Indústrias em Indaiatuba, no interior de São Paulo, anunciam novidades

Rimowa produzirá malas de luxo e Zoomlion Cifa já inícia operações no Brasil

A alemã Rimowa está, nesta semana, enviando um lote de malas modelo Bossa Nova de sua fábrica em Indaiatuba (SP) para um contêiner rumo a Hong Kong. A líder mundial em malas e bagagens de luxo instalou no Brasil uma plataforma de exportação para América Latina e mercados emergentes. “Antes importávamos as peças e apenas montávamos as malas aqui. Agora, passamos a executar todo o processo”, diz Sérgio Barreto, executivo da Rimowa no Brasil.

Quando estiver operando a plena carga, quatro linhas de produção darão conta de uma fornada anual de 75 mil malas, das quais 60 mil irão para o mercado externo. Na montadora anterior, eram produzidas 15 mil unidades e havia 17 funcionários. A atual emprega 50.

Fazer no Brasil malas que podem passar por até 90 etapas de produção, levar mais de 150 componentes e custar até R$ 15 mil, foi um desafio a que se propôs o dono da Rimowa, Dieter Morszeck, da terceira geração da empresa que nasceu e segue familiar, com faturamento anual de € 300 milhões. Morzeck mora em Colônia, cidade alemã onde está sediada a empresa, fala português e visita o Brasil com frequência.

Incentivado por Barreto, que desde 2011 toca a operação no Brasil e países vizinhos, Dieter acreditou que, ao produzir aqui, poderia vencer a barreira dos preços. Os impostos de importação chegam a encarecer o produto em até 50%, o que tornava pouco sedutor ao freguês brasileiro comprar no país, onde a Rimowa se instalou desde 2007, com sua primeira loja. Hoje são sete unidades, além da loja virtual. No mundo, somam 106. Depois da China, com 25 unidades, e de Taiwan (14), o Brasil é o terceiro em número de lojas. “Concorríamos entre nós, já que o cliente preferia comprar lá fora, durante uma viagem”, diz Barreto.

Assim que a Rimowa passou a produzir aqui os preços se tornaram mais acessíveis. E, com a vantagem ainda, lembra ele, de que no Brasil a compra pode ser parcelada. No exterior, não. “Quando passamos a montar as malas aqui, o preço de uma mala de bordo caiu de R$ 1.920, para R$ 900”, lembra Barroso. Hoje, depois de três anos, está 1,2 mil.

Para montar a fábrica e garantir a mesma qualidade, a Rimowa importou o maquinário de países da Europa e do Canadá, os moldes da matriz e seguiu comprando as peças de exclusivos fornecedores mundiais. O zíper das malas, capaz de aguentar a pressão de 110 quilos, vem da Itália, o tecido que reveste o interior da mala, da República Tcheca; a alça, da Dinamarca. As rodinhas, com rolamento e giro de 360ºC, são francesas. O policarbonato é importado da Suécia e o alumínio, da Alemanha.

Na fábrica brasileira, serão produzidos dois modelos, Bossa Nova e Salsa Air, de policarbonato. Demais modelos, como os de alumínio, serão apenas montadas com os kits que vêm da Alemanha.

Já a Zoomlion Cifa, fabricante de equipamentos para concreto, anunciou oficialmente o início das operações da subsidiária brasileira. A companhia está prestes a inaugurar sua primeira fábrica na América Latina, na cidade de Indaiatuba, a aproximadamente 110 km de São Paulo. Serão 12 mil m2 de área construída, com capacidade de produção para 1.200 equipamentos por ano.

Na nova planta da Zoomlion Cifa, que deve iniciar suas operações até dezembro deste ano, serão fabricadas, primeiramente, betoneiras de 8 e 10 m³. Porém, a proposta é estender em pouco tempo a linha de produtos, fabricando também usinas dosadoras e misturadoras, auto bombas e bombas lanças, que possibilitarão o Financiamento de Máquinas e Equipamentos (FINAME).

A primeira fábrica da Zoomlion Cifa no País foi construída em 22 mil metros quadrados de terreno e abrigará o Centro de Distribuição de Peças para todas as linhas de equipamentos da Zoomlion Brasil, um Centro de Formação (SENAI) e Treinamento de Operadores (ABESC) e ainda um local de testes das máquinas, showroom e área administrativa. Segundo o CEO da empresa no Brasil, Marcelo Antonelli, a escolha de Indaiatuba para iniciar a operação deve-se à grande versatilidade de logística que o município oferece. “A cidade está a 15 quilômetros do aeroporto de Viracopos, a 140 quilômetros do Porto de Santos e tem ótimas estradas que cruzam o Estado de São Paulo”, afirma o executivo. A planta ainda possui uma área de 2.400 metros quadrados para teste hidráulico e estrutural para equipamentos de grande porte.

 Fonte: Valor Econômico e Comunicação Estratégica