Receita Federal cogita paralização e exportação pode ser afetada

receita-federal1Guarulhos prevê 30% de atendimento às cargas

Com a arrecadação de tributos em queda, o governo federal deverá enfrentar mais um obstáculo para aumentar as receitas: a paralisação dos auditores fiscais da Receita Federal. Está marcada para esta sexta-feira, 14, uma assembleia da categoria e o início de uma greve por tempo indeterminado é dado como certo.
A paralisação deve tornar ainda mais difícil o esforço de Levy em aumentar a arrecadação de tributos. De braços cruzados, os auditores deixam de cobrar multas em atraso e o pagamento de tributos. De acordo com os dados da Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco), o volume de autuações feito pelos auditores fiscais chega a R$ 12 bilhões por mês.

Além disso, também fica prejudicado o trabalho nas aduanas, o que pode dificultar as exportações e importações brasileiras.

 

Reivindicações – Os auditores protestam por aumento de salário desde o ano passado, mas o estopim para a paralisação foi a exclusão da categoria do projeto que atrela a remuneração de categorias como a dos advogados da União (AGU) ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na terça-feira, os servidores da Receita lotaram o Congresso Nacional na tentativa de pressionar deputados a aprovarem um destaque que incluía a categoria na PEC 443, o que, com a ajuda de parlamentares governistas, não ocorreu. “Enquanto não houver uma resposta efetiva do governo não vai ter outro jeito”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Cláudio Damasceno.

Com isso, foi convocada para esta sexta-feira(14) uma assembleia geral dos auditores fiscais, que deve decidir pela greve em tempo indeterminado. Representantes se reuniram ontem com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, a pedido do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, mas disseram que nenhuma oferta foi apresentada.

Na semana passada, os auditores começaram a entregar cargos de chefia para aumentar a pressão sobre o governo. O ministro Joaquim Levy, que é contra a paralisação, soltou nota em apoio aos auditores em que ressaltava a importância da categoria, na tentativa de apaziguar a situação. O gesto, no entanto, não foi suficiente.

Os auditores fiscais alegam que o salário está defasado e pedem outros benefícios, como aumento de diárias e gratificações. Em tempo de ajuste fiscal, o governo alega que as negociações têm que ser feitas em conjunto com o restante do Executivo. Procurada, a Receita não comentou a ameaça de paralisação dos auditores.

Guarulhos – No Terminal de Carga de Guarulhos, o fiscal da Receita Federal, Luis Abe, confirmou que no dia 10/08 teve início as medidas tomadas pelos analistas. Na data de 11/08 teve início pelos auditores fiscais as ações adotadas como medida restritiva, mas manterão 30% do atendimento”, assegurou Abe.

Uma reunião definitiva ocorrerá nesta sexta-feira, dia 14/08/2015, para decisão pela greve.

Com informações: Tribuna do Norte