Faltam espaços nos aviões e frete internacional já ultrapassa 30% de aumento, aponta SINDASP

Entraves no setor marítimo e demanda por carga aérea são os principais vilões do disparo, que pode crescer ainda mais e impactar economia e comércio exterior brasileiro

Os números são significativos no Brasil e no mundo. 

Segundo a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo ou International Air Transport Association na sigla em inglês, universalmente usada, em seu último relatório no início de abril, a demanda de carga aérea mundial aumentou 9% em fevereiro em relação aos níveis pré-pandemia, para se ter uma referência sem os efeitos do Covid19 nessa comparação.

No Brasil, os dois principais aeroportos cargueiros do Brasil convivem com movimentos atípicos  de alta neste início de 2021. Guarulhos sentiu reflexos em suas operações na exportação, após atingir 12.300 toneladas em fevereiro, em seu último anúncio. Já Viracopos, em Campinas (SP), registrou seu segundo maior mês de março da história na exportação, com mais de 9 mil toneladas movimentadas, mantendo a tendência de alta neste início de ano, com crescimentos de 63,9%, 37,7% e 50,6%, respectivamente, em janeiro, fevereiro e março.

Outros fatores – As fronteiras com o Brasil estão fechadas, comércios bilaterais interrompidos – a exemplo da França e da Espanha – e o número de voos reduzidos. Com isso, exclui-se a possibilidade de utilização do porão de voos de passageiros para carga. “Nesse momento é que ocorre uma migração para os aviões cargueiros. Tudo isso somado, esgotam-se os espaços nas aeronaves e, naturalmente, os preços para os embarques dispararam, e já atingem 30%, afirma Marcos Farneze, presidente do SINDASP (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo), categoria responsável por cerca de 95% do comércio exterior brasileiro.

O comércio exterior da China disparou em março. São números percentuais elevados sobre um gigante movimento. As Importações cresceram 38,1% em 12 meses, enquanto que as vendas de produtos chineses no exterior aumentaram 30,6%. Segundo operadores, as tarifas de frete aéreo da China tem aumentado regularmente e frequentemente.Marítimo – Já no setor marítimo não é diferente: faltam contêineres. O encalhe do meganavio Ever Given, que causou um engarrafamento de uma semana no Canal de Suez, no Egito, por onde passam 12% do comércio global, causou enormes transtornos em uma das principais rotas do transporte marítimo mundial e provocou um verdadeiro efeito dominó na logística internacional. Portos nos EUA e na Europa ficaram cheios e os containers não estão rodando como deveriam.

Todos esses impactos, somados ao aumento de movimento mundial, serão sentidos de uma forma ou de outra na economia, Além disso, podem elevar custos na exportação de alimentos. Os produtores de carnes e frutas estão no topo desse problema, pois suas operações se concentram na movimentação de cargas em contêineres, principalmente os refrigerados, exemplifica Farneze.

São fatores que ainda estão longe de uma solução imediata ou definitiva.

Minfra apresenta Plano Nacional de Logística 2035

O Ministério da Infraestrutura divulgou nesta terça-feira (20), em um webinar, o Plano Nacional de Logística 2035 (PNL 2035). Com uma previsão de investimentos da ordem de R$ 480 bilhões até 2035, entre dinheiro público e parcerias privadas, o documento estima em R$ 21,7 bilhões o montante a ser investido em cabotagem até em 2035, além de um aumento de 13% no TKU da cabotagem com a aprovação do programa BR do Mar.

— O PNL foi muito bem construído e apresenta muitas inovações. Vai servir tanto para embasar o orçamento quanto para elaborar políticas públicas — explicou o ministro Tarcísio de Freitas, destacando ainda que o plano foi construído de forma a receber melhorias sempre que preciso.

A expectativa do Minfra é que no período de abrangência do PNL o setor cresça entre 42% e 71%, a partir de fatores como o incremento do volume de cargas, a oferta de infraestrutra assegurada pelo ministério e a implementação de um modelo de transporte mais bem equilibrado entre os diversos modais.

O PNL 2035 está em consulta pública até 30 de abril. Porém, o Plano Setorial Portuário e a atualização dos Planos Mestres já foi iniciada. Na avaliação dos técnicos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), com as medidas propostas no documento, o TKU da cabotagem pode passar dos atuais 8% para chegar a 9,1%.

Em termos de inovação, o Plano traz duas iniciativas para o segmento. A eficiência da propulsão de navios deve significar uma redução de custos da ordem de 3,76% na cabotagem e interior e também de 3,76% quando aplicada à navegação de longo curso. Outra meta do PNL é fazer com que todos os portos sejam inteligentes até 2035. Isso significará uma diminuição do custo portuário em 10%.

Em relação ao transporte hidroviário, projeta-se investimentos de R$ 4,3 bilhões até 2035. Entre outras frentes de atuação, os técnicos da EPL destacaram dois projetos no Norte do país: aumentar a navegação no Rio Tapajós e viabilizar a navegação no Rio Tocantins até Belém. A proposta do Ministério da Infraestrutura também completa os setores ferroviário, rodoviário, aeroviário e dutoviário.

Fonte: Portos e Navios e Foto Alberto Ruy / minfra

FGV: PIB aumenta 1,4% e importação apresenta crescimento de 6,9% no trimestre móvel

O Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), indica crescimento de 1,4% na atividade econômica em fevereiro, em comparação a janeiro. No trimestre móvel terminado em fevereiro, houve expansão de 2,9%, em relação ao período encerrado em novembro. Na comparação interanual, a economia cresceu 1,6% em fevereiro e 0,7% no trimestre móvel terminado em fevereiro. Segundo o coordenador do Monitor do PIB-FGV, Claudio Considera, o crescimento de 1,4% da economia em fevereiro em relação a janeiro mostra continuidade na recuperação da economia. “Embora expressiva, essa taxa não é motivo de euforia já que é comparada a meses sob forte impacto da recessão da pandemia. Por sua vez, a taxa interanual de 1,6% em fevereiro foi obtida sobre um fevereiro de 2020 já bastante desacelerado (crescimento zero frente a 2019 e de 0,3% em janeiro de 2020 com relação a 2019)”, disse, em nota.

De acordo com o pesquisador, dentre as três grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços), apenas a indústria apresentou pequena retração de 0,4% em fevereiro, enquanto os serviços cresceram 1,4% influenciado pelo desempenho dos serviços de informação (5,3%) e intermediação financeira (7%). Em termos monetários, estima-se que o PIB (soma dos bens e serviços produzidos no país) do primeiro bimestre de 2021, em valores correntes, foi de R$ 1,367 trilhão.

Consumo das famílias – O consumo das famílias retraiu 3% no trimestre móvel findo em fevereiro em comparação ao mesmo período do ano passado. “Apenas o consumo de produtos duráveis cresceu no trimestre e o consumo de serviços segue sendo o grande responsável pelo desempenho ainda negativo do consumo das famílias”, informou a FGV.

Formação bruta de capital fixo – A formação bruta de capital fixo (investimentos) cresceu 19,5% no trimestre móvel terminado em fevereiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo a FGV, o componente de máquinas e equipamentos é o principal responsável por este resultado expressivo na taxa trimestral ainda influenciado pelo forte crescimento em dezembro de 2020 devido à importação de plataforma de exploração de petróleo.

Exportação – A exportação contraiu 3,1% no trimestre móvel findo em fevereiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os segmentos exportados que retraíram no ano foram os de produtos agropecuários, com recuo expressivo de 24,3% no trimestre, os serviços e os produtos da extrativa mineral. Em contrapartida, os segmentos que apresentaram desempenho positivo foram os bens de consumo, os bens de capital e os bens intermediários.

Importação – A importação apresentou crescimento de 6,9% no trimestre móvel terminado em fevereiro, em comparação ao mesmo período do ano passado. Este resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento elevado dos bens de capital devido à importação de plataformas em dezembro de 2020, o que ainda se reflete na taxa trimestral móvel finda em fevereiro.

Além da importação dos bens de capital, o outro componente da importação que registrou aumento na taxa trimestral móvel terminada em fevereiro foi a importação dos bens intermediários e a queda mais expressiva da importação foi verificada em serviços.

Fonte: Agência Brasil

Gerdau investe R$ 1 bilhão em modernização e ampliação de suas fábricas em SP e RS

A Gerdau vai investir R$ 1 bilhão na modernização e ampliação de suas fábricas voltadas à produção de aços especiais no Brasil, segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira, dia 19. Três unidades receberão a maioria desse aporte: Pindamonhangaba, Mogi das Cruzes (SP) e Charqueadas (RS). Os investimentos estão dentro do Capex global anunciado pela Gerdau no início do ano. 

A usina de Charqueadas ganhará um novo forno de recozimento e esferoidização para barras de aço. Segundo a Gerdau, o equipamento vai permitir que a empresa atenda a demanda crescente por materiais com especificações mais exigentes, como grau de esferoidização e de dureza, além de baixos níveis de descarbonetação, principalmente pelo setor automotivo. Com capacidade anual de 48.000 toneladas, ele deve começar a operar em agosto de 2022. 

A unidade de Mogi das Cruzes vai reativar sua aciaria (parte da usina que transforma o ferro gusa em aço), que estava parada desde março de 2019, para começar a produzir até o início do segundo semestre, gerando 150 novos postos de trabalho diretos. A ideia é operar com capacidade anual de 80 mil toneladas de aço, que será laminado em Pindamonhangaba. Já os investimentos em Pindamonhangaba vão permitir que o novo lingotamento contínuo entre em operação em agosto de 2022. 

“Temos realizado investimentos em nossas usinas de aços especiais para aumentar a produtividade e atender as necessidades e a demanda crescente dos nossos clientes. Os novos aportes reforçam nossa presença nos mercados em que atuamos e nosso espírito inovador, bem como nossa visão otimista para os setores automotivo e de máquinas e equipamentos no Brasil, que deve, nos médio e longos prazos, ter seus níveis de produção recuperados”, diz Rubens Pereira, vice-presidente de Aços Especiais da Gerdau no Brasil. 

Fonte: Automotive Business

O mundo nunca importou tanto do agronegócio brasileiro em um mês de março: US$ 11,57 bilhões

As exportações do agronegócio brasileiro atingiram o valor recorde para o mês de março, alcançando US$ 11,57 bilhões. A cifra nunca havia ultrapassado US$ 10 bilhões para os meses de março, em toda a série histórica desde 1997. O valor é 28,6% superior aos US$ 9,0 bilhões no mesmo período de 2020.

Um dos motivos que explicam o bom desempenho do agronegócio é o aumento dos preços dos produtos exportados, que registraram alta de 8,7% na comparação com março de 2020. A quantidade vendida ao exterior registrou aumento de 18,3%.

O complexo soja foi o setor de maior destaque, com aumento nas exportações absolutas de US$ 1,66 bilhão. As condições climáticas da safra 2020/2021, que geraram atrasos na colheita do primeiro bimestre de 2021, em função do excesso de chuvas, concentraram os embarques da soja em grãos para março.

O setor de carnes também bateu recorde de exportações, ao totalizar US$ 1,60 bilhão, alta de 16,1%. A China foi o principal país responsável pelo aumento das exportações de carne bovina e carne suína do Brasil.

“O setor de criação animal para produção de carne na China possui histórico de enfermidades nos anos recentes, com destaque para Peste Suína Africana e a gripe aviária de alta patogenicidade, que assolaram e afetam os rebanhos chineses, sendo o principal fator responsável pela expansão das exportações brasileiras de carnes”, segundo análise da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

A principal carne exportada foi a bovina, com US$ 711 milhões em vendas externas (alta de 11,9%) e volume recorde de 158 mil toneladas (+7,8%). As exportações de carne suína também bateram recorde, com aumento de 51,2% no volume exportado, alcançando 108 mil toneladas equivalentes a US$ 260 milhões (+57,4%).

O complexo sucroalcooleiro observou a maior taxa de crescimento percentual dentre os principais setores exportadores (+59,4%). O volume de açúcar atingiu recorde de praticamente 2 milhões de toneladas em março de 2021 (+39,6%). Esse recorde de volume, em conjunto com o aumento de 9% no preço médio, gerou US$ 638,96 milhões em exportações (+52,1%).

Apesar do recorde das exportações do agronegócio em março, houve também forte elevação dos valores demais produtos (+37,6%), fato que explica a queda da participação do agronegócio de 49,1% para 47,4% no total do mês.

As importações do agronegócio também aumentaram, passando de US$ 1,28 bilhão em março de 2020 para US$ 1,34 bilhão, o que representa elevação percentual de 4,5%.

Fonte: Comex do Brasil