“Débito ou crédito?” “Crédito…de carbono”

*Artigo por Thais Guarda Prado Avancini

Crédito. Substantivo masculino. Sinônimo de confiança, credibilidade. O que seria mais seguro que confiar a uma atividade um crédito ambiental?

Um crédito de carbono é a representação da redução de uma tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente (CO2e) que deixou de ser emitida para a atmosfera. Pois é, o carbono virou moeda de troca no chamado “mercado de carbono”. Quase um banco imobiliário sustentável, no qual empresas, indústrias, organizações e até mesmo pessoas físicas compensam suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) adquirindo créditos gerados por projetos de redução de emissões e/ou de sequestro de carbono. Desta forma, quanto maior o empenho em reduzir a emissão de poluentes, mais crédito é gerado, virando uma moeda de negociação. Além disso, os mercados de carbono também promovem investimentos em projetos sustentáveis ​​que gerem créditos de carbono.

Créditos e compensações de carbono são obtidos por meio de iniciativas e projetos cujo objetivo é reduzir emissões, podendo envolver preservação ambiental, reflorestamento, biocombustíveis, melhorias na eficiência energética, entre outros. Cada iniciativa é avaliada rigorosamente para garantir a sua legitimidade e a precisão das reduções de emissões.

As transações dos créditos podem acontecer em dois tipos de mercado de carbono: o regulado e voluntário. No mercado regulado, os créditos são utilizados para atender obrigações impostas por legislações ou acordos. Já o mercado voluntário é aquele que não depende de obrigação legal: pessoas jurídicas ou mesmo pessoas físicas compram ou vendem os créditos de carbono com objetivos da agenda ESG ou como preparação para o mercado regulado.

Para isso, os créditos de carbono são gerados por meio de projetos que seguem metodologias estabelecidas e passam por verificação por entidades parceiras credenciadas. A verificação garante que as estatísticas de emissões sejam reais e verificáveis.

Após sua elaboração, os projetos para obtenção de créditos de carbono seguem para a fase de verificação, realizada por organizações independentes, especializadas em contabilização e verificação de gases de efeito estufa, como o Verified Carbon Standard (VCS), Gold Standard e American Carbon Registry (ACR).

Bom lembrar que no Brasil, o setor de combustíveis conta com um outro mecanismo de precificação de emissões, regulado por lei: o Renovabio! Uma boa pauta para a próxima conversa por aqui, não?

Quer saber mais sobre este tema ou sugerir algum assunto? Fale comigo: thaispavancini@gmail.com

 

*  Thais Guarda Prado Avancini é Consultora nas áreas Agronômica e Ambiental. Engenheira Agrônoma, Doutora em Engenharia Civil, na área de concentração de Recursos Hídricos, Energéticos e Ambientais pela UNICAMP. Também atua como docente nos cursos de Engenharia Agronômica, Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, além de produtora de conteúdo na página do Instagram @soloquefalathaispavancini@gmail.com