Chinesa Envision estuda investir no segmento eólico no Brasil

energia-ec3b3licaA Envision Energy, segunda maior companhia chinesa de energia eólica, colocou o Brasil no seu radar para investimentos em meio a expectativa de ambiente mais positivo no país.

“Talvez seja o momento de investir agora, com a mudança de governo”, afirmou o diretor-executivo da companhia, Felix Zhang, em entrevista ao Valor. Ele contou que esteve no país há quatro anos, mas considerou difícil investir diante do que chama de regulação rigorosa, infraestrutura complicada e custos trabalhistas elevados.

“Foi por isso que decidimos investir no México e no Chile”, afirmou. No México, a Envision fez o maior investimento direto por uma companhia chinesa no setor de renováveis em plena expansão no país.

O executivo vê um “potencial enorme” para investir na produção de equipamentos no Brasil. Ele diz que agora está esperando “a situação estabilizar, ver melhora no ambiente de negócios e que incentivos virão para os investimentos” no setor.

“Se nosso plano de investimentos no México é de US$ 600 milhões em alguns anos, no Brasil poderia ser pelo menos o dobro, pois é o maior mercado para energia renovável na América Latina”, afirmou Zhang.

No Chile, o investimento inicial de US$ 33 milhões num parque eólico deve crescer gradualmente para US$ 150 milhões. Zhang esteve recentemente na Argentina, também em busca de oportunidades, e voltou satisfeito com os contatos com o setor privado e autoridades do governo de Mauricio Macri.

Especializada em tecnologia para renováveis, provadora de equipamentos eólicos e sistemas de gestão de instalações em energia limpa, a Envision cresceu rapidamente no exterior com algumas centenas de milhões de dólares de investimentos nos Estados Unidos, Europa e América do Sul.

A última aquisição da companhia foi a empresa BazeFields, da Noruega, especialista em tecnologia digital para o setor de energia.

“Estamos perto [de fechar] de investir na França nas próximas semanas”, adiantou Zhang, visivelmente entusiasmado.

Comentando a situação econômica em geral, Zhang se diz confiante nos mercados emergentes e acha que o pessimismo deveria ser sobre os países desenvolvidos. 

Fonte: Valor Econômico