Movimento da Receita Federal prossegue com impactos na liberação de cargas em Viracopos

A operação padrão dos auditores fiscais da Receita Federal já afeta as operações no Aeroporto Internacional de Viracopos, o maior em movimento de cargas do País. O tempo de liberação de processos de exportação e importação — que levava em torno de dois dias — agora chega a 15 dias, 7,5 vezes a mais, afirmou o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo (Sindasp), Elson Isayama no fim da semana passada. De acordo com ele, a operação padrão já afeta cerca de 560 processos de importação em análise em Viracopos.

O terminal processou aproximadamente 364 mil toneladas de carga no ano passado, recorde histórico que representou aumento de 39% em relação a 2020. Ou seja, uma média de 30 mil toneladas por mês. A demora na análise dos processos afeta as empresas que dependem das importações para manter o fluxo de produção e as que fazem as exportações por meio de Viracopos.

“O acordo tem que ser cumprido. As partes têm que sentar, conversar e definir a questão para o bom desenvolvimento do País”, afirmou o presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros. “O Sindasp não defende nenhum dos lados. Só tem interesse em um rápido desfecho”, acrescentou.

Ele aponta que a operação padrão dos auditores da Receita, iniciada em dezembro passado, é mais um problema para as empresas importadoras/exportadoras, que enfrentam outras dificuldades desde 2020.

Entre elas, estão a falta de insumos, como chips, alta do custo do frete e falta de contêineres para realizar as operações.

Isayama aponta que não há alternativa para evitar a operação padrão, pois a manifestação dos auditores fiscais é nacional e afeta todos os aeroportos e portos do País que atuam com comércio exterior.

Atualizado – Segundo dados de um boletim da empresa Haidar, publicado neste terça-feira, dia 08/02, ocorre aumento nos canais vermelhos das DI’s na importação e atraso nos agendamentos de conferência aduaneira. Parametrização das DTA’s ocorrendo somente uma por dia a cada 12 horas, com atrasos nos pedidos de cancelamento e retificação de DTA’s que levam entre 03 à 05 dias e expectativa de não ocorrer lacração de veículos nos próximos dias devido a falta de fiscais, além de aumento significativo das DTA’s em canal vermelho entrarem em operação padrão sem liberação no sistema.

Posição da categoria – Os servidores da Receita Federal iniciaram a operação que afeta a liberação de produtos nas alfândegas em 24 de dezembro passado. Também conhecida como operação tartaruga, os auditores fazem uma fiscalização mais rigorosa de documentos e mercadorias, o que eleva o tempo para liberação de cargas destinadas à importação e exportação.

Com informações Jornal Correio Popular