Empresas migram para condomínios logísticos para driblar os gargalos da distribuição

Com o trânsito cada dia pior e os horários de circulação de veículos pesados mais restritos, empresas estão buscando condomínios logísticos que ficam às margens das grandes cidades

Para operações logísticas, o aumento do trânsito nas cidades é um desafio. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) apontam que a frota brasileira mais do que dobrou nos últimos dez anos, superando a marca de 80 milhões de veículos ao final de 2013. O número elevado de automóveis ocasiona congestionamentos frequentes e já levou algumas cidades a restringir a circulação de caminhões em áreas urbanas, o que leva transportadores a buscarem alternativas, encarecendo o frete.
Desde 2012, a Proimport, empresa nacional do setor atacadista e de comércio exterior, utiliza as instalações do Mega Centro Logístico Itajaí, em Santa Catarina, para concentrar suas atividades de importação, armazenagem e distribuição para todo o País. Guilherme Araldi, diretor da companhia, destaca os condomínios logísticos como alternativa para otimizar as operações. “Os imóveis estão localizados em pontos estratégicos de escoamento, fugindo de centros urbanos para áreas de fácil acesso às principais rodovias.”

Araldi lembra, ainda, que a distribuição de produtos exige atenção, especialmente em relação a cargas com entrega fracionada. “Nesse caso, além das políticas de circulação e das ruas com excesso de veículos, as transportadoras precisam lidar com a dificuldade para encontrar pontos para estacionar. Essa soma de fatores reduz a agilidade e aumenta os custos.”
Além de se beneficiarem com a localização, empresas instaladas em condomínios podem firmar parcerias para transporte e distribuição conjuntos de mercadorias. Com isso, o custo do frete diminui e a quantidade de caminhões que circulam no condomínio também é reduzida, agilizando o deslocamento dos veículos para a carga e descarga de materiais.
Pelo fato de as empresas compartilharem, também, as despesas com itens como segurança e infraestrutura, esse tipo de empreendimento se torna ainda mais atrativo financeiramente, se comparado a um estabelecimento individual. “Essa sinergia gera redução de despesas, maior produtividade, ganho de tempo e melhor nível de serviço a todos”, destaca José Luis Demeterco Neto, presidente da Capital Realty, empresa proprietária dos empreendimentos Mega.

Para abater custos, é possível, ainda, planejar ações individuais para otimizar processos e ganhar escala na logística. As empresas podem economizar, por exemplo, ocupando o armazém em sua totalidade e realizando a distribuição de uma quantidade maior de produtos em cada entrega. Outra opção é dividir os investimentos logísticos em fases, expandindo conforme a demanda do mercado. “A integração entre todas as partes precisa ser feita desde o planejamento de cada ação, obra ou investimento, pois a logística não deve ser pensada isoladamente”, alerta Demeterco.

Fonte: Revista Mundo Logística