Quanto o setor automotivo vai investir no Brasil até 2026?

As vendas hoje bem abaixo da capacidade instalada de 5 milhões de veículos por ano não desanimaram, pelo visto, a indústria automotiva instalada no Brasil. Os investimentos já anunciados até 2026  por várias fabricantes de automóveis, utilitários, caminhões e ônibus somam, espantosamente, mais de R$ 50 bilhões (*).
De qualquer forma, quase todos os investimentos serão voltados para a implementação de novas tecnologias e modernização das linhas de produção, e não para o aumento da capacidade produtiva, o que é bastante compreensível.

A área de automóveis receberá o grosso dos investimentos. Na verdade, incluindo os programas anunciados e os já tirados do papel desde 2018, os aportes somarão R$ 49 bilhões até 2026. Subtraindo os valores que já foram investidos até este ano de 2022, ainda restam R$ 37 bilhões.

A seguir, segue a lista com os principais investimentos anunciados.

General Motors: R$ 10 bilhões (2020-2024)
Os investimentos serão divididos quase igualitariamente entre as fábricas paulistas de São Caetano do Sul, que está sendo modernizada para a produção do novo Montana, e de São José dos Campos, que também está sendo preparada para a produção de um novo veículo. A fábrica da GM em Joinville (SC) já passou por um processo de modernização, tendo ali sido construída uma nova unidade com mais que o dobro do tamanho da original.

Volkswagen: R$ 7 bilhões (2021-2026)
Boa parte do montante, R$ 7 bilhões, será aplicado no lançamento de modelos compactos de entrada a partir de 2023. O único projeto confirmado é o do Polo Track, que será produzido em Taubaté (SP). O novo ciclo de investimentos também prevê a expansão de negócios digitais, além de pesquisas na área de biocombustíveis.

Nissan: até R$ 1,3 bilhão (até 2025)
O investimento será aplicado na fabricação de futuros produtos e modernização da fábrica em Resende (RJ), principalmente nas áreas de engenharia, automação e infraestrutura.

Stellantis: R$ 16,2 bilhões (2019–2025)
Fruto da fusão entre a Fiat Chrysler e a Peugeot/Citrën, a Stellantis deverá dividir os investimentos entre as unidades de Betim (MG) e Goiana (PE), que receberão melhorias na infraestrutura e arcabouço tecnológico e aprimoração dos vários modelos produzidos pelo grupo.

Great Wall Motors: R$ 10 bilhões (até 2032)
A Great Wall Motors anunciou importante investimento de R$ 10 bilhões no prazo de uma década. A empresa, que comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), dividirá a aplicação desses recursos em duas fases, R$ 4 bilhões entre 2023 e 2025, na adaptação da fábrica e no desenvolvimento de fornecedores locais, e R$ 6 bilhões entre 2026 e 2032, para produzir baterias no Brasil. A montadora chinesa também deve lançar o Ora, modelo de luxo dotado de conexão 5G, reconhecimento facial e sistemas semiautônomos de assistência à direção.

Volvo: R$ 1,25 bilhão (2020-2025)
A quantia será aplicada principalmente nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de produtos e prestação de serviços.

Caoa: R$ 1,5 bilhão (até 2023)
Anunciados em 2020, os recursos são para a fábrica do grupo em Anápolis (GO), onde irão gerar 2 mil empregos diretos. Serão implantadas duas novas linhas de produção, e dez modelos, das marcas Caoa Chery e Hyundai, entre novos e renovações de produtos existentes, também serão fabricados.

Toyota: R$ 50 milhões (2022)
A Toyota anunciou um investimento de R$ 50 milhões para a fábrica de Indaiatuba (SP), de modo a renovar o sedã Corolla, grande sucesso de vendas. A empresa investiu R$ 1 bilhão em 2019 na fábrica de Sorocaba (SP) e no desenvolvimento local do Corolla Cross, primeiro SUV nacional da marca no país.

Mercedes-Benz: R$ 2,4 bilhões (2018-2022)
Do investimento de R$ 2,4 bilhões anunciado em 2018, a Mercedes-Benz já investiu R$ 1,4 bilhão no lançamento do novo Actros no final de 2019, R$ 100 milhões na instalação de nova linha 4.0 de montagem de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) e R$ 107 milhões na instalação de nova linha 4.0 de chassis de ônibus também na planta do ABC. Os outros R$ 800 milhões servirão para renovação de produtos, lançamentos de novas versões, ampliação das linhas de produção digitalizadas e desenvolvimento de sistemas de emissões Euro 6.

Scania: R$ 1,4 bilhão (2021-2024)
Os recursos serão aplicados na modernização da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e no desenvolvimento de novas tecnologias, incluindo o desenvolvimento de combustíveis alternativos e sistemas de emissão Euro 6. O plano sucede o programa anterior de R$ 2,6 bilhões, de 2017 a 2020, que envolveu o lançamento da nova geração de caminhões no Brasil em 2019.

Volkswagen Caminhões e Ônibus: R$ 2 bilhões (2021-2025)
A VWCO vai investir R$ 2 bilhões até 2025 no complexo industrial de Resende (RJ), em um programa que sucede o investimento anterior de R$ 1,5 bilhão concluído em 2020, do qual R$ 1 bilhão foi aplicado no desenvolvimento da família dos caminhões extrapesados Meteor.

BMW: R$ 500 milhões (2022-2024)
Nos próximos três anos, a BMW irá aportar R$ 500 milhões em Araquari. O valor total do investimento no Brasil desde a construção da fábrica em Santa Catarina é de R$ 1,3 bilhão. Segundo a BMW, o índice de nacionalização dos carros produzidos em Araquari é de 60%.

Honda: valor ainda não divulgado
A Honda anunciou novos investimentos no país, mas prefere não divulgar ainda valores e direcionamento dos recursos. A empresa investiu R$ 1 bilhão na sua segunda fábrica brasileira, em Itirapina (SP), que ficou pronta em 2015, mas só começou a operar em 2019.

Renault: valor ainda não divulgado
A fabricante finalizou um investimento de R$ 1,1 bilhão este ano na renovação ou lançamento de cinco produtos, Master, Oroch, Kwid, Duster 1.3 turbo e Kwid E-Tech, e anunciou que produzirá uma plataforma modular para veículos compactos em São José dos Pinhais (PR), além de um inédito motor 1.0 turbo. A empresa também não divulgou o valor que será investido nesses projetos.

Hyundai: valor ainda não divulgado
A companhia coreana está construindo sua primeira fábrica de motores em Piracicaba (SP), dentro da mesma área onde produz carros desde 2012, mas ainda não divulgou o porte desse investimento.

Fonte: https://www.usinagem-brasil.com.br

Após investir R$ 200 milhões na fábrica, Hyundai vai fazer 210 mil carros

Automação e novas ferramentas foram algumas das evoluções adotadas pela Hyundai para remodelar a linha HB20. A marca sul-coreana diz que investiu aproximadamente R$ 200 milhões na fábrica de Piracicaba (SP) para renovar a sua gama compacta, em um momento em que o hatch se consolida como automóvel de passeio mais vendido do país.

O aporte foi usado especialmente para melhorar a automação da unidade do interior paulista. Foram adquiridos novos robôs colaborativos – máquinas que “convivem” na linha de montagem juntamente com os funcionários – além de sistemas de captação de imagens automatizadas, que, segundo a Hyundai, são capazes de detectar falhas nas principais etapas da produção.

Impressão 3D na produção do Hyundai HB20 – A montadora também investiu em monitoramento em tempo real dos componentes de cada linha de abastecimento e em impressoras 3D. A manufatura aditiva é usada para moldes específicos usados na linha de produção. Por exemplo, o maquinário que serve para aplicação da logomarca da empresa na tampa do porta-malas.

“Estamos trabalhando para trazer ferramentas ainda pouco exploradas no mercado para nossa fábrica em Piracicaba”, conta Marcos Oliveira, vice-presidente de produção da Hyundai Motor Brasil e Américas Central e do Sul. “Nossa operação é planejada e executada com foco na flexibilidade para atender as demandas de mercado, o que tem se convertido em números, como a liderança geral do HB20 em vendas entre carros de passeio em 2021”, completa.

Soluções em busca de mais sustentabilidade – O investimento contemplou também soluções mais sustentáveis na unidade paulista. Foram adotadas tintas à base de água no setor de pintura. O produto possibilita a aplicação do primer (a camada primária do veículo) antes da secagem completa.

Desta forma, a fabricante diz que pôde descontinuar um dos tanques de lavagem da linha e também a etapa de estufa, o que “resulta em importante redução do consumo de energia elétrica”. Segundo a Hyundai, em 2021 foi economizado o equivalente a R$ 500 mil em consumo de água na fábrica de Piracicaba.

Fabricação de 210 mil carros por ano – Com as vendas em alta e a chegada do novo HB20 em agosto (o sedã será lançado só entre setembro e outubro) às lojas, além do bom desempenho comercial do Creta, a Hyundai vislumbra fechar o ano com quase 210 mil unidades produzidas. Ou seja, quase a capacidade total da fábrica de Piracicaba, que hoje opera em três turnos e tem 2.800 funcionários.

Além do novo HB20, do Creta e do novo HB20S – o sedã ainda está em fase de pré-séries -, a fábrica brasileira da Hyundai também iniciou recentemente a sua unidade de motores. Os primeiros 1.0 três-cilindros aspirados começaram a ser produzidos em Piracicaba, como adiantou Automotive Business, e devem passar a equipar a renovada linha HB até o fim do ano. Por enquanto, os modelos já produzidos para estoque antes de chegarem às revendas ainda usam os conjuntos importados e montados aqui.

Problemas da vez, além dos chips: painéis e chaves – A tendência é que a fábrica passe a fazer, a médio prazo, a variante tubo do motor 1.0 – que também equipa as versões mais caras do HB20, além do SUV Creta. Porém, tudo depende ainda da demanda do mercado brasileiro, já que boa parte da produção do hatch e do sedã ainda são das versões aspiradas.

Outro fator que pesa é o drama da falta de componentes que aflige toda a cadeia automotiva. Além da carência de semicondutores, agora a montadora também se depara com problemas no fornecimento de componentes para o quadro de instrumentos e até das chaves presenciais e com funções remotas.
Mesmo assim, como dito, a unidade opera em sua capacidade máxima. Com a meta clara de manter a liderança do HB20.

Fonte: https://www.automotivebusiness.com.br

 

Embraer duplica o centro de serviços de Sorocaba

A Embraer inaugurou na semana passada os novos hangares do Centro de Serviços de Sorocaba (SP), dobrando a área útil de 20 mil m² para 40 mil m². A unidade, que completou oito anos de operação em março de 2022, passa a contar com quatro hangares, sendo três deles dedicados a serviços de manutenção, reparo e revisão de componentes (MRO, na sigla em inglês) e um para suporte à operação de base fixa (Fixed Base Operator – FBO, na sigla em inglês).

“Há um grande crescimento do segmento de aviação executiva no Brasil e vemos grandes oportunidades para o setor de serviços nos próximos anos, em linha com o nosso plano de crescimento tanto da unidade de negócios de serviços e suporte quanto da própria Embraer”, disse Johann Bordais, presidente e CEO da Embraer Serviços e Suporte.

A Embraer Sorocaba conta com um portfólio completo de serviços para manutenção, reformas de interior, hangaragem, atendimentos aeroportuários, assistência em escala e preservação de aeronaves, além de oficinas homologadas para diversos componentes aeronáuticos. Destaca-se também a capacidade do Centro de Serviços de Sorocaba para realizar modificações de aeronaves, como as conversões de jatos Legacy 450 em Praetor 500.

“O aumento da nossa capacidade em Sorocaba nos coloca em posição de atender tanto a demanda atual quanto futura, não somente para o segmento de jatos executivos, mas também para clientes das aviações comercial e de defesa”, disse Frank Stevens, vice-presidente Global de MRO da Embraer Serviços & Suporte. “A expansão da rede de serviços de manutenção própria está alinhada também com objetivos estratégicos da Embraer, como ganhos de eficiência e maior sinergia de recursos.”

“Essa expansão vem ao encontro dos anseios dos clientes de nossa região para uma maior disponibilidade de atendimento, fomentando ainda a busca de uma experiência diferenciada durante as manutenções, da mesma forma que os recentes quatro anos de reconhecimento consecutivos como o melhor FBO do Brasil”, disse Everton Vicente, Diretor MRO & FBO Brasil, em referência à recente pesquisa FBO Survey 2022 da revista especializada AIN, dos Estados Unidos. O FBO conta com salas VIP e de conferência, além de espaço exclusivo para estoque de comissaria das aeronaves, lounge e recepção.

O Centro de Serviços de Sorocaba possui nove certificações de agências nacionais e internacionais, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), do Brasil, quanto das agências norte americana Administração Federal de Aviação (FAA) e a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), atendendo ao portifólio completo dos jatos produzidos pela Embraer nos segmentos de aviação executiva, comercial, defesa e segurança.

Fonte: https://www.usinagem-brasil.com.br

Operação Padrão da Receita Federal completa 6 meses sem solução. Entidades emitem documento e exigem fim de impasse

Ao lado de 13 Instituições, SINDASP divulga “CARTA ABERTA” em defesa do comércio exterior brasileiro

Iniciada em 24 de dezembro de 2021, a Operação Padrão da Receita Federal completa 6 meses nesta sexta-feira, 24/06.

O SINDASP – Sindicato dos Despachantes Aduaneiros de São Paulo – que representa a categoria responsável por 96% das importações e exportações no Brasil, produziu e divulga agora uma CARTA ABERTA EM DEFESA DO COMÉRIO EXTERIOR BRASILEIRO,  alertando para prejuízos que podem até mesmo superar R$ 2 bilhões, apenas nos 4 primeiros meses de 2022.

Ao lado da Instituição que representa essa importante categoria, mais 13 entidades assinam o documento “em defesa do comércio exterior brasileiro”.

O grupo pede o fim do atual momento no tratamento das importações e exportações brasileiras, suscitando todos os envolvidos em âmbito federal para solucionar os atuais problemas do cenário nacional que impactam o setor.

Confira a íntegra do conteúdo:

CARTA ABERTA EM DEFESA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

Nas últimas quatro décadas, foi possível observar um crescimento consistente no comércio exterior a nível global. Entre 1995 e 2020, o volume e o valor expandiram, respectivamente, 4% e 5% anualmente, segundo dados da OMC. Os países com os níveis mais fortes de crescimento econômico também apresentaram uma maior inserção nas cadeias globais de valor e, consequentemente, reduções nos índices de pobreza, o que caracteriza a correlação entre o desenvolvimento econômico e o aumento do fluxo comercial. São exemplos desse cenário nas últimas quatro décadas: Coreia do Sul, China e Indonésia.

Os conceitos relacionados ao comércio exterior também ficaram bem mais diversos nas últimas décadas. Antes, os debates estavam “limitados” a assinaturas de acordos comerciais bilaterais e multilaterais e a aspectos cambiais. Atualmente, tecnologias da Revolução Industrial 4.0 aplicadas ao comércio exterior, programas de facilitação comercial, e-commerce e reestruturação de processos são tópicos que aparecem frequentemente nos fóruns técnicos da área.

O Brasil possui respeitadas instituições e especialistas em comércio internacional em cada um dos conceitos supramencionados. Devido a eles, pudemos presenciar a Secretaria da Receita Federal desenvolver um dos melhores sistemas de inteligência artificial na área aduaneira e ser uma das pioneiras mundiais na adoção do blockchain.

Observamos esse órgão junto à Secretaria de Comércio Exterior estruturar um programa Single Window, que, apesar de implementado parcialmente, tem colhido resultados em segurança, agilidade e previsibilidade nos processos de comércio exterior. Devemos citar os incessantes esforços dos órgãos anuentes brasileiros como ANVISA, do MAPA, do INMETRO e do Comando do Exército na mudança de mindset, buscando maior fluidez nos processos de comércio exterior ao longo dos últimos anos.

Como resultado dessas mudanças, pôde-se comprovar uma queda acentuada dos tempos dos processos de comércio exterior na última década, conforme observado no Time Release Study – Importação, 2020, e nos tempos divulgados de comparação do processo de exportação antes e depois do Portal Único de Comércio Exterior.

Contudo, os concorrentes brasileiros no cenário mundial também fizeram a lição de casa. O Brasil, apesar do incrível esforço e melhora alcançada em ambiente interno, ainda ocupa tímidas posições no ranking internacional conforme os últimos relatórios publicados pela Organização Mundial do Comércio, variando entre o 22º a 27º lugar nos últimos dez anos.

Se a concorrência não está fácil, o cenário de eventos mundiais também não colabora. A pandemia de Covid-19 gerou uma disrupção brutal da cadeia de suprimentos, congestionamentos de portos, desbalanceamento de disponibilidade de containers e intensa volatilidade cambial no mundo inteiro, efeitos que, segundo algumas estimativas de especialistas em logística internacional, poderão ser sentidos até 2025.

Quando elaboradas, essas estimativas nem levavam em consideração a Guerra da Ucrânia, iniciada há aproximadamente 4 meses, que tem elevado brutalmente e de modo generalizado os preços de commodities, como o petróleo, e, ainda mais, de frete internacional. Todos os itens citados acima mudaram o panorama global de comércio exterior, não estão sob controle direto do Brasil, restando-nos trabalhar para minimizar os impactos dos desdobramentos ocasionados pelos mesmos.

Os desafios internacionais impostos são inúmeros. Embora tenhamos exaltado a quase revolução presenciada na última década no comércio exterior brasileiro, a evolução do nosso ambiente de negócios não tem apresentado o mesmo ritmo nos últimos 30 meses. A evolução exponencial esperada, desejada pelo Setor Privado, com poucos percalços, boas dores de cabeça, projetando maior competitividade ao Brasil, tem falhado.

Adicionalmente à pandemia da covid-19 e à Guerra da Ucrânia, o Setor Privado tem sangrado com mais um fator, agora interno, exclusivo ao cenário nacional: os movimentos de operação padrão de alguns dos mais importantes órgãos intervenientes do comércio exterior. Secretaria da Receita Federal, Secretaria de Comércio Exterior e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e, no âmbito regional, a Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo têm diminuído o ritmo de trabalhos em dois âmbitos: projetos estruturantes do comércio exterior, com destaque a novos sistemas; análises dos processos, tanto na importação quanto na exportação.

Para entender um pouco melhor os impactos, queremos demonstrar alguns cálculos baseados nas seguintes premissas:

  • Segundo estudo publicado por Hummels e Schaur em 2012, cada 1 dia adicionado ao processo de comércio exterior equivale à uma taxa ad valorem de 0,6% a 2,1%, a depender do tipo de produto;
  • Segundo estatísticas do ComexStat, ferramenta do próprio Governo quanto a estatísticas de comércio exterior, o Brasil importou US$81,25 bilhões entre janeiro a abril de 2022;
  • Segundo o Time Release Study 2020, estudo elaborado publicado pela Secretaria da Receita Federal, a liberação de um processo de importação em canal amarelo demorava 11.5 dias em média, enquanto um em canal vermelho, 12.9 dias. A soma de canais amarelo e de vermelho na importação era aproximadamente 4,5%, segundo o mesmo estudo;
  • Segundo consultas realizadas com as empresas e os despachantes, atualmente, os processos nesses mesmos canais mais do que duplicaram, atingindo 30 dias em um cenário.

Com as variáveis indicadas acima, ao tomar como premissa em cálculos apenas 1% de taxa ad valorem no atraso por dia, num cenário otimista de atrasos restritos a 23 dias no canal vermelho e 22.5 dias no amarelo (ou seja, adição de 10 dias), os prejuízos estimados são de incríveis US$365 milhões, ou R$1,825 bilhão em cotação de USD1-BRL5. Esse prejuízo relacionado apenas ao primeiro quadrimestre de 2022 está limitado ao processo de importação e à diminuição do desempenho da Secretaria da Receita Federal. Portanto, provavelmente, os impactos financeiros ao Setor Privado superam, e muito, esses números indicados.

Para efeitos de comparação, os investimentos estimados para a finalização do projeto Portal Único, principal iniciativa federal de modernização do comércio exterior, é de R$70 milhões, segundo falas públicas da liderança desse órgão. Ou seja, aproximadamente 4% dos prejuízos estimados para esse quadrimestre. Vale destacar que, segundo estudos realizados pela FGV em 2014, os ganhos anuais estimados na corrente de comércio com esse projeto estão na casa dos bilhões de dólares, quando o mesmo estiver implementado por completo.

Lembrando que essa é somente uma iniciativa tecnológica e poderíamos citar outras, como o Port Community System, projeto momentaneamente suspenso por falta de orçamento. Logo, poderíamos concluir que os cortes de investimentos em projetos estruturantes na área de tecnologia estão definhando, pouco a pouco, ao longo dos últimos 30 meses.

Ou seja, os desdobramentos da pandemia e a Guerra da Ucrânia são parte de um contexto internacional. Enquanto os números apresentados de estimativas de prejuízo pelas operações-padrão dos órgãos e a pouca atenção orçamentária dedicada a projetos estruturantes na área de comércio exterior dependem somente do Brasil e, portanto, necessitam, urgentemente, de solução.

Nesse sentido, é iminente que os representantes eleitos pela população ajam em defesa do comércio exterior. Numa democracia como a brasileira, o diálogo entre todos os envolvidos, Executivo, Legislativo e órgãos intervenientes, deve prevalecer.

Solucionar as questões internas destacadas neste documento é essencial para que o País aproveite as oportunidades e mude o contexto de forma estruturada e voltada ao futuro, com a aceleração de todas as boas iniciativas observadas. O Brasil necessita retomar um rumo mais construtivo, estruturante e voltado ao futuro, algo que foi observado, pela última vez, em 2019.

  • SINDASP – SINDICATO DOS DESPACHANTES ADUANEIROS DE SÃO PAULO
  • ACSP – ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO
  • CECIEx (Conselho Brasileiro das Empresas Comerciais Importadoras e Exportadoras)
  • Abraec (Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas
  • Jurcaib (Junta dos Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil)
  • Libraport Campinas (Centro Logístico Integrado Alfandegado)
  • ABTLP – Associação Brasileira Transporte e Logística de Produtos Perigosos
  • ABIMED – Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde
  • CEAB – Câmara Empresarial Argentino Brasileira do Estado do Rio Grande do Sul
  • OAB – Comissão de Direito Aduaneiro Subseção Campinas
  • CISBRA – Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil
  • FCCE – Federação das Câmaras de Comércio Exterior
  • Sindiatacadistas – Sindicatos do Comércio Atacadista do Rio Grande do Sul
  • CBLI –  Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura

“Operação Padrão nas Aduanas” será debatida em evento nesta terça-feira (21), em Viracopos

Um evento voltado prioritariamente aos importadores e exportadores, mas que também é motivo de atenção de todo o mercado, a “Operação Padrão nas Aduanas” será debatida em um evento nesta terça-feira (21), em Viracopos.

A iniciativa do encontro é da Multilog, que traz o tema para os convidados da inauguração de seu novo espaço no CEV (Centro Empresarial Viracopos) no setor de cargas do Aeroporto de Campinas. Além da pauta principal, a Multilog apresentará alternativas e soluções diferenciadas para este momento de desafios do comércio exterior brasileiro.

As vagas são limitadas e poderão ser feitas até esta segunda-feira através da organizadora do evento mkt@gpamais.com.br.

  

FICHA TÉCNICA

 Inauguração do novo espaço Multilog no Aeroporto de Viracopos

 Data: 21/06/2022 – terça-feira

Local: Auditório CEV (Centro Empresarial Viracopos) – Prédio no acesso ao Terminal de Carga – Aeroporto de Viracopos

Programação:

09:30h – Recepção e Abertura

10hApresentação: “Saiba o status atual da operação padrão nas Aduanas e como superar esse desafio, através de alternativas e soluções diferenciadas” – Michele Monteiro – Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Multilog e Convidados Especiais

11:30hBrunch do Chef Ungaretti

 

Embarcadores: confirmem sua presença até dia 20/06/2021: RSVP – mkt@gpamais.com.br

Vagas limitadas à capacidade do local