Operações do Porto de Santos vão crescer 4,5% neste ano, prevê diretor da Maersk

O ano de 2020 será de reconstrução econômica para a área portuária. E a expectativa é que o Porto de Santos acompanhe o crescimento nacional e tenha suas operações ainda mais impulsionadas por projetos como a BR do
Mar, em debate no Ministério da Infraestrutura.

A análise é do diretor comercial para Costa Leste da América do Sul da armadora Maersk – uma das maiores empresas de logística integrada do mundo -, Gustavo Paschoa. A previsão da Maersk é de que as importações e exportações brasileiras cresçam, respectivamente, 4% e 4,5%. Paschoa acredita que a produtividade do Porto de Santos deste ano estará alinhada a este crescimento nacional. Segundo o executivo, o cais santista sempre teve um papel importante no cenário portuário e é o principal porto de atuação da Maersk no Brasil. Com relação aos serviços da empresa, Paschoa afirma que “quase 60% do nosso volume de importação e exportação (na costa Leste da América do Sul) passa pelo Porto de Santos”.

O complexo marítimo é útil não apenas para cargas originárias ou destinadas ao Brasil, mas também para as da Argentina e do Uruguai, afirmou o diretor. Os transbordos – operação em que as cargas são descarregadas em um porto para posterior reembarque, rumo ao destino final – que acontecem em Santos geram constantes negociações, indica Paschoa. “Então nós vemos que, de fato, o Porto de Santos é, e vai continuar sendo, o principal porto de escoamento da produção brasileira e de distribuição nacional das importações”, ressaltou o diretor comercial. Quanto às exportações, as commodities de algodão, café e açúcar estão em crescente destaque, de acordo com as avaliações de Paschoa. Já nas importações, o cais santista é o principal porto de entrada das cargas da Ásia e
da Europa.

Com isso, a Maersk considera que um dos fatores que vão proporcionar um crescimento positivo no rendimento do Porto são os novos acordos estabelecidos entre o Brasil e o governo chinês. Estes protocolos, que foram assinados no ano passado, são a respeito de importações de peras para o Brasil e de exportações de melões para a China – as frutas são transportadas em contêineres refrigerados.

Investimentos – Outros fatores que podem fomentar o crescimento do Porto de Santos, segundo o diretor comercial da Maersk, são investimentos e iniciativas no campo da logística. “Tudo que vier pra melhorar e simplificar será bem
vindo”, diz. Uma dessas iniciativas é o BR do Mar, programa do Governo Federal que prevê mudanças no sistema de afretamento de embarcações e no adicional ao frete da Marinha Mercante, de modo a incentivar os serviços de cabotagem – o transporte marítimo de cargas entre portos de uma costa.

A expectativa do Governo é de que, com o BR do Mar, a utilização da cabotagem duplique. Gustavo Paschoa, por sua vez, crê que as mudanças terão proporções ainda maiores. Quanto à questão da desestatização do cais santista, que está em discussão há mais de um ano, Paschoa a considera, em si, indiferente com relação ao futuro crescimento do porto. “O que realmente causará diferença será um investimento no processo de infraestrutura e tecnologia de inteligência”, seja por meio de desestatização ou planos de Governo.

Fonte: A Tribuna