Funil do governo reduz a importação de carros de luxo
Novas marcas anunciaram investimentos no País para fugir do IPI maior
O balanço de 2013 da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), divulgado nesta terça-feira 14, não deixa dúvidas sobre o êxito do governo federal em sua política de dificultar a compra de carros fabricados no Exterior. As 30 marcas associadas à Abeiva – a maioria de veículos de luxo – emplacaram 112.897 unidades no ano passado, uma queda de 13,7% em relação a 2012. Foi o segundo ano consecutivo de retração no mercado, resultado direto do aumento de 30 pontos percentuais no IPI, no fim de 2011.
Em setembro de 2011, ao anunciar a medida, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que as montadoras que passassem a produzir no País poderiam ficar isentas do IPI maior. Na lista de obrigações para obter esse benefício estavam a utilização de ao menos 65% de conteúdo nacional ou regional (Mercosul), o investimento em pesquisa e desenvolvimento e o cumprimento de seis das 11 etapas de produção no Brasil, como estampagem e pintura. A carga tributária mais alta, que faz parte do programa Inovar Auto, pegou os importadores de surpresa e gerou um questionamento da União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC) no fim do ano passado.
Para fugir do IPI maior, algumas montadoras anunciaram investimentos em fábricas no Brasil. Dentre elas, Audi, BMW, Chery, JAC Motors e Jaguar Land Rover, que terão benefícios transitórios do governo durante a construção das unidades. Outro ponto que dificultou as vendas de carros importados no ano passado foi a desvalorização cambial. Nos últimos 12 meses, o dólar ficou 16% mais caro no Brasil (passou de R$ 2,03 para R$ 2,36), com efeito direto na tabela de preços das concessionárias. Em resumo: o governo atingiu o seu objetivo de atrair mais investimentos ao Brasil, mas o consumidor de carros importados saiu perdendo
FONTE: Isto É Dinheiro
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