Importação paulista cresce e confirma melhora

A se confirmar a tendência, será mais um sinal de reativação da economia, pois significa que as empresas instaladas em São Paulo estão ampliando suas compras externas

Há novos sinais de recuperação da indústria paulista. Aumentaram, entre o último trimestre de 2016 e o primeiro trimestre de 2017, os Coeficientes de Importação (CI) e de Exportação (CE) do setor industrial, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A se confirmar a tendência, será mais um sinal de reativação da economia, pois significa que as empresas instaladas em São Paulo estão ampliando suas compras externas, tanto de insumos necessários à produção quanto de bens de capital para ampliar sua capacidade, e também exportando mais.

O Coeficiente de Importação cresceu um ponto porcentual no período de comparação, passando de 20,5% para 21,5%. Isso significa que mais de uma quinta parte dos insumos é importada, com destaque para derivados de petróleo e biocombustíveis (+5,1%), produtos químicos (+3%) e indústrias diversas (+1,4%).

Os indicadores de alta de importação não são generalizados – oito setores diminuíram as compras externas, tais como produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, produtos têxteis e bebidas. Nestes casos, é possível que os produtos nacionais tenham sido mais atrativos para indústrias e consumidores locais, fato positivo para o produtor nacional.

Já o Coeficiente de Exportação evoluiu de 19,9% para 20,8%, mais pela quantidade exportada – que cresceu 5,5%, com ênfase em veículos automotores, derivados de petróleo, biocombustíveis e coque e metalurgia – do que pelos preços. Mas, ainda que o valor das vendas externas tenha crescido mais lentamente, é possível identificar um aumento da competitividade dos produtos brasileiros no mercado global. Além disso, entre os itens em que a exportação perdeu ritmo estão têxteis, couros, calçados e móveis, que já se beneficiam com a recuperação da demanda interna.

O vigor do comércio exterior deve ser medido menos pela evolução das exportações e do superávit comercial e mais pela corrente de comércio (soma de exportações e importações). Esta mostra o grau de abertura da economia para o exterior. Em 2017, até a primeira semana de maio, a corrente de comércio do País cresceu 16,3% em relação a igual período de 2016, passando de US$ 105,36 bilhões para US$ 121,07 bilhões.

Ainda são números baixos, mas sinalizam que a economia brasileira aos poucos retoma o dinamismo.

Fonte: O Estado de S. Paulo