Davos: investidores sinalizam retorno da confiança no Brasil, que volta a ser a “bola da vez”

As rodadas para apresentação do Brasil, realizadas pela equipe econômica durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos-2020, receberam expressiva adesão de investidores estrangeiros neste ano. Mais de 50 executivos de empresas confirmaram presença nas apresentações para um balanço do primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro.

O Brasil esteve representado (FOTO) pelo Ministro Paulo Guedes, Gustavo Montezano (BNDES) e Marcos Troyjo. O presidente do Bradesco, Octavio Lazari, que já realizou 12 dos mais de 25 encontros agendados pelo banco durante o evento na Suíça, nota uma retomada da confiança no país. O sentimento que a gente percebe dos investidores é de um pouco mais de confiança no Brasil. O que precisa é que as reformas andem rápido, disse.

O banqueiro André Esteves, sócio do BTG Pactual, que também foi a Davos, diz que após 33 encontros ao longo de três dias, em paralelo ao fórum, identificou uma melhora na imagem do Brasil entre estrangeiros. A sensação em Davos é que o Brasil voltou a estar na moda, disse Esteves.

Ele destacou, porém, que o país precisa ficar alerta ao meio ambiente, que dá tom às discussões em Davos. Estamos gerindo a economia tão bem, não podemos derrapar nessa parte, afirmou. A sala reservada no fórum à apresentação do Brasil, dentro do chamado Country Strategy Dialogue, lotou.

Chamou a atenção que praticamente metade dos 60 participantes eram os presidentes de grandes empresas globais que precisam entender para onde o Brasil está indo antes de definir o tamanho da presença no país nos próximos anos.

Segundo relatos – o evento é fechado para a imprensa –, o ministro Paulo Guedes fez uma apresentação de 40 minutos com um balanço sobre o primeiro ano de governo, destacando, em especial, a conclusão da reforma da Previdência. As perguntas indicaram que os investidores têm duas preocupações em relação ao Brasil: se governo e Congresso vão mesmo dar continuidade ao programa de reforma, concluindo neste ano especialmente as reformas tributária e administrativa, e se o Palácio do Planalto está atento a questões ambientais que, se não forem devidamente atendidas, podem gerar sanções externas – em especial de países europeus.

O governo tenta passar a mensagem de que sim, está atento à questão ambiental. Guedes aproveitou parte do evento para afirmar aos presentes que o governo está atento à Amazônia, que vem tomando medidas para preservar a floresta e que ninguém quer que a região queime – assim como, nas palavras do ministro relatadas
pelos presentes, ninguém quer que a Austrália queime.