reclamar: a crise já passou e o ano que anteriormente “prometia”, já, efetivamente, começou aquecido para todos. Prova maior desse aumento no início do ano está claro em um dos principias “termômetros” para o setor: o Aeroporto Internacional de Viracopos/Campinas, que registrou 10.594 toneladas em recorde histórico no movimento de importação no mês de janeiro de 2010, atingindo seu melhor movimento de janeiro desde a criação do Aeroporto na década de 60.

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