Ciesp Campinas faz previsão otimista para 2014

Sondagem Industrial com empresas na região mantém otimismo e reforça intenção de investimentos para o próximo ano. Infraestrutura de escoamento da carga e processos de desembaraço em Viracopos, porém, recebem críticas.

O resultado da pesquisa mesal divulgada pela diretoria regional do Centro das Industrias do Estado de São Paulo (CIESP Campinas), indica um estado de expectativas muito positivo para 2014. Isso porque, mesmo diante de um já declarado aumento da produção, acompanhado de um aumento da baixa utilização da capacidade instalada, as respostas referentes às decisões de investimento se mostraram bastante positivas, com parcelas significativas dos respondentes declarando atualização do maquinário existente ou ampliação do número de máquinas.

Da mesma forma, uma parcela menor de respondentes, afirmou que não realizará investimentos. Estes resultados, se contrapostos ainda às altas nas três categorias de custos e à queda na lucratividade, indicam que os empresários das cidades atendidas pelo CIESP-Campinas esperam resultados ainda melhores no ano de 2014. Para o diretor regional do CIESP, José Nunes, 2013 foi um ano perdido e o otimismo empresarial registrado pelo levantamento é típico de final de ano e não leva em consideração as tendências da política econômica brasileira. Entre os principais pontos para justificar esse olhar mais “negativo” estão o processo de desindustrialização contínuo, índice de crescimento da produtividade inferior ao do aumento salarial, falta de investimentos públicos na infraestrutura do País de forma geral (portos, rodovias, aeroportos, linhas férreas, transportes públicos), além do crescente déficit na balança comercial, cujo acumulado de janeiro a outubro deste ano soma US$ 6,8 bilhões.

Para o diretor regional da entidade, medidas urgentes precisam ser tomadas. “Não basta ampliar a capacidade do Aeroporto Internacional de Viracopos em relação a cargas e passageiros, enquanto as rodovias estão saturadas, os serviços governamentais de liberação de mercadorias (Receita Federal, Anvisa, entre outros) não se modernizam e acompanham esse crescimento, e enquanto não há alternativa de escoamento dos produtos que chegam e nem agilidade para os que saem do País”, exemplifica.

Ele lembra ainda que para tornar o País mais competitivo e reduzir o Custo Brasil é fundamental investir em educação básica e qualificação profissional. “Falta uma política governamental transparente e que contemple um planejamento a longo prazo. Quem vai investir em um país onde a política econômica é espasmódica, ou seja, um dia decidimos assim e no outro, assado?”, questiona o empresário.
Comércio Exterior – A balança comercial do Brasil, em outubro de 2013, registrou déficit de US$ 0,2 bilhão. No entanto, as exportações aumentaram 4,9% em relação outubro de 2012, somando US$ 22,8 bilhões e as importações foram 14,6% superiores, somando US$ 23,0 bilhões. No acumulado do ano até outubro, o déficit comercial brasileiro foi de US$ 1,8 bilhão, saldo proveniente de exportações de US$ 200,4 bilhões e de importações de US$ 202,3 bilhões. As exportações se reduziram em 0,9% e as importações aumentaram 9,4% com relação ao mesmo período de 2012. Esse desempenho do comércio internacional de mercadorias brasileiro foi suficiente para transformar um superávit (de US$ 17,3 bilhões no mesmo período) em déficit

Outro ponto levantado na sondagem é o nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Ciesp em Campinas, (que integra 19 municípios) que apresentou resultado negativo no mês de outubro, com o fechamento de aproximadamente 650 postos de trabalho. No acumulado do ano, a redução soma 3.550 postos. O Ciesp-Campinas conta atualmente com 557 empresas associadas, em 19 municípios.

Os dados apresentados neste boletim foram obtidos através de pesquisa realizada pelo CIESP-Campinas, junto aos seus associados, durante a primeira quinzena de outubro de 2013, com dados  referentes a setembro de 2013. Tais informações foram analisadas por pesquisadores do Centro de Pesquisas Econômicas da FACAMP. Neste mês, 31 empresas associadas ao CIESP – Campinas participaram da pesquisa.

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