Importações em Sorocaba crescem 22,69% em 2017

A balança comercial sorocabana apresentou alta tanto nas exportações quanto nas importações no acumulado de 2017 em comparação a 2016. As exportações aumentaram 6,57%, enquanto as importações subiram 22,69%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Ao longo do ano passado, as indústrias instaladas em Sorocaba arrecadaram US$ 1,34 bilhão em produtos exportados. Maio foi o melhor mês do ano em exportações, quando a arrecadação somou US$ 124,8 milhões. Em 2016, a balança comercial sorocabana arrecadou US$ 1,25 bilhão com vendas para outros países.

Entre os principais países e blocos econômicos de destino dos produtos fabricados em Sorocaba, a Argentina ocupa o primeiro lugar entre os compradores. O país vizinho importou US$ 657,4 milhões em mercadorias produzidas na cidade, o que representa um aumento de 45% em relação ao acumulado de 2016 nas transações entre os dois países.

Para os Estados Unidos, que estão em segundo lugar, Sorocaba exportou US$ 117,7 milhões. Em 2016 as transações com os norte-americanos tinham sido 54% maiores, quando o país chegou a importar US$ 259,1 milhões. Em seguida vem a Alemanha, com US$ 110,3 milhões, e depois o Peru, que importou US$ 61,7 milhões em produtos da indústria sorocabana. As exportações para esse país tiveram aumento de 101,7% em comparação a 2016.

A maior parte das exportações sorocabanas foi de bens de capital (42,26%), seguida pelos bens de consumo (31,18%) e bens intermediários (26,56%). Entre os produtos que mais foram exportados, segundo os dados da balança comercial, estão os automóveis, que fizeram com que as indústrias sorocabanas arrecadassem US$ 388,5 milhões, representando 28,96% do total exportado. Em seguida vem peças e acessórios de veículos (11,48%) e depois máquinas e aparelhos agrícolas (8,81%).

As importações realizadas ao longo de 2017 em Sorocaba, segundo os dados divulgados, somam US$ 2,1 bilhões. No ano anterior o valor tinha sido de US$ 1,7 bilhão. O saldo da balança comercial no ano passado foi negativo em US$ 836 milhões. Por ser um cidade industrial, as importações de Sorocaba costumam ser maiores que as exportações. Componentes e insumos são comprados do exterior e os produtos são vendidos no mercado interno ou exportados. Também são importados equipamentos e máquinas para a própria indústria.

Em 2017 o mês que a cidade mais fez compras no exterior foi outubro, com US$ 169,4 milhões. O país que mais exporta para Sorocaba é a China, responsável por US$ 740,1 milhões (33,9%) do total destinado à importação pelo município. Em seguida vem Alemanha (12,45%), Japão (9,99%), Estados Unidos (8,21%) e Malásia (4,59%).

 

Diretor do Ciesp vê sinal de recuperação – O crescimento nas importações e nas exportações de Sorocaba são bons sinais de recuperação da economia, diz o diretor do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos. O resultado de elevação em 22% nas importações, aponta ele, evidencia a compra fora do País de produtos que são incorporados no setor de manufatura, ou seja, importa-se mais, a produção aumenta e em muitos casos isso se reverte em exportação.

Syllos afirma que no último trimestre de 2017 foi possível observar uma melhoria tímida no mercado, e esse crescimento gradual deve ser mantido. “Assim ocorre a retomada de geração de emprego e o País ganha força econômica.” Segundo o diretor do Ciesp Sorocaba, a região é muito forte no mercado automotivo e cerca de 30% dos automóveis fabricados na cidade são exportados para países da América do Sul, principalmente Argentina.

A estabilidade do câmbio também é outro fator favorável para o comércio exterior, aponta Syllos. “A inflação está controlada, o câmbio estável, a taxa Selic foi reduzida e isso deve aquecer a economia. Será uma retomada lenta, mas gradativa”, acredita.

Para que as exportações decolem, destaca Syllos, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer. Segundo ele, a China é um exemplo a ser seguido, pois dominou a exportação incentivando desde microeempreendedores até as grandes empresas a se lançarem no mercado internacional. “O custo no Brasil com a carga tributária é muito alta e por isso as exportações ainda são tímidas. O nosso produto acaba sendo mais caro para ser colocado no comércio exterior”, afirma.

Fonte:  Jornal Cruzeiro do Sul