Navios barrados em Santos expõem esgotamento do porto e reacendem privatização, afirma Jornal

Com 95% de ocupação, o BTP, terminal ligado às empresas de navegação Maersk e MSC, já recusa navios no porto de Santos, evidenciando o esgotamento da capacidade local, informou a Coluna Painel da Folha de SP.

Pessoas que participam da operação no porto afirmam que, na semana passada, o BTP não conseguiu receber dois porta-contêineres programados para operar.

Ambas as embarcações tentaram desviar para os outros dois terminais portuários: Santos Brasil e DPW, mas eles também não puderam receber as embarcações.

A situação, segundo operadores, mostra que o porto não tem mais espaço para contingências.

A OCDE indica que o limite de ocupação de terminal para manter a eficiência é até 70% (pátio) e até 65% (berço de atracação).

O plano de expansão, com o leilão de novo terminal em Santos previsto para 2022, parou sob o governo Lula.

O ministro de Portos, Márcio França (PSB), que balança no cargo, quer estudar novamente a necessidade de se manter o porto sob controle estatal e o tamanho necessário para a expansão necessária para que o terminal não perca carga para portos vizinhos.

Ao lado da Autoridade Portuária de Santos, estatal que controla o maior Porto da América Latina, França tem dito que o porto ainda tem capacidade ainda para movimentar contêineres.

No entanto, dados da própria autoridade portuária mostram que, desde 2019, o porto opera no seu limite (70% de capacidade instalada). Naquele ano, foram 4,2 milhões de TEUs movimentados, limite operacional.

Neste ano, a projeção de cargas para Santos (5,3 milhões de TEUs) deve superar a capacidade operacional (4 milhões de TEUs).

Isso equivalente a 70% da capacidade instalada (5,7 milhões de TEUs), percentual a partir do qual a operação deixa de ser eficiente, segundo a OCDE.

Fonte: Folha de SP