Governo quer lançar novo pacote para aeroportos e portos na primeira quinzena de setembro.

Uma nova reunião para tratar do destino dos aeroportos com a presidente Dilma Rousseff está marcada para b Presidente desiste de privatizar Galeão e Confins.

O governo desistiu de privatizar os aeroportos do Galeão, no Rio; e Confins, em Belo Horizonte, nos mesmos moldes de concessão adotado em Guarulhos (SP), Brasília, Viracopos (Campinas) e o novo terminal de São Gonçalo do Amarante (RN). Mas, diante da pressão por melhoria na gestão do Galeão e dos gargalos em Confins, o Palácio do Planalto trabalha com a alternativa de uma espécie de Parceria Público-Privada (PPP) com um grande gestor aeroportuário estrangeiro, que atuaria em parceria com a Infraero. A ideia é que a estatal incorpore novas práticas de gestão e sistemas tecnológicos mais avançados.

O objetivo é atrair um grande parceiro privado, com experiência em administrar aeroportos com movimento superior a 30 milhões de passageiros por ano. Esta é a posição mais recente do Executivo e tem como justificativa o fato de que a Infraero, estatal que administra Galeão e Confins, passará a ter prejuízo, se perder esses dois aeroportos, que são muito importantes para a manutenção das suas receitas.

Governo quer Infraero rentável

Uma fonte do governo garante que o entrave a uma concessão tradicional do Galeão e de Confins é financeira e não ideológica. Não interessa ao governo deixar que a Infraero fique deficitária, porque a estatal tem uma rede de 63 aeroportos para administrar, inclusive terminais não lucrativos, porém importantes para o país.

Segundo dados da Infraero, o Galeão registrou em 2011 lucro líquido de R$ 59,24 milhões e Confins, R$ 39,8 milhões. Congonhas (SP), um dos mais rentáveis da rede, teve lucro de R$ 123,58 milhões e Santos Dumont, de R$ 29,55 milhões.

Além de perder receitas com uma eventual concessão dos maiores aeroportos do Rio e de Belo Horizonte, a estatal tem agora compromissos pesados pela frente, alegam fontes envolvidas nas discussões. A partir do próximo mês, quando repassará o comando de Guarulhos, Viracopos e Brasília para os sócios privados, a Infraero passará a ter que acompanhar as empresas nos investimentos obrigatórios e no pagamento das outorgas, pois ficou com 49% de participação no negócio. O leilão dos três, realizado em fevereiro deste ano, teve ágio de 347%.

Uma nova reunião para tratar do destino dos dois aeroportos com a presidente Dilma Rousseff está marcada para a próxima semana, pois o governo quer lançar o pacote para aeroportos e portos na primeira quinzena de setembro. Segundo uma fonte, o Executivo aguarda o resultado de uma sondagem que a Infraero está fazendo no exterior com possíveis interessados. Conversas estão sendo mantidas com a francesa Aéroports de Paris (ADP), a alemã Fraport e outras gigantes.

A decisão de Dilma põe fim a uma acirrada briga que vinha sendo travada nos bastidores do governo. De um lado, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Wagner Bittencourt, batia o pé para que Galeão e Confins fossem concedidos dentro do modelo usado na privatização de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Mudar as regras para a concessão dos novos aeroportos seria um atestado de fracasso, já que Bittencourt deixou a diretoria do BNDES em 2011 e assumiu a SAC, por indicação do presidente do banco Luciano Coutinho, com a incumbência de tocar o plano de privatização.

 

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *