Crise logística faz frete por contêiner ficar em torno de US$ 10 mil

Um dos efeitos da crise logística desencadeada pela pandemia de Covid-19 foi o aumento considerável do preço do frete por contêiner no mercado mundial. De acordo com levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o valor ficou em torno de US$ 10 mil nos últimos meses, sete vezes maior do que o praticado antes da pandemia.

O aumento ocorreu porque a frota global de navios não consegue dar conta de /toda demanda de trânsito internacional de mercadorias. E o frete acaba se tornando mais uma fonte de pressão inflacionária que se soma a várias outras que estão atingindo não só o Brasil, mas tantas outras economias.

Gerente de Transporte e Mobilidade Urbana da CNI, Matheus de Castro explica que até houve queda na média mundial do preço do frete por contêiner nos últimos meses, mas o valor de US$ 10 mil segue sendo cobrado para o transporte de um contêiner grande, de 40 pés, em grandes rotas globais aquecidas. É o caso do trajeto entre Estados Unidos e China e até mesmo o valor cobrado para importação da China para o Brasil.

“Em dezembro do ano passado o preço chegou a 13 mil dólares. Houve uma queda nos primeiros meses desse ano e, tanto por conta das paralisações do novo lockdown da China, quanto por conta da guerra da Ucrânia, o frete voltou a subir, se mantendo no patamar de 10 mil dólares”, diz Castro.

O especialista destaca que as empresas de navegação estão registrando lucros recordes. O lado positivo é que, com o faturamento em alta, as companhias estão encomendando novas embarcações que devem começar a operar em 2023. Isso irá aumentar a oferta de capacidade de transporte, o que pode atenuar o desequilíbrio do mercado de navegação.

Na análise de Castro, este ano ainda será de dificuldades na logística internacional. Se o mercado permanecer como está, sem nenhuma grande ruptura no mercado de navegação, talvez os problemas logísticos comecem a se normalizar e os preços comecem a cair. Mas os fretes não devem voltar para o patamar de antes da pandemia.

Fonte: https://abolbrasil.org.br