Temer entrega ao STF respostas às perguntas da PF e nega favorecimento à empresa Rodrimar

A defesa do presidente Michel Temer enviou nesta quinta-feira (18), ao Supremo Tribunal Federal (STF), as respostas aos questionamentos feitos pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga o suposto favorecimento à empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos. O interrogatório autorizado pelo ministro do STF Luis Roberto Barroso, relator da investigação.

Ao responder o questionário, de 50 perguntas, Temer afirma nunca ter tratado de irregularidades envolvendo a empresa – que, segundo a investigação, teria sido beneficiada após acordo com o presidente e seus assessores. O peemedebista garantiu, ainda, que não recebeu pedido de vantagens durante a discussão sobre o decreto.

As respostas entregues ao STF foram concisas, com poucos detalhes sobre pontos questionados pela PF. Nas três primeiras perguntas, por exemplo, os investigadores queriam informações sobre o financiamento das campanhas de Temer entre 2002 e 2014. O presidente se limitou a dizer que “todas as informações pedidas constam das prestações de contas feitas à Justiça Eleitoral”.

Temer disse que não conheceu Edgar Safdie, suspeito de operar propina para o PMDB, e Ricardo Conrado Mesquita, um dos diretores da Rodrimar. Admitiu contato esporádico com Antônio Celso Grecco, presidente da empresa, mas negou tratativas sobre operação portuária.

“Estive com ele (Grecco), rapidamente, em duas ou três oportunidades, sendo que jamais tratei de concessões para o setor portuário”, assegurou.

Sobre a relação com suspeitos de operacionalizar esquemas de pagamento de propina, Temer reconheceu sua relação de amizade e trabalho com José Yunes e Rodrigo Rocha Loures, ex-assessores da presidência, mas negou conhecimento sobre irregularidades envolvendo os dois. Relatou a mesma situação sobre João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, que já o assessorou.

Por fim, Temer negou que o grupo Rodrimar tenha sido beneficiado pelo Decreto dos Portos e afastou a possibilidade de ter pedido a Rocha Loures ou a outros aliados que favorecessem empresas que atuam no setor. O presidente garante também não ter recebido oferta de valores em troca de benefícios para empresários do ramo portuário.