Indústria automobilística tem crescimento

O licenciamento de automóveis apresentados nesta semana pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é um alento, revelando que a indústria automobilística pode ter conseguido superar o fundo do poço ao registrar crescimento de 2,3% no número de emplacamentos de veículos de passeio nos cinco primeiros meses de 2017. A entidade registrou entre janeiro e maio a comercialização de 686.540 unidades ante a 671.260 unidades em igual período do ano passado.

No ranking de vendas internas, a General Motors segue na frente, registrando 126.549 unidade vendidas entre janeiro e maio. Segue na vice-liderança de mercado o Grupo FCA (Chrysler, Dodge, FIAT e Jeep), com 96.538 unidades. Em terceiro e quarto, respectivamente estão as montadoras associadas da Anfavea:  Volkswagen (82.185) e Ford (70.257). A Hyundai segue na quinta posição: 67.737 veículos emplacados.

Os números positivos mostram que a expectativa do consumidor conseguiu se deslocar um pouco da política, em que a desestabilização do governo do presidente Michel Temer preocupa principalmente em relação a projetos de investimento de médio e longo prazo.

Vamos ver se os próximos capítulos em Brasília, que podem culminar com a queda do atual governo, não tiram o ímpeto do consumidor, que já vinha correspondendo ao quadro mais otimista previsto pela Anfavea no início de 2017.

Distância – Antes da crise econômica, o Brasil vinha diminuindo muito a distância em termos de lançamentos de caminhões. Modelos apresentados na Europa eram quase que imediatamente anunciados no Brasil, descontando, claro, limitações da legislação, como Euro 5 nacional, atrás do Euro 6 europeu.

Com o gigantesco tombo nas vendas verificado nos últimos anos, é bem provável que o fosso volte a se alargar, deixando, provavelmente,  o Brasil defasado em termos tecnológicos no mundo dos pesados.

O país, que já assistiu a este filme no passado, sabe que só vai voltar a atrair a atenção dos grandes fabricantes quando a economia demandar produtos que gerem competitividade para os negócios dos transportadores.

O ganho tecnológico dos veículos de ponta ajuda os operadores nacionais do transporte de cargas a compensar perdas provocadas por uma das piores infraestruturas rodoviárias do mundo.