Leilão de Viracopos recebe proposta de 11 grupos

Consórcios manifestaram interesse ontem, na Bovespa; Anac divulga hoje nome dos excluídos

A disputa pela concessão dos aeroportos de Viracopos, em Campinas, Cumbica, em Guarulhos, e Juscelino Kubitschek, em Brasília, promete ser acirrada na segunda-feira, quando ocorrerá o leilão que irá transferir à iniciativa privada a administração desses terminais.
Onze grupos entregaram propostas ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai divulgar hoje quais propostas não foram aceitas  pela comissão de licitação e o motivo. A BM&FBovespa estima que o leilão deverá durar cerca de cinco horas.
Dentre os consórcios que se identificaram estão: Fidens Engenharia e ADC&Has (Estados Unidos), Ecorodovias e Fraport (Alemanha); Triunfo e Egis (França); OHL Brasil e Aena (Espanha); Odebrecht e Changi (Cingapura); Engevix e Corporación América (Argentina); Queiroz Galvão e BAA/Ferrovial (Espanha); a CCR com a operadora suíça Zurich, a Invepar com a sul-africana ACS e um grupo liderado pela OAS. Nem a BM&FBovespa nem a Anac divulgaram os grupos que apresentaram propostas. O edital do leilão prevê apenas a divulgação dos grupos que forem excluídos. Assim, somente na segunda-feira, quando abrir o pregão, o mercado saberá de fato quem está na disputa.
Segundo o diretor de operações da BM&FBovespa, André Demarco, responsável por conduzir o leilão, incluindo a disputa em viva-voz, a sessão terá uma dinâmica diferenciada porque ofertará os três aeroportos simultaneamente. A sistemática foi elaborada pela Anac em parceria com a Bolsa. Uma vez que o edital estabelece que um consórcio só poderá arrematar um aeroporto, foi desenvolvido um programa para que os proponentes possam acompanhar no dia do leilão, em tempo real, todas as propostas oferecidas e os lances em viva-voz.
Pelas regras do edital, serão vencedoras as propostas que gerarem o maior global de contribuição fixa, ou seja, não será a proposta mais alta que definirá o titular de cada aeroporto, mas sim a combinação de propostas que garantir a melhor remuneração ao governo.
Pelas regras do leilão, as três melhores propostas para cada aeroporto ou aquelas que sejam iguais ou maiores que 90% do valor da maior oferta irão a leilão em vivavoz. Caso um aeroporto só receba uma única proposta, automaticamente, proponente será declarada vencedora e ficará fora da disputa em vivavoz nos demais aeroportos.O preço mínimo estabelecido para o aeroporto de Guarulhos é R$ 3,424 bilhões. No caso de Viracopos, o preço mínimo é R$ 1,471 bilhão. O de Brasília é R$ 582 milhões.
De acordo com os preços mínimos estipulados, a União arrecadará com a licitação dos três aeroportos pelo menos R$ 5,477 bilhões.

Copa – O governo aposta na concessão para conseguir ter os três terminais preparados para a Copa do Mundo de 2014. O Aeroporto Internacional de Viracopos, desde que retomou seu crescimento no final de 2008, quando a Azul iniciou suas operações no terminal de Campinas, vem colecionando problemas e atrasos nas soluções. A infraestrutura não acompanhou o aumento no número de voos e de passageiros e o principal
reflexo apareceu no estacionamento.
A falta de vagas teve como resultado carros estacionados em locais proibidos, tumulto na área de embarque e desembarque e muita reclamação.
A ampliação do aeroporto também se transformou em novela. As obras, no cronograma inicial da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), estavam previstas para iniciarem em setembro de 2009, mas os impasses surgidos no licenciamento ambiental atrasaram a previsão. Depois de idas e vindas, o Estudo de Impacto Ambiental
e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) foi aprovado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a licença prévia foi emitida no final de janeiro do ano passado. Junto com a licença, veio uma série de exigências que a estatal terá que cumprir para que possa receber a licença de instalação e iniciar as obras.

Vencedor terá 18 meses para ampliar pista de taxiamento – Quem vencer a licitação de Viracopos, segundo o edital, terá que realizar obras para que, em 30 anos, o aeroporto tenha condições de receber 90 milhões de passageiros ao ano. O aumento da demanda está não apenas no esperado crescimento da economia nacional, como em duas outras premissas: a inexistência de novos aeródromos na área de alcance do Aeroporto Internacional de Guarulhos, de forma que a demanda excedente possa ser suprida pelo Aeroporto de Viracopos, e a implantação da ligação de alta velocidade entre São Paulo e o aeroporto de Campinas. O concessionário que operar Viracopos terá que, em 18 meses a partir da assinatura do contrato, fazer a extensão da pista de taxiamento, construir novas áreas no edifício do terminal de passageiros, além de pátio de 220 mil m2 de estacionamento de aeronaves, vias de acesso do novo terminal, 4.500 vagas
térreas de estacionamento, demolir edifícios existentes para permitir a construção do novo terminal e incrementar as áreas de apoio e na infraestrutura básica.
Com a ampliação e a modernização de Viracopos, estima-se que o valor das receitas tarifárias (aeronáuticas e de movimentação e armazenagem de carga), descontada a taxa de 8% ao ano, para o período de 30 anos da concessão, será da ordem de R$ 4,8 bilhões.
Já o valor das receitas não tarifárias para o mesmo período corresponde ao valor de R$ 2,7 bilhões.

Fonte: AGÊNCIA ANHANGUERA

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