América Latina tem maior movimento mundial na carga aérea e cresce 9% em agosto

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de agosto de 2022, que demonstraram resiliência em meio às incertezas econômicas.

  • A demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs*), ficou 8,3% abaixo dos níveis de agosto de 2021 (-9,3% para operações internacionais). Este resultado é uma pequena melhoria em relação ao declínio de 9,7% registrado em julho de 2022 versus julho de 2021.
  • A capacidade ficou 6,3% acima daquela registrada em agosto de 2021 (+6,1% para operações internacionais). Este é um aumento significativo em relação ao aumento anual de 3,6% registrado em julho de 2022 versus julho de 2021.
  • Vários fatores devem ser destacados no ambiente operacional:
    • O comércio global de mercadorias expandiu ligeiramente em agosto e a flexibilização das restrições da COVID-19 na China afetará positivamente os mercados de carga.
    • Embora o transporte marítimo seja o principal favorecido, o transporte aéreo de carga também se beneficiará desses desenvolvimentos.
    • Os níveis de inflação nos países do G7 desaceleraram pela primeira vez desde novembro de 2020.
    • Os preços do petróleo estabilizaram em agosto e o “crack spread” (diferença entre a cotação do combustível frente ao barril de petróleo cru) do combustível de aviação caiu após atingir o pico em junho.
    • Os novos pedidos de exportação, um indicador importante da demanda de carga e do comércio global, diminuíram nas principais economias de todas as regiões, exceto nos Estados Unidos.

 “O transporte aéreo de carga continua demonstrando sua resiliência. Os volumes de carga, embora abaixo do desempenho excepcional de 2021, estão relativamente estáveis diante das incertezas econômicas e dos conflitos geopolíticos. Os mercados permanecem com características mistas. O mês de agosto apresentou vários indicadores com potencial de alta: os preços do petróleo estabilizaram, a inflação desacelerou e houve uma ligeira expansão das mercadorias comercializadas globalmente. Mas a redução de novos pedidos de exportação em todos os mercados, exceto nos Estados Unidos, indica que a evolução nos próximos meses terá que ser observada com atenção”, disse Willie Walsh, Diretor Geral da IATA.

América Latina cresce 9% – As transportadoras da América Latina relataram aumento de 9,0% nos volumes de carga aérea em agosto de 2022 em relação ao mesmo mês de 2021. Este foi o melhor resultado entre todas as regiões. As companhias aéreas da região mostraram otimismo e introduziram novos serviços e capacidade e, em alguns casos, investiram em aeronaves adicionais para carga aérea nos próximos meses. A capacidade em agosto aumentou 24,3% em relação ao mesmo mês de 2021.

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico relataram queda de 8,3% nos volumes de carga aérea em agosto de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2021. Este resultado foi uma melhoria em relação ao declínio de 9,0% registrado em julho. As companhias aéreas da região se beneficiaram do pequeno aumento da atividade comercial e industrial devido ao relaxamento das restrições da COVID-19 na China. A capacidade disponível na região aumentou 13,9% quando comparada à capacidade de agosto de 2021, um aumento significativo em relação ao crescimento de 2,7% registrado em julho.

As transportadoras da América do Norte registraram queda de 3,4% nos volumes de carga em agosto de 2022 em comparação com agosto de 2021. Esse índice representa uma melhoria em relação à queda de 5,7% registrada em julho. A flexibilização das restrições na China melhorou a demanda e um novo aumento é esperado nos próximos meses. A capacidade aumentou 5,7% em relação a agosto de 2021.

As transportadoras da Europa relataram queda de 15,1% nos volumes de carga aérea em agosto de 2022 em comparação com o mesmo mês de 2021. Esse foi o pior desempenho entre todas as regiões pelo quarto mês consecutivo e está relacionado à guerra na Ucrânia. A escassez de mão de obra e os altos níveis de inflação, principalmente na Turquia, também afetaram os volumes. A capacidade aumentou 0,4% em agosto de 2022 em comparação com agosto de 2021.

As transportadoras do Oriente Médio registraram queda de 11,3% nos volumes de carga aérea em agosto de 2022 versus agosto de 2021. Os volumes de carga estagnados de/para a Europa afetaram o desempenho da região. A capacidade caiu 0,1% em relação a agosto de 2021.

As companhias aéreas da África registraram aumento de 1,0% em agosto de 2022 em relação a agosto de 2021. Este resultado representa uma melhoria significativa em relação ao crescimento registrado no mês anterior (-3,5%). A capacidade ficou 1,4% abaixo dos níveis de agosto de 2021.

ABIQUIM: importações do setor químico batem recorde e crescem quase 50% no acumulado até setembro

Dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostram que o déficit comercial do setor foi de US$ 49 bilhões de janeiro a setembro, superior aos US$ 46,3 bilhões do ano passado, até então o maior déficit anual da história do segmento. A Abiquim prevê déficit de US$ 65 bilhões para o ano de 2022.

Recorde importação – Até setembro, as importações somaram recorde de US$ 62,5 bilhões, com aumento de 47,4% sobre igual período do ano passado. O valor importado já é maior ao total de 2021. Desde maio de 2022, as importações de produtos químicos têm superado os US$ 7 bilhões mensais, quase o dobro das mensais médias anteriores à pandemia da covid-19.

As exportações brasileiras de produtos químicos permaneceram estáveis, mas muito abaixo das importações, com vendas médias de US$ 1,5 bilhão. No acumulado do ano, as vendas externas totalizaram US$ 13,5 bilhões, 33% acima do mesmo período de 2021. A piora da balança comercial dos produtos químicos deveu-se à alta dos preços, à manutenção da atividade econômica em patamares elevados nas cadeias produtivas que demandam químicos, além da sazonalidade do terceiro trimestre

O adverso cenário dos últimos anos tem impedido que oportunidades geradas pelo crescimento da demanda se transformem em investimento e produção efetiva”, disse a diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, em nota. A diretora da Abiquim defende um “endereçamento adequado” sobre as questões de energia, matérias-primas e carga tributária. Um dos principais entraves ao setor é o custo do gás no País.

Brasil envia memorando inicial de adesão à OECD

O processo de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) teve mais um passo concluído. O governo brasileiro encaminhou ao organismo internacional, que reúne as economias mais industrializadas do planeta, o memorando inicial, que servirá de base para avaliar o alinhamento do país aos compromissos do grupo.

Enviado por carta com data de 30 de setembro, o memorando foi detalhado hoje (6) em cerimônia no Palácio do Planalto. A entrega do documento estava prevista no roteiro de adesão do Brasil ao grupo, aprovado pela OCDE em junho.

Com 1.170 páginas, o memorando avalia o grau de alinhamento das legislações, das políticas e das práticas do país candidato aos padrões estabelecidos pela OCDE em 32 diferentes setores. Entre as áreas analisadas, estão comércio, investimento, economia digital, saúde, educação, meio ambiente, concorrência, turismo e energia nuclear.

O nível de cumprimento de cada uma das 230 normas da OCDE foi analisado, das quais 208 são indispensáveis para o ingresso na organização. Segundo o governo brasileiro, o país aderiu a 108 normas e está em processo de adesão a mais 45.

“O memorando inicial servirá de base para as futuras discussões técnicas do grupo de trabalho junto à organização. O Brasil busca aliar-se ao que há de mais moderno no mundo e aos países desenvolvidos”, disse o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Para o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, o Brasil tem a ganhar com a entrada na OCDE, processo que leva décadas. “O adensamento das relações com a OCDE, uma vez que culmine com o ingresso do Brasil na organização, vão ajudar-nos a lidar com os nossos gargalos e as nossas deficiências, o famoso custo-Brasil”, declarou.

Também presente à solenidade, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a adesão à OCDE ajudará o Brasil a consolidar-se como uma das principais economias do planeta. Segundo ele, o processo abre caminho para acesso a organismos internacionais importantes, como um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“O Brasil, depois do fim do processo de acesso, será o único país ao mesmo tempo na OCDE, no G20 [grupo das 20 maiores economias do planeta] e no Brics [grupo que reúne países emergentes]. Isso abre caminho para que o país, quem sabe, possa entrar no Conselho de Segurança das Nações Unidas [de forma permanente]”, acrescentou o ministro da Economia, Paulo Guedes.

Processo – Em janeiro deste ano, o Brasil recebeu a carta-convite para dar início ao processo de acessão à OCDE. Além do Brasil, a organização fez o convite a cinco países: Argentina, Peru, Romênia, Bulgária e Croácia.

O país apresentou um plano de adesão, que foi aprovado pela OCDE em junho. O cronograma previa a entrega do memorando antes do fim do ano. O trabalho de análise do alinhamento do Brasil às normas da OCDE envolveu 972 técnicos do governo federal de 26 ministérios.

Sem prazo definido, o processo de adesão à OCDE acabará quando, concluídas as revisões técnicas e outras discussões, o Conselho do órgão decidir estender o convite formal ao Brasil para aceder à organização. Segundo o governo, a convergência aos padrões da OCDE é parte de ampla estratégia de fortalecimento da inserção do Brasil no exterior.

Com foco na exportação, empresa do setor madeireiro que crescer 12% até 2023

Neste início de 2022, uma das maiores companhias de produção madeireira do Brasil, a Araupel decidiu dividir os seus negócios e criou uma nova empresa, a Millpar. A companhia ficará responsável pelos processos industriais com madeira (transformação em molduras, painéis, guarnições e componentes de portas, escadas, janelas e móveis). Enquanto isso, a Araupel foca seus negócios nos projetos ligados ao agronegócio.

Foco na exportação – Com a mudança estrutural, a Millpar assumiu os 1,7 mil funcionários que atuavam neste segmento da Araupel, nas plantas de Guarapuava (sede) e Quedas do Iguaçu.

Além disso, a marca abriu novos 100 postos de trabalho com um investimento na indústria de Guarapuava, anunciado no ano passado, no valor de R$ 40 milhões. Com isso, segue com a meta de aumentar 12% a produção até o início de 2023.

Segundo a empresa, o foco é na exportação. O braço industrial assumido pela Millpar exporta para nove países na América do Norte, Europa e Austrália. Os Estados Unidos absorvem 93% da produção da indústria paranaense.

 

Abicalçados: exportações de calçados até setembro já superam todo 2021

O setor calçadista brasileiro já exportou mais de janeiro a setembro de 2022 do que em todo o ano passado. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro, as exportações do setor somaram 107,9 milhões de pares, que geraram US$ 990,35 milhões. O resultado é superior em relação ao mesmo período do ano passado tanto em volume, com alta de 25%, quanto em receita, com alta de 60%. Em todo 2021, as exportações geraram US$ 900 milhões.

Quando se olha apenas o mês de setembro, porém, foram embarcados 10,33 milhões de pares por US$ 109,45 milhões. O resultado foi inferior em volume (-6%) e superior em receita (42%) em relação ao mês correspondente do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que as exportações do setor já estão amplamente recuperadas das perdas provocadas pela pandemia de covid-19. “Em relação ao mesmo período de 2019, portanto na pré-pandemia, já crescemos mais de 35% (em receita). Também aumentamos o preço médio do par embarcado, de US$ 7 para US$ 10,60, o que demonstra que estamos exportando produtos com maior valor agregado. É um bom momento para as exportações brasileiras”.

Segundo o executivo, impactam positivamente o aumento dos embarques para os países vizinhos, que vêm sofrendo com os altos custos de fretes da Ásia. “Existe um momento de busca desses países por fornecedores mais próximos geograficamente. O Brasil, como é o principal produtor fora da Ásia, vem atraindo esses mercados”, comenta Ferreira.

O principal destino das exportações de calçados brasileiros, entre janeiro e setembro, foi Estados Unidos. No período, foram embarcados para lá 15,3 milhões de pares, que geraram US$ 270,78 milhões, resultados superiores tanto em volume (+51,7%) quanto em receita (+77%) na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

O segundo maior importador foi a Argentina, ainda que lá o setor enfrente desafios. Houve dilatação – até dezembro – da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) que altera o acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações e que libera os pagamentos das mercadorias importadas somente após 180 dias.

“Não é a primeira vez que enfrentamos dificuldades na Argentina e sempre mantivemos uma participação relevante. É um mercado cativo para o calçado brasileiro”, avalia Ferreira.

Entre janeiro e setembro, o país importou 13,35 milhões de pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 145,3 milhões, resultados superiores tanto em volume (+44,8%) quanto em receita (+80,3%) em relação ao período correspondente de 2021.

O terceiro destino do calçado brasileiro no exterior foi a França. Entre janeiro e setembro, foram embarcados para lá 5,3 milhões de pares, que geraram US$ 48,85 milhões, resultado estável em volume e incremento de 14,6% em receita na relação com o mesmo intervalo do ano passado.

Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/05/10/2022/economia/abicalcados-exportacoes-de-calcados-ate-setembro-ja-superam-todo-2021/