Sorocaba tem a primeira fábrica de hidromel do País e busca exportação para os EUA

Está instalada em Sorocaba, e já entrou em operação, a primeira fábrica do Brasil a produzir hidromel em escala industrial. O empreendimento capitaneado pelos sócios Paulo Mendonça, Rafael Alexandre, Sarah Lisboa e André Werscheig Júnior resultou de pesquisas desenvolvidas ao longo de cinco anos e ganhou impulso a partir do convite feito ao grupo para que servisse a bebida durante o lançamento de um game voltado à temática medieval (com a qual a bebida possui estreita relação) por uma empresa de São Paulo.

 

O pioneirismo da iniciativa sorocabana é atestado pelo Ministério da Agricultura, já que outras ações de que se tem conhecimento envolvem processos artesanais para consumo próprio. Assim, concluída essa primeira etapa, o projeto teve sequência com a montagem da unidade propriamente dita onde o produto é fabricado.

A sede da Bee Gold, como a marca foi batizada, fica num galpão no Parque Vitória Régia, zona norte da cidade. O processo de produção é semelhante àquele empregado para a feitura do vinho. Começa com a fermentação, onde são utilizados ingredientes como levedura importada e o mel, até terminar com envase do líquido.

 

O hidromel já começou a ser distribuído e pode ser encontrado em casas especializadas. Num primeiro momento, são produzidas cerca de 4 mil garrafas ao mês e a bebida já tem mercado assegurado nos Estados Unidos. Os empresários evitam falar em números, mas asseguram que o potencial do segmento em nível local é bastante expressivo. A bebida é fabricada nas versões doce e frutada (melomel).

 

História – A saber: o hidromel tem uma história curiosa e ao mesmo tempo fascinante. Para começar é apontada como a bebida alcoólica mais antiga da humanidade. Sua origem remonta, segundo estudos, ao ano de 1.400 antes de Cristo. A versão mais difundida por especialistas dá conta de que o produto teria sido fabricado nas savanas africanas.

 

Lá, as incontáveis colmeias existentes eram inundadas e a fermentação acontecia naturalmente. Em outras palavras, a própria natureza se encarregou de fabricá-lo. O fluxo migratório entre os continentes acabou por espalhar o conhecimento sobre o hidromel pelo resto do mundo e, com isso, ele se tornou conhecido.

A bebida assumiria, mais tarde, o status de sagrada para os vikings, guerreiros nórdicos e também abriu caminho para o surgimento da expressão lua de mel. Isso porque os casais a tomavam durante um ciclo lunar depois do casamento para gerar filhos homens. Conta-se, ainda, que no período medieval (séculos V ao XV), o hidromel era servido como forma de conter os ânimos dos frequentadores das tavernas que costumavam se exaltar.

 

Paulo Mendonça diz que o hidromel é citado em obras de autores consagrados entre os quais J.R.R. Tolkien, da saga “O Senhor dos Aneis” e J. K. Rowling, criadora de “Harry Potter”. O hidromel fabricado em Sorocaba tem 12% de teor alcoólico e se harmoniza com carnes vermelhas e queijos.

 

Paulo, André, Rafael e Sarah estão otimistas com as perspectivas do trabalho. Apostam que a receptividade ao hidromel, que já é das melhores, deverá se acentuar. Com isso, acreditam que colocarão Sorocaba na rota das fabricantes de bebidas e conseguirão fazer com que o município se torne polo e referência para a produção.

 

Quem quiser obter outras informações pode acessar o site www.beegold.com.br.