Governo de SP quer agenda permanente com o Ciesp para políticas de reindustrialização do estado
O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, participou de uma reunião nesta quinta (9), com o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São Paulo. A entidade, que representa 8 mil indústrias e tem 42 regionais no estado, foi convidada para uma agenda permanente de trabalho para ajudar na elaboração de políticas de reindustrialização no estado.
Participaram do evento, que foi híbrido, o presidente do Ciesp. Rafael Cervone, e representantes das 42 regionais da entidade. De acordo com o secretário, o contato mais próximo com as empresas possibilitará uma agenda de trabalho “mais focada”. Ele explicou que a geração de empregos e de renda serão dois dos principais pilares da economia do Governo Paulista nesta gestão, sob o comando do governador Tarcísio de Freitas, que assumiu o cargo em janeiro. Lima, que já havia participado de um encontro promovido pelo vice-governador, Felício Ramuth, e a regional do Ciesp de São José dos Campos esta semana, ressaltou que o governo está disposto a manter amplo diálogo.
De acordo com o secretário, São Paulo perdeu a liderança em inovação mesmo tendo universidades de renome internacional como a USP (Universidade de São Paulo) e a Unesp (Universidade Estadual Paulista). Apesar disso, ele aposta no estado para liderar a transição energética.
Outros temas que farão parte da pauta serão a “guerra fiscal” e cobrança de impostos. A cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) mais baixa acabou levando a migração de empresas paulistas para estados como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Ele ainda frisou que embora São Paulo seja o estado mais rico do Brasil, a distribuição riqueza é desigual, sendo que a Grande São Paulo concentra hoje mais da metade do PIB (Produto Interno), seguida por Campinas (19%), São José dos Campos (5,8%) e Sorocaba (4,8%). Regiões do norte paulista, por exemplo, estão muito abaixo da média, como é o caso de Ribeirão Preto (2,5%) e Presidente Prudente (1%).
“Nós queremos saber como criar uma política de curto, médio e longo prazo para a indústria. Não conheço um país desenvolvido sem indústria forte. Nós queremos entender por que as grandes empresas não estão em São Paulo e por que nossos polos industriais estão sendo descaracterizados” afirmou o secretário. O secretário ainda sugeriu encontros trimestrais para ouvir as demandas do setor.
Na avaliação dos representantes das regionais, a reunião foi positiva. “É muito importante que haja uma agenda conjunta construída a várias mãos, com pensamento estratégico no longo prazo e que permita a retomada da economia do país por meio de uma indústria forte”, ressaltou Cervone ao final do evento. Antes de falar com o Ciesp, o secretário também havia se reunido com lideranças do Senai-SP.