Ceva Logistics tem melhoria de 25% na produtividade dos processos aéreos na América do Sul. Receita no mundo cresceu 5,8% no primeiro semestre.

deniseEm entrevista exclusiva ao Portal LogNews Denise Carrion, VP América do Sul para Freight Management da empresa, relata o momento da CEVA e traz novidades ao mercado

Veja aqui a íntegra da entrevista exclusiva com o Portal LogNews:

Denise Carrion, VP América do Sul para Freight Management, 21 anos de CEVA.

1) LN: Quando a Sra. assumiu a função de VP para a América do Sul dos produtos aéreo e marítimo, em 2015, o desafio era o de alinhar e padronizar as melhores práticas entre os países da região, tanto em aspectos operacionais quanto em iniciativas e estratégias para os chamados produtos “Air & Ocean”. É possível fazer um balanço positivo dessa ação? Como foi esse caminho e as estratégias utilizadas?

Sim, esta era uma das principais missões logo após a CEVA ter se organizado em clusters. Somos 17 clusters em todo o mundo, com uma dinâmica de trabalho direta com os membros board da empresa e todas as nossas ações e estratégias tem o olhar para cada cluster. Não posso dizer que este trabalho está concluído, ainda há um bom caminho a percorrer, mas certamente já tivemos avanços positivos principalmente nas áreas operacionais, em padronização de processos e controles, em formas de medição de performance, em troca de conhecimento entre as equipes, melhores práticas, etc. Além de visitas presenciais a todos os países, há uma governança mensal que nos permite mesmo a distância avançar nas prioridades e necessidades de cada um. Enxergamos que o ponto de partida deveria ser a padronização, trazer todos para o mesmo nível de conhecimento das ferramentas, métodos e processos. Para isto, tivemos a chance de investir em uma equipe que chamamos de SPS – Systems & Process Specialists, que são especialistas em uma área de negócios (aéreo, marítimo) e tem por objetivo assegurar que todo o cluster possui os treinamentos operacionais e sistêmicos existentes na companhia e que todas as unidades de Freight Management trabalham seguindo nossos processos padrões e usando nossas ferramentas sistêmicas em sua máxima potencialidade. Entre 2016 e 2017 foram dadas mais de 800 horas de treinamento por esta equipe, nos 5 países e em todas as nossas filiais desta região. Para dar um exemplo concreto do resultado deste trabalho destaco nosso índice de melhoria em produtividade, nos processos aéreos melhoramos por volta de 25% nossa produção de processos por pessoa e no marítimo mais de 15% e somos um dos 5 Best Improvers Clusters ! Sem dúvida, vamos continuar fortalecendo nossos processos operacionais para garantir excelência de serviços e atendimento aos nossos clientes, e agora o foco será fortalecer nossas áreas de produto em todos os países, tanto no desembaraço aduaneiro, no aéreo e principalmente no marítimo.

 

2) LN: E hoje, exatamente 02 (dois) anos após, quais são as prioridades e demandas da CEVA em sua área?

Seguir consolidando a cultura da melhoria contínua de nossos processos operacionais em todo o cluster, tanto para dentro da empresa e principalmente para clientes e fortalecer as áreas de produto para propiciar maior crescimento do negócio. Temos crescido muito no transporte aéreo e no desembaraço aduaneiro, nossa oportunidade agora está no transporte marítimo. Estamos investindo em uma equipe diferenciada, com forte experiência no marítimo, não só no Brasil mas fora também, nas rotas onde temos mais interesse e volume. É um trabalho conjunto entre as áreas de produto e de vendas e estamos muito confiantes que em breve teremos frutos positivos destas mudanças.

 

3) LN: A infraestrutura da aduana brasileira sempre foi muito questionada, a exemplo dos problemas recentes de atrasos na liberação de carga pela ANVISA. A Sra. acha que as certificações OEA serão importantes para o futuro do comércio internacional no mundo e, principalmente, no Brasil? Como a CEVA está engajada nessa empreitada.

Hoje entendemos que os agentes certificados no OEA, sejam eles agentes de carga, importadores, exportadores, transportadores, despachantes ou depositários terão de alguma forma algumas vantagens durante o fluxo de comércio exterior, seja nos prazos de atendimento junto às Alfandegas, seja por consequência da revisão das exigências organizacionais exigidas pelo agente certificado. O que nós do mercado esperamos é que os outros  agentes envolvidos na cadeia toda como agências, ministérios, institutos sejam também parte atuante no processo e sejam alcançadas pelas vantagens dos agentes certificados. A CEVA no Brasil está na fase de auditoria da Receita Federal e ansiosa para poder oferecer aos clientes as vantagens de ser um agente de Carga Certificado, aliás já somos certificados no Peru e estamos convencidos em certificar todas as nossas filiais espalhadas pelo cluster e fora dele.

 

4) LN: Quando se fala em comércio exterior e logística no Brasil, não podemos deixar de avaliar o comportamento da economia no País. Como a Sra. vê esse momento atual e o que espera para o futuro?

Ainda delicado, instável, mas de forma geral acho que já podemos dizer que parou de piorar. Ainda longe de estar como pode ser já que somos uma potência, mas já sentimos algumas reações positivas das indústrias, um movimento maior de projetos e da operação da forma geral. Acho que um pouco da confiança está voltando, mesmo em meio a toda crise política e incertezas sobre a liderança do país em 2018. Para o futuro, para que a retomada siga de forma sustentada, realmente precisamos ver avançar e se materializar os temas mais de base que darão sustentabilidade para a retomada do crescimento (reformas trabalhistas, previdenciária, projetos de infraestrutura, etc) e assim os indicadores corretos se fortalece, a confiança aumenta e o ciclo virtuoso do progresso acontece.

 

5) LN: Tema Livre

Falamos muito da CEVA América do Sul acima e gostaria de destacar os resultados globais da CEVA neste segundo trimestre. Nossa receita do segundo trimestre foi de USD 1,7M o que representa 6,4% de crescimento em moeda constante. Este é mais um trimestre com um ótimo salto de crescimento. Para o semestre total as receitas alcançaram USD 3,3M, atingindo 5,8% de crescimento em moeda constante. O EBITDA do 2o trimestre foi de USD 70M, representando 12,8% de crescimento ano sobre ano e no total do semestre foi de USD 124 milhões, mais de 8% de crescimento em relação a 2016. As duas unidades de negócio tiveram resultados sólidos e de crescimento. Em Contract Logistics, novos negócios em contratos Automotivos, de Bens de Consumo e E-Commerce asseguraram o crescimento da receita em 4,5%. Em Freight Management a receita cresceu 8,8% ano sobre ano em moeda constante, com crescimento de volumes no transporte aéreo acima de 15% e no marítimo 3,5% ano sobre ano. Mesmo com os grandes desafios no mercado aéreo e marítimo de forma geral, as margens se mantiveram estáveis e importantes ganhos de produtividade e eficiência obtidos através do nosso Programa de Excelência contribuíram fortemente para o EBITDA de USD 20 milhões, 10% maior em moeda constante. Estamos muito felizes e orgulhosos pelos resultados de nossa companhia e nos mantemos todos muito focados para finalizar um 2017 com muito progresso.