Exportações nas indústrias de Sorocaba crescem 18% em maio

No acumulado dos últimos cinco primeiros meses, as exportações sorocabanas aumentaram 8,46%

As exportações da indústria de Sorocaba cresceram 18,43% em maio deste ano, chegando ao melhor resultado para um mês desde julho de 2015. O montante de US$ 126.376.449 do mês passado é 11,17% superior ao de maio de 2015, que atingiu US$ 113.674.331. No acumulado dos cinco primeiros meses, as exportações sorocabanas aumentaram 8,46%, no valor de US$ 540.148.453, livre de impostos e taxas. A desvalorização do real em relação ao dólar e a crise econômica no mercado interno influenciaram a alta das vendas para o exterior, afirmam economistas.

O aumento nas exportações ao longo dos primeiros cinco meses deste ano se deve à ampliação da participação de países da América Latina, além de Alemanha, China e Austrália na balança comercial sorocabana. Entre janeiro e maio do ano passado, os alemães — principais parceiros da indústria de Sorocaba — adquiriram US$ 36.621.276 em produtos locais. No mesmo período de 2016, o montante passou a US$ 41.487.182, o que representa avanço de 7,7%.

Terceiro principal comprador da indústria de Sorocaba, o México ampliou as importações em 4%, passando de US$ 19.304.278 para US$ 21.468.528. Outro crescimento foi nas exportações para o Chile, que nos cinco primeiros meses deste ano foram de US$ 20.850.005. O montante é 20,88% superior aos US$ 17.248.172 registrados de janeiro a maio de 2015. Já a Austrália, que no mesmo período do ano passado, importou US$ 2.216.090 em produtos sorocabanos, em 2016 chegou a US$ 14.528.330. O aumento foi de 555%.

Avanço tímido – Na avaliação do economista Lincoln Lima, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), o aumento das exportações está ligado, principalmente, à alta do dólar e a procura por mercados externos por empresas brasileiras como forma de driblar a crise econômica interna. Já a presença da Austrália entre os principais países de destino das exportações é reflexo de uma retomada na relação comercial, que já foi muito mais intensa, mas que nos dois últimos anos estava perdendo força. “Austrália que já foi o 12º destino das exportações de Sorocaba em 2008, fechou o ano de 2015 em 24º lugar. ” O crescimento das exportações no ano, no entanto, foi tímido, afirma Lima. Os dados de maio também não representam um grande avanço, segundo ele, porque esse mês sempre registrou alta. “As exportações sorocabanas em 2016 estão apresentando um desempenho um pouco melhor em relação ao mesmo período de 2015, porém esse desempenho ainda é tímido”, acredita o economista.

O secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet) de Sorocaba, Geraldo Almeida, atribui a melhora nas exportações ao dólar. Ele acrescenta, contudo, que as empresas brasileiras estão sendo obrigadas a procurar o exterior para vender. “É uma lição para o brasileiro não ficar dependente só do mercado interno”, ressalta.

Inglaterra – A saída da Inglaterra da União Europeia, aprovada pela população do Reino Unido neste mês, pode ser outra contribuição para a melhora nas exportações de Sorocaba. Para Almeida, a notícia é importante, uma vez que a cidade possui duas grandes empresas britânicas e a terceira deve chegar em breve. “Para nós, o que vai acontecer é que será possível fazer mais acordos bilaterais. E pode ser que eles procurem mais o Brasil”, avalia.

O economista Lima, por outro lado, acredita que esse fato pode trazer riscos e oportunidades. “O maior risco seria a desaceleração econômica e a desvalorização da libra, que poderão reduzir as importações do Reino Unido e dificultar as exportações de Sorocaba para lá”, diz. No entanto, aquela é a região menos protecionista da Europa, de modo que a saída da zona do euro poderia intensificar as exportações sorocabanas para essa região, considera Lima.

Outro fato positivo para Sorocaba, conforme o secretário Geraldo Almeida, é a renovação do acordo automotivo entre Brasil e Argentina até 2020. Segundo ele, o país vizinho é destino de grande parte da produção metal-mecânica e automotiva da cidade. O Etios, fabricado em Sorocaba pela Toyota, também tem a Argentina como principal mercado.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul