Movimentos dos principais portos e aeroportos brasileiros apontam sinais positivos para 2018. Banco Mundial prevê crescimento da economia em 2%

Farneze Presidente SINDASPAo analisar perspectivas para o ano que se inicia, SINDASP afirma: “retomada do crescimento do Brasil passa pelas mãos dos Despachantes Aduaneiros”

A economia global deve expandir 3,1% em 2018 contra 3% no ano passado, no primeiro ano desde a Grande Recessão de 2008 em que se aproxima ou alcança o potencial de crescimento, disse o Banco Mundial na última quarta-feira (10), através de seu relatório “Perspectivas Econômicas Globais de Janeiro de 2018”. Para o Brasil a projeção é de expansão de 2% neste ano, indo a 2,3% em 2019 e 2,5% em 2020. A retomada ocorre após fortes quedas de 3,8% e 3,6% em 2015 e 2016, respectivamente.

Na avaliação de Marcos Farneze, Presidente do SINDASP – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo, a máxima de que essa retomada está atrelada ao comércio exterior – pois o setor externo é parte imprescindível de uma estratégia consistente de desenvolvimento econômico a médio e longo prazos – vai mais além, e extrapola uma macro visão das atividades. “Sem dúvidas a recuperação do Brasil passa pelo comércio exterior. Mas, ninguém disse ainda que a retomada do crescimento do Brasil passa pelas mãos dos Despachantes Aduaneiros, responsáveis por 97% do desembaraço das cargas de importação e exportação no País”, lembra Farneze.

O Despachante Aduaneiro está na ponta da linha e é definido como pessoa física e autônoma, não podendo ser jurídica, o que atesta a importância desse profissional. Para esse avanço, a categoria monitora as recentes movimentações nos principais agentes intervenientes – como o movimento grevista da Receita Federal – e também nos Portos e nos Aeroportos do Brasil. Com isso, traça um panorama otimista para 2018, qual seja: em um balanço positivo dos principais centros cargueiros do País(abaixo em últimos números oficiais divulgados), a resposta é nítida para o momento de virada:

 

PORTO DE SANTOS –  A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) encerrou o ano de 2017 com a certeza de mais um recorde histórico de movimentação de cargas. A expectativa é chegar (em números oficiais futuros) a 129.176.497 toneladas, suplantando em 13,5% a movimentação e 2016 (113.815.752 t) e em 7,7% a de 2015, maior movimentação anual até então registrada (119.931.880 t). Para 2018, a projeção da Autoridade Portuária aponta para 133.325.897 t, um crescimento em torno de 3,2% sobre a movimentação esperada em 2017.

 

PORTO DE PARANAGUÁ – O Porto de Paranaguá atingiu no início de dezembro a marca de 48,086 milhões de toneladas de produtos exportados. É a maior movimentação de cargas do porto paranaense em toda a sua história. Até então o recorde era de 2013, quando foram movimentadas 46,168 milhões de toneladas em 12 meses.

 

AEROPORTO DE VIRACOPOS – Já em Campinas, no Balanço divulgado nesta quarta-feira (10/01) pela Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o terminal, aponta que a movimentação de mercadorias cresceu 20,95% no ano passado. O volume subiu de 164.429 toneladas para 198.876 toneladas. O resultado foi o melhor desde 2014.

 

AEROPORTO DE GUARULHOS – Os terminais de carga do Aeroporto Internacional de São Paulo nunca estiveram tão cheios em 2017. Em números recordes mensais, desde o início do ano passado, o aeroporto recebeu, em outubro de 2017, 25.735 toneladas de importação e exportação, em sua última divulgação oficial, a maior no período.

“O País está iniciando esta retomada pelo seu próprio potencial de desenvolvimento e acompanhando o comércio internacional, sem esperar o poder público ou políticas para crescimento da economia”, conclui Farneze.