Três empresas chegam ao interior de São Paulo

helices finalBYD chega com planos e 300 vagas. Aircraft Propeller Services instala-se em Atibaia e Guarujá Equipamentos se muda da Capital para Valinhos

Com a perspectiva de melhora no cenário da economia brasileira, a chinesa BYD vai começar a operar no final do ano a fábrica de painéis solares instalada em Campinas. Empresários chineses se reuniram ontem com o prefeito Jonas Donizette (PSB) e os secretários de Trabalho e Renda, Arnaldo Salvetti, e de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo, Samuel Rossilho, para assinar um convênio visando a contratação de 300 vagas de emprego para trabalhar na planta industrial. O Centro Público de Apoio ao Trabalhador (CPAT) fará uma pré-seleção dos trabalhadores. O investimento da BYD é de aproximadamente R$ 100 milhões e a empresa terá capacidade para produzir anualmente 200 MW em painéis solares – o suficiente para abastecer uma cidade de aproximadamente 400 mil habitantes por um ano. É o equivalente a um município do porte de Piracicaba, por exemplo. E a empresa tem planos de duplicar a capacidade no futuro.

A fábrica de Campinas será a única da BYD no País e a perspectiva da empresa é que os primeiros painéis solares saiam da fábrica em março do ano que vem. A unidade será instalada no mesmo espaço onde funciona a montagem de chassis de ônibus elétricos, também da empresa chinesa, no Terminal Intermodal de Cargas. A BYD já tem clientes para os primeiros lotes dos painéis solares que serão fabricados na planta campineira. Os nomes dos compradores não foram divulgados, mas são consórcios que venceram leilões de geração de energia realizados pela Aneel. O diretor de marketing e relações governamentais da BYD, Adalberto Maluf, explicou que os empregos serão para várias funções e diferentes qualificações. O CPAT vai fazer a pré-seleção dos interessados e encaminhá-los para avaliação da empresa. Parte dos funcionários embarcará para a China ainda no final deste ano para passar por treinamento. A vice-presidente mundial da empresa chinesa, Stella Li, afirmou que confia na recuperação da economia brasileira. Ela explicou que a escolha de Campinas para instalar a fábrica da empresa no País considerou fatores como mão de obra qualificada, logística e visão inovadora da cidade, que foi a primeira do País a utilizar um ônibus elétrico. A BYD tem planos para realizar outros investimentos em Campinas, entre elas a fabrica- ção de caminhões e empilhadeiras elétricas.

O vice-cônsul da China no Brasil, Niu Tao, também mostrou confiança na recuperação da economia brasileira e comparou os dois países. “O Brasil vive hoje um momento de dificuldade, mas o governo chinês acredita que o futuro certamente será muito bom. O Brasil é muito parecido com a China, com grande potencial e um mercado consumidor muito grande. E tem um grande trunfo, que são suas riquezas naturais”, disse. Para o secretário Samuel Rossilho, o início das atividades da empresa em Campinas é reflexo das ações realizadas há anos pelo município.

Considerada uma das 10 empresas mais inovadoras do mundo, também tem plantas industriais e escritórios nos Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia do Sul, Índia, Taiwan e Hong Kong.

Hélices – Já a Aircraft Propeller Services, empresa americana que abre sua primeira unidade de manutenção de hélices no Brasil, instala-se em Atibaia e já começa a atender clientes na Sede que chegará a ter 30 funcionários.

A Aircraft Propeller Services (APS) anunciou na quarta-feira, 10 de agosto, o início das operações de sua primeira unidade brasileira, instalada em Atibaia. A empresa americana é uma das líderes mundiais em manutenção de hélices aeronáuticas, e já foi certificada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para realizar suas operações.

O projeto envolve, no total, investimentos de R$ 4,5 milhões, sendo que R$ 500 mil serão aplicados em 2017 após o aumento de demanda que está previsto com novos projetos, quando o número de funcionários deve passar dos atuais 11 para 30.

Empresa se muda para Valinhos – Por fim, quem está de mudança é a Guarujá Equipamentos que transfere a sua linha de produção da Capital para a RMC.

A fabricante de materiais para tratamento de água, esgoto e efluentes Guarujá Equipamentos anunciou ontem a transferência de sua linha de produção da Capital paulista para Valinhos. A empresa deverá ampliar sua capacidade em 30% até março do ano que vem, quando a construção da estrutura deve estar concluída – por enquanto, apenas um dos dois prédios previstos está em funcionamento.

Fundada em 1989, a Guarujá Equipamentos já esteve instalada em diversos endereços na Capital, e passa por sua primeira grande mudança. Segundo o diretor da empresa, Alexandre Ravagnani, a vinda para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) começou em mar- ço, com 45 funcionários transferidos de São Paulo, mais vinte trabalhadores locais contratados até agora (entre 50 a 100 vagas ainda serão geradas até a conclusão do segundo prédio). “Do ponto de vista de pessoal, o Interior tem um nível profissional superior ao da Capital. A questão de logística também é muito boa, e a mão-de-obra é qualificada”, ressalta. Com faturamento de R$ 20 milhões anuais e investimento de R$ 3,5 milhões obtidos através do Investe SP, a expectativa da empresa é dobrar sua capacidade de produção já no ano que vem, especialmente através das exportações. “Trabalhamos com infraestrutura, um setor que está passando por uma forte crise no Brasil. Estamos trabalhando com capacidade mínima, mas a previsão é voltarmos aos níveis de dois anos atrás até a conclusão do segundo prédio” disse Ravagnani.

A empresa tem contratos com companhias de abastecimento em todos os Estados do país (inclusive com a Sanasa e a Sabesp), e exporta para países da América do Sul como Colômbia e Paraguai. Também está em negociação com o setor na Argentina.

A unidade será a primeira e única da América Latina licenciada para fazer a manutenção de hélices da UTC Aerospace Systems, antiga Hamilton Sundstrand, com capacidade de inspecionar e reparar hélices 586F com tecnologia de Wrap Compression.

“Com a certificação da Anac, a APS Brasil está bem posicionada para atender os operadores brasileiros das aeronaves ATR 42/72 e CASA CN295 – Azul, Passaredo, MAP, Total, Flyways e Modern Logistics, além da própria Força Aérea Brasileira. Estamos comprometidos a ajuda-los a otimizar custos operacionais e de transporte, diminuindo o tempo de reparo em suas aeronaves. Construímos esta oficina para os operadores Brasileiros”, afirma o vice-presidente de vendas e marketing da empresa, Dennis Santare.

Segundo ele, o investimento faz parte da estratégia global de negócios da empresa de construir uma rede de unidades em locais-chave ao redor do mundo. “O centro em Atibaia vai oferecer um ponto logístico conveniente e de alto custo-benefício para os clientes que já temos no Brasil”, explicou.

A APS também está trabalhando para conseguir a certificação da EASA (Agência de Segurança Europeia de Aviação, em inglês) até o fim do trimestre e para tornar-se um provedor de serviços terceirizados como ensaios não destrutivos, aspersão térmica, pinturas, entre outros.

Com informações: Correio Popular e Investe SP