Alemã Dachser mantém otimismo com o Brasil
Uma das maiores provedoras logísticas mundiais, a alemã Dachser pretende crescer dois dígitos neste ano no Brasil ofertando soluções integradas para o transporte de cargas nos modais aéreo e marítimo. Em recente visita ao Brasil, o responsável global da divisão, Thomas Reuter, destacou que, apesar de o ambiente econômico estar menos favorável, o Brasil ainda é estratégico para a empresa.
Segundo Reuter, mesmo com o déficit de infraestrutura, inflação em alta e entraves burocráticos – considerados por ele os principais desafios de atuar no país — o negócio da Dachser no Brasil cresce acima da média mundial da companhia, ao lado de China e África.
A Dachser está presente em 42 países com 471 escritórios. Chegou ao Brasil em 2007, por meio de uma joint venture com o antigo parceiro, a Logimasters. Hoje atua sozinha no país com onze filiais cobrindo as principais capitais. A abertura da 12ª, em Belo Horizonte, está em estudo pela empresa.
No Brasil, a sede da Dachser é em Campinas (SP), devido às operações no aeroporto de Viracopos. Mas, hoje, a demanda por soluções logísticas está dividida igualmente entre os segmentos aéreo e marítimo. Os principais setores para os quais a empresa presta serviços são farmacêutico, automotivo, industrial, varejo e de energia renovável.
A empresa só atua no Brasil com logística aérea e marítima, mas o negócio mundial da Dachser vai além, englobando outras duas divisões: armazenagem e logística refrigerada. Juntos, os segmentos registraram receita bruta total de € 4,9 bilhões em 2013, alta de 13,2% sobre o exercício anterior. No período, a divisão de logística aérea e marítima respondeu por € 1,4 bilhão, quase 30% da receita global. A fatia do Brasil corresponde a algo entre 5% e 7% disso.
“Além do consumo doméstico, o Brasil é porta para a América Latina por representar quase 70% da economia da região. Mais e mais negócios estão vindo para a América Latina, especialmente da Ásia e da Europa. É um mercado muito importante”, disse Reuter. A empresa é familiar e de capital fechado. Um acordo entre os membros da família garante que permanecerá assim pelos próximos 30 anos.
O plano de investimento da empresa é vultoso. A cada cinco anos a Dachser investe € 1 bilhão. “Isso não quer dizer que eu tenha € 300 milhões garantidos. A intenção não é crescer por crescer. Nunca vocês vão ver a Dachser comprar empresas para aumentar faturamento, o foco é atender o cliente.”
Por enquanto não há previsão de aquisições no Brasil e os investimentos devem se concentrar em pessoal. “Já estamos bem cobertos na América Latina com a nossa estrutura. Temos de fazer melhor uso de nossa rede para crescer dentro do que temos. O foco de aquisições agora está mais ligado à Europa e Estados Unidos. Estamos buscando outra empresa nos Estados Unidos para aumentar a participação de contratos com a Ásia, especialmente a China”, disse o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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