ABIQUIM: importações do setor químico batem recorde e crescem quase 50% no acumulado até setembro

Dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostram que o déficit comercial do setor foi de US$ 49 bilhões de janeiro a setembro, superior aos US$ 46,3 bilhões do ano passado, até então o maior déficit anual da história do segmento. A Abiquim prevê déficit de US$ 65 bilhões para o ano de 2022.

Recorde importação – Até setembro, as importações somaram recorde de US$ 62,5 bilhões, com aumento de 47,4% sobre igual período do ano passado. O valor importado já é maior ao total de 2021. Desde maio de 2022, as importações de produtos químicos têm superado os US$ 7 bilhões mensais, quase o dobro das mensais médias anteriores à pandemia da covid-19.

As exportações brasileiras de produtos químicos permaneceram estáveis, mas muito abaixo das importações, com vendas médias de US$ 1,5 bilhão. No acumulado do ano, as vendas externas totalizaram US$ 13,5 bilhões, 33% acima do mesmo período de 2021. A piora da balança comercial dos produtos químicos deveu-se à alta dos preços, à manutenção da atividade econômica em patamares elevados nas cadeias produtivas que demandam químicos, além da sazonalidade do terceiro trimestre

O adverso cenário dos últimos anos tem impedido que oportunidades geradas pelo crescimento da demanda se transformem em investimento e produção efetiva”, disse a diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, em nota. A diretora da Abiquim defende um “endereçamento adequado” sobre as questões de energia, matérias-primas e carga tributária. Um dos principais entraves ao setor é o custo do gás no País.