Grupo farmacêutico anuncia hub e quer aumentar exportações no Brasil
Enquanto resiste às pressões do novo governo dos EUA, Severin Schwan, presidente executivo mundial da Roche, sinaliza a disposição do laboratório de continuar negociando preços com o governo brasileiro, um de seus principais compradores no país. Além de ampliar as exportações a partir do Brasil. Segundo Schwan, o foco no Brasil é trabalhar para aumentar o acesso a seus remédios – e elevar o volume de vendas. Ele diz que isso não depende só da empresa, mas também do governo e de hospitais e que espera que o clima de colaboração prossiga.
Apesar de impactos recentes, o executivo estima que 2016 foi importante para a empresa suíça pavimentar o terreno para o futuro, com o lançamento no mercado brasileiro de quatro produtos de alta complexidade do portfólio de inovação: nova apresentação subcutânea de Mabthera, que diminui a estadia do paciente no hospital de três horas para cinco minutos; o Cotellic, para tratamento do melanoma metastático; o Erivedge, contra o câncer de pele do tipo basocelular; e o Esbriet, utilizado para Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI).
Hub e Exportação – Além disso, foi concluída a primeira fase de investimentos na fábrica do Rio de Janeiro. Foram aplicados R$ 108 milhões em infraestrutura e tecnologia na unidade, representando pouco mais de um terço dos R$ 300 milhões que serão investidos até 2020. Com isso, Roche Farma quer assegurar a transformação da fábrica em um hub de exportação para a América Latina. O plano é de que laboratório expanda em 20% o volume de exportações a partir no fim de2017 ou início de 2018. Hoje, 35% da produção é exportada. A fábrica do Rio de Janeiro produz 16 milhões de unidades de medicamentos. Não há planos de exportação para os Estados Unidos.
A Roche no Brasil investiu R$ 121 milhões em pesquisa clínica somente no ano passado, tem mais de 2000 pacientes participando dos estudos de doenças graves e o plano é de continuar investindo o mesmo nível de 2016. “Estamos otimistas com uma retomada, voltaremos a crescer nos patamares do mercado”, afirma Rolf Hoenger. O executivo cita dados da IMS indicando que o mercado farmacêutico deve crescer em torno de 8% em 2017. Este ano, o laboratório prevê lançamentos de remédios contra câncer de mama, de pulmão e e carcinoma basocelular (tipo de câncer de pele que tem origem nas células basais), entre outras.
Por outro lado, a Roche diz que ainda não possui a aprovação da Anvisa para seu teste automatizado para detecção do vírus da Zika. Conseguiu até agora apenas a liberação para comercializar os reagentes e equipamentos RUO (research use only), permitindo que profissionais de saúde e laboratórios de análises clínicas realizem o teste de detecção. “Estamos sempre comprometidos com o Brasil e prontos para quando o ciclo de retomada chegar”, disse Schwan, presidente mundial.
Com informações do VALOR