Presidente de Viracopos confirma interesse de 5 empresas na compra do aeroporto

Concessionária espera aprovar recuperação judicial e estuda possibilidade de venda. Confira quais são as empresas.

 

O presidente da concessionária Aeroportos Brasil, que administra o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), confirmou o interesse de pelo menos cinco empresas na compra do terminal. Em entrevista ao G1, Gustavo Müssnich afirmou que acredita na venda da concessão mesmo se a recuperação judicial da estrutura for aprovada, o que resolveria a dívida de R$ 2,88 bilhões e impediria a falência do empreendimento. A primeira assembleia para votar o plano acontece no dia 16 de maio.

 

Das cinco empresas, um consórcio formado pela Zurich Airport e IG4 foi o único que já fez efetivamente uma proposta para assumir o controle de Viracopos. As outras quatro, de acordo com o presidente da concessionária, estudam a situação financeira do terminal e o ativo correspondente para protocolarem o pedido de compra, que deve ser apresentado também aos credores, além dos acionistas, e apreciado no âmbito da recuperação judicial.

 

De acordo com apuração do G1, além da Zurich Airport, as outras quatro empresas que estudam a situação de Viracopos para protocolarem propostas de compra são: Consórcio Inframérica, que administra os aeroportos de Brasília (DF) e Natal (RN); o grupo Aeroportos de Paris; a estatal especializada em operação de terminais na Espanha Aena; e o Grupo CCR, responsável pela concessão das rodovias Anhanguera (SP-330) e Bandeirantes (SP-348).

 

Segundo Müssnich, a prioridade da concessionária é aprovar o plano já na primeira assembleia de credores e manter a operação do terminal. No entanto, o presidente explicou que a venda não é apenas uma alternativa caso a recuperação não seja aprovada, mas sim uma opção possível caso a proposta de compra seja interessante para as empresas acionistas, independentemente da aprovação ou não da recuperação judicial.

 

“A chance de vender, hoje, eu diria que é de 50%. A nossa prioridade é a recuperação judicial. Temos de aprovar o plano, mas mesmo após o plano aprovado, se a proposta for interessante para os acionistas, eles vão vender. Eu acredito que a venda seja muito possível. Mas agora, quem administra o aeroporto somos nós e precisamos aprovar a recuperação judicial”, explicou.

 

Viracopos depende de aprovar a recuperação judicial para se manter à frente do aeroporto e solucionar a dívida. Além disso, a concessionária se apega a uma liminar que suspendeu o processo de caducidade aberto pela ANAC, em fevereiro de 2018, para não perder a concessão.

 

“Por isso [dívidas e risco de caducidade] que precisamos solucionar o problema com a recuperação judicial ou eventualmente a venda. A única coisa que não podemos é deixar um aeroporto desse abrir falência”, completou Müssnich.

 

O aeroporto briga ainda por reequilíbrios no contrato de concessão por parte da Anac. De acordo com a concessionária, a agência descumpriu itens que contribuíram para a perda de receita da estrutura.

 

Entre os pedidos de Viracopos, estão o valor de reposição das cargas em perdimento – que entram no terminal e ficam paradas por algum motivo -, além da desapropriação de áreas para construção de empreendimentos imobiliários e um desacordo no preço da tarifa teca-teca, que é a valorização de cargas internacionais que chegam no aeroporto e vão para outros terminais.

Com informações G1