Governo prepara criação de 4 subsidiárias da Infraero

O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disse que o governo finaliza um estudo para abertura de quatro subsidiárias da estatal Infraero: de serviços, participações, navegação e aeroportos, com possibilidade de abertura de capital. Esse estudo está em âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e do Ministério dos Transportes. “Estamos justamente agora calibrando o sistema público e o concessionado para saber se haverá necessidade ou não de mais aeroportos [irem a leilão]”, afirmou Quintella.

Amargando resultados negativos desde que nove de seus aeroportos foram entregues à iniciativa privada, a partir de 2012, a Infraero começa a se reestruturar e planeja, até 2018, vender até 49% de cada um dos 20 aeroportos, a serem administrados pela futura empresa Infraero Aeroportos, em bolsa de valores. O Aeroporto do Recife está entre os primeiros que terá ações comercializadas a investidores nacionais e estrangeiros com a expectativa de levantar recursos para a empresa.

A estatal teve resultados negativos em 2015 e em 2016, quando apresentou prejuízos de R$ 3 bilhões e de R$ 700 milhões, respectivamente. A ideia é que, ao alçar voo junto à parceria privada, a dona dos aeroportos públicos apresente lucro de R$ 472 milhões este ano.

A restruturação prevê, além da Infraero Aeroportos, a criação de mais três subsidiárias que vão ajudar a empresa nesse processo de soerguimento. “Uma cuidará das participações das Sociedades de Propósito Específico, na qual a empresa tem fatia minoritária em empreendimentos; outra fará a transferência do projeto de navegação para a Aeronáutica, custos estes que oneram o nosso desempenho; e a terceira ficará responsável pelos serviços aeroportuários”, disse o presidente da Infraero, Antônio Claret, destacando que o funcionamento das mesmas deve começar até o fim deste ano.

Dentro desse bojo, a Infraero Aeroportos terá papel fundamental para manter os terminais dando lucro e, com isso, atrair investimentos sem ônus para a União. “Nesse momento, a nossa ideia é pegar cinco aeroportos (Congonhas, Santos Dumont, Manaus, Curitiba e Recife), abrir uma empresa em cada terminal e buscar um parceiro privado.

Tudo isso sendo desenvolvido e acompanhado pela Lei13.300, responsável pelo controle das estatais”, reforçou Claret. Quando o programa for implantado, a perspectiva é projetar ainda mais os resultados dos maiores aeroportos da empresa pública. O Aeroporto do Recife, por exemplo, recebeu, em 2016, 6,8 milhões de passageiros e teve resultado positivo de R$ 16,8 milhões.