Restrições nas fronteiras causam crescimento “súbito e imprevisto” da carga aérea no Brasil

SINDASP alerta que movimentação atípica já causa atrasos na liberação em Guarulhos e Concessionária apresenta plano

Os dois maiores aeroportos cargueiros do Brasil, Viracopos e Guarulhos, termômetros da carga aérea no País, registraram aumentos significativos neste início de 2021.

Viracopos registrou em janeiro alta na importação, atingindo 36,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, com um total de 10,9 mil toneladas. Já a exportação avançou a impressionante marca de 63,9% no mês de janeiro em relação ao mesmo mês de 2020 (antes da pandemia), com um total de 5,8 mil toneladas de carga.

Atrasos na liberação – Embora Guarulhos não tenha divulgado seus números, de acordo com relatos do SINDASP – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – entidade que representa a categoria responsável por cerca de 95% das operações de comércio exterior brasileiro, os atrasos estão em níveis intoleráveis no Terminal. “Estamos monitorando todos os tempos e chegamos em um momento de prazos inadmissíveis para quem opta pelo modal aéreo e, por isso mesmo, quer agilidade para retirar sua carga”, revela Marcos Farneze, presidente do SINDASP.

Carga área é a única opção – Consultada, a Assessoria de Imprensa em Guarulhos, através do assessor Eduardo, explicou ao Portal LogNews que o fenômeno de crescimento da carga em fevereiro ocorrido em Guarulhos é atribuído ao fechamento de fronteiras em todo o mundo por conta da pandemia. Segundo a assessoria, o fluxo de pessoas está limitado e para a carga aérea não há nenhuma restrição. Por isso, essa migração desse transporte de mercadorias, informou a assessoria, dando como exemplo a relação atual desse fluxo com os EUA.

Além disso, a Assessoria informou ainda que ocorreram dois voos cargueiros, para o setor automotivo, realizados em um avião de passageiro, motivado pela pandemia e o fechamento de fronteiras – que resultou na queda da oferta de voos e, por consequência, na diminuição na capacidade de transportar carga na “barriga” de jatos de passageiros. Foram duas grandes operações do setor automotivo, pela empresa “TUI”, com peças automotivas, utilizando o Boeing 787 da Cia. Aérea holandesa, transportando autopeças.

Nota de providências: “súbito e inesperado” – Diante de insistentes pedidos de medidas emergenciais de alguns setores ao lado do SINDASP, a GRU Airport – Concessionária que administra o Aeroporto – divulgou medidas emergenciais, que, todavia, ainda não surtiram o efeito desejado.

Confira o “Comunicado aos Usuários do Terminal de Carga”.

“O GRU AIRPORT reforça seu compromisso com a transparência e eficiência operacional. Dessa forma, compartilha abaixo o plano de ações adotado para solucionar os atrasos notados devido ao súbito e imprevisto aumento de demanda no mês de fevereiro.

  • Imediata contratação de mão de obra e aumento do número de equipamentos:

Fevereiro:

  • 18 operadores de empilhadeira
  • 05 auxiliares de carga
  • 01 Equipe Temporária
  • 10 empilhadeiras elétricas

Março:

  • 12 operadores de empilhadeiras
  • 05 auxiliares de carga
  • 04 empilhadeiras elétricas”