Banco Mundial prevê crescimento na casa de 1% para o Brasil em 2023
A economia global deverá crescer 1,7% em 2023, de acordo com o último relatório de perspectivas econômicas globais do Banco Mundial, divulgado na última terça-feira, dia 10.
Anteriormente, a perspectiva é de que houvesse uma alta de 3%, contudo, a instituição reavaliou as projeções indicando que o crescimento global está desacelerando acentuadamente diante da inflação elevada, taxas de juros mais altas, investimento reduzido e interrupções causadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
As previsões para este ano foram revisadas para baixo para 95% dos países desenvolvidos e 70% dos mercados emergentes. Para 2024, a nova projeção de crescimento é de 2,7%. O Banco ainda ponderou que as condições econômicas frágeis podem levar a economia global à recessão.
Caso isso ocorra, será a primeira vez em mais de 80 anos que duas recessões globais ocorrem na mesma década. “A crise enfrentada pelo desenvolvimento está se intensificando à medida que as perspectivas de crescimento global se deterioram. Os países emergentes e em desenvolvimento estão enfrentando um período de vários anos de crescimento lento impulsionado por pesadas dívidas e investimentos fracos, à medida que o capital global é absorvido pelas economias avançadas que enfrentam níveis de dívida governamental extremamente altos e taxas de juros crescentes.
A fraqueza no crescimento e no investimento empresarial irá agravar os já devastadores retrocessos na educação, saúde, pobreza e infraestrutura e as crescentes demandas das mudanças climáticas”, declarou no relatório o presidente do Banco Mundial, David Malpass.
América Latina e Brasil – Os dados ainda estimam que os níveis do Produto Interno Bruto (PIB) nas economias emergentes e em desenvolvimento estarão cerca de 6% abaixo dos níveis esperados antes da pandemia, até o final de 2024. O crescimento na América Latina deve desacelerar acentuadamente, para 1,3% em 2023, antes de se recuperar um pouco para 2,4% em 2024, avalia o Banco Mundial.
A desaceleração reflete os esforços das autoridades monetárias para domar a inflação e as repercussões de uma perspectiva global fraca. O Brasil deve crescer 0,8% em 2023, com altas taxas de juros freando investimentos e o crescimento das exportações.