Redução de custos em Santos ainda é "esperança"

Os usuários do porto de Santos avaliam que a maior oferta de terminais não significará necessariamente redução de custos para o comércio exterior. A MP dos Portos flexibilizou a legislação para ampliar o número de terminais e portos, mas não lidou com soluções para eliminar as barreiras no caminho da carga até o embarque no navio. O governo lançou um programa de concessões de rodovias e portos, mas seus efeitos só deverão ser sentidos a médio e longo prazos. Hoje, do custo logístico tangível para o exportador que usa o porto de Santos, 65% são despendidos da porta da indústria localizada no Estado de São Paulo até o costado, cabendo aos 35% restantes o frete oceânico e a entrega na casa do cliente. Em outras palavras, os serviços envolvidos desde a retirada de um contêiner em Campinas (SP) até o navio — passando pelo ônus dos congestionamentos na chegada a Santos – são mais caros do que o frete marítimo para este contêiner cruzar o oceano e chegar à China. Na mão inversa, na importação, os usuários reclamam dos já históricos altos tempos de liberação da mercadoria. Em Santos, entre a presença de carga – o anúncio feito pelo terminal de que a carga prevista chegou – e a saída do contêiner propriamente do terminal são gastos hoje de 15 a 17 dias. Nos terminais dos portos mais eficientes do mundo, como Cingapura e Hong Kong, a média é de horas. Os números são do Comus, da Associação Comercial de São Paulo. Por isso, quem depende do porto para tocar seu negócio defende a abertura da planilha dos custos envolvidos na cadeia de comércio exterior entre a origem da carga até a beira do cais. “O usuário espera que haja regulamentação para haver mais transparência nesse processo. Não é intervenção, ninguém quer que se controle preço”, adianta-se o coordenador do Comus, José Cândido Senna, para quem, nesse sentido, o setor marítimo tem muito a aprender com o aéreo.

Fonte: Valor Econômico

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