SISCOSERV: Antídoto, não veneno

Por: Adilson Chaves

O cotidiano de Consultorias e Treinamentos nos tem apresentado um cenário desnecessariamente preocupante. Empresas e profissionais têm aferido ao SISCOSERV um status de desgraça que claramente não lhe pertence e está fora do lugar.

Evidente que esta ferramenta de gestão conduzida pelo MDIC eRFB, não é de simples entendimento e atendimento, entretanto, os ensinamentos que se tornaram expostos com o advento do SISCOSERV podem prover benefícios imensuráveis na gestão de negócios de todas as ordens, em especial as organizações que incorporarem a concepção de Serviço como um “Produto” de alto quilate.É difícil ainda identificar a distância histórica do SISCOSERV para a economia brasileira e o legado para a administração das empresas, mas já podemos exercitar o conhecimento enunciando tópicos de Benefícios SISCOSERV:

  • Equilíbrio tributário nacional:
    • Com a necessidade das empresas confirmarem a origem de seus fornecedores de serviço visando o atendimento da obrigação acessória, a prática de exigir Nota Fiscal de Serviços de seus prestadores se torna mais efetiva e condicional, com isso, seus fornecedores passam a contribuir com o recolhimento de tributos devidos. É importante lembrar que 68% do PIB brasileiro referem Serviços, infelizmente em sua grande maioria sem a adequada tributação;
  • Potencial economia na contratação de serviços:
    • Em regra, detectamos que não há rotinas precisas para a contratação de serviços nas organizações, muito menos um setor especializado par tal, enquanto nas mesmas organizações se encontra com facilidade setores de almoxarife que fazem a gestão da compra de caneta e clips. Se considerarmos que serviços sempre são “produtos” de alto valor agregado, é simples compreender que uma gestão dedicada e organizada na compra e venda de Serviços, deve em teoria, prover reflexos positivos quanto aos investimentos envolvidos. Em outras palavras, acreditamos ser irreversível uma economia significativa se a compra dos serviços for centralizada e profissionalmente gerida.
  • Conhecer os Serviços:
    • Quanto aos serviços efetivamente contratados, é frequente que um percentual importante deles não sejam realmente conhecidos em seu real conteúdo e vital necessidade de adquiri-los. É anfêmero que muitos serviços nos sejam imputados em processos mais complexos, onde por trás de serviços protagonistas alguns sejam apenas coadjuvantes e com valores de menor expressão. Mas as perguntas são: Que serviço é este? Este serviço é realmente necessário? Este serviço foi de fato realizado? Não raro a respostas das equipes é: “Não sabemos!” O SISCOSERV nos provoca, convida e obriga conhecermos intimamente cada serviço mencionado nos processos, pois potencialmente são objetos de registro no Sistema da RFB.
  • Adequação administrativa de procedimentos e documentos:
    • É incomum encontrar nas empresas os documentos relacionados aos serviços contratados e vendidos, todos organizados e arquivados de maneira adequada e suficiente para uma empresa poder ordenar, medir e analisar o fluxo dos serviços com precisão. Inexiste qualquer sistema onde se faça a inserção de fornecedores (reais fornecedores) dos serviços, onde se identifique com clareza e a devida especificidade, os serviços transacionados, entre outros dados. Os documentos geralmente são insuficientes, isto, quando existem. Como o SISCOSERV se baseia incondicionalmente na interpretação de documentos, pois são estes quem determinam: A origem do fornecedor/cliente, a descrição do objetivo da fatura se este é um serviço ou não, além de todos os demais ingredientes que formam a receita de registro, possuir estes documentos de forma ordenada viabiliza não só o processo SISCOSERV, mas especialmente a construção de sólida de bases documentais para a gestão da companhia, seja administrativa ou contabilmente.

Com a promanação do SISCOSERV no cotidiano das Organizações, estes e outros elementos vêm à tona espontaneamente, nos confrontando com uma nova e esfuziante realidade, um novo mundo de GESTÃO DE SERVIÇOS, portanto, além do desgastante compromisso de ATENDER a Obrigação Acessória, somos oportunizados e chamados a ENTENDER nossas próprias Organizações.

Por: Adilson Chaves é Consultor da WTM do Brasil