Queda do preço do petróleo e “baixa temporada” podem derrubar tarifas nas cias. aéreas cargueiras em 2015

Lufthansa-Cargo-1Em 2015, por conta da queda no petróleo, cias aéreas americanas devem superar recordes de lucro atingidos no final dos anos 90, afirma IATA. Segundo especialista, a queda das tarifas na carga aérea poderá ocorrer nos primeiros meses do próximo ano, no Brasil.

Os preços de combustível em queda e um crescimento econômico mais forte significam que companhias aéreas globais vão registrar suas margens de lucros mais fortes em mais que cinco anos em 2015, disse a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês).

A associação baseada em Genebra, que representa cerca de 250 companhias aéreas que são responsáveis por 84 por cento do tráfego aéreo, disse que o lucro líquido vai subir para 25 bilhões de dólares em 2015, resultado numa margem de lucro de 3,2 por cento.

A Iata também elevou sua projeção de lucro para 2014 para 19,9 bilhões de dólares, ante estimativa anterior de 18 bilhões de dólares. Os gastos de companhias aéreas com combustível vão cair para 192 bilhões de dólares em 2015, ante projetados 204 bilhões de dólares neste ano, segundo a Iata.

As operadoras americanas deverão ter o melhor desempenho nos lucros neste ano, com uma renda líquida de US$ 11,9 bilhões que podem atingir US$ 13,2 bilhões em 2015, gerando uma margem de 6 % que ultrapassaria o pico registrado no final da década de 1990.

No Brasil – A queda do preço do petróleo deve derrubar tarifas no transporte de carga aérea no Brasil somente no início de 2015, como afirma Marcos Rossi, Regional Airfreight Head LATAM
DACHSER Brasil. “Apesar da baixa no preço do petróleo, estamos em plena “alta temporada” e reduções efetivas nos custos poderão ser notadas, provavelmente, a partir dos primeiros meses do próximo ano. A América do Sul, por exemplo, nesse momento, está super aquecida com a exportação de produtos perecíveis e os custos de frete permanecem altos”, destaca Rossi. Já na avaliação de Romney Albanez, diretor da empresa de desembaraço aduaneiro e agenciamento de carga “ARN”, o reflexo no processo contrário é imediato. “Quando temos o aumento no preço do petróleo, e o consequente aumento no combustível da aviação, chamado QAV, as empresas aéreas repassam para seus clientes os valores, através de uma cobrança batizada de “fuel surcharge”. Por que não ocorre o inverso?, questiona Albanez. Uma empresa aérea brasileira GOL se manifestou e afirmou que a queda não incidirá em diminuição nos preços das passagens, pois as companhias aéreas estão priorizando a recuperação de margens.

Com informações: Bloomberg, Reuters e UOL