Porto de Santos terá mudanças na diretoria

O governo bateu o martelo e vai mudar parte da direção da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o porto de Santos – o maior da América Latina -, alvo de cobiça de partidos políticos.

O engenheiro civil Cleveland Sampaio Lofrano será o novo diretor comercial da empresa, cargo hoje ocupado por José Manoel Gatto dos Santos – funcionário de carreira. A diretoria de planejamento estratégico será assumida pelo engenheiro ambiental e administrador Francisco José Adriano, gerente de saúde e segurança da Codesp. Ele substituirá Luis Cláudio Santana Montenegro, que foi para a estatal após passagem pela Secretaria de Portos (SEP), em Brasília. Lofrano e Adriano tomarão posse na próxima reunião do conselho de administração da Codesp, ainda sem data marcada.

Os nomes já foram aprovados pela Casa Civil e pela SEP, conforme o Valor apurou. Com as mudanças, a pasta espera encerrar, pelo menos por ora, as alterações na cúpula da estatal, apesar da sanha de partidos da base aliada.

Restam intocadas a diretoria de infraestrutura, ocupada por um engenheiro de carreira; a de finanças, por um executivo do mercado; e a presidência. O ministro dos Portos, Edinho Araújo, do PMDB, resiste em mudar a presidência da estatal. O cargo é ocupado por Angelino Caputo e Oliveira, que vem implementando mudanças para modernizar e profissionalizar a gestão da Codesp, como previsto na nova Lei dos Portos, de 2013, que ajudou a formular.

Caputo é ex-funcionário de carreira do Banco do Brasil e foi assessor especial da Casa Civil. Ganhou a confiança e o apoio de Araújo, neófito no setor e indicado a ministro dos Portos pelas mãos do vice-presidente Michel Temer (PMDB), de quem é bastante próximo.

As indicações de Lofrano e Adriano põem fim a uma espiral de especulações deflagradas em julho após o vazamento de um ofício enviado pelo deputado federal Beto Mansur (PRB-SP) a Temer com três indicações para a Docas paulista. No documento, Lofrano é indicado pelos deputados Milton Monti (PR-SP) e Nelson Marquezelli (PTB-SP). Adriano, pelos deputados paulistas Marcelo Squassoni (PRB) e Baleia Rossi (PMDB).

O terceiro nome do ofício, mas que não emplacou por enquanto, é o do engenheiro civil Carlos Eduardo Bueno Magano, encampado por Mansur. Procurado, o parlamentar disse que encaminhou o documento ao vice-presidente a pedido do “pessoal do Michel Temer”, sem especificar nomes. “Eu não trabalho com indicação, simplesmente indiquei alguém que achei que tem competência, não acompanho isso. Quem me pediu foi o pessoal do Michel Temer”, disse Mansur ao Valor. Magano já foi diretor da Codesp nos anos 90.

Fonte: Valor Econômico