Campinas deve ser a primeira cidade brasileira com entrega por drones

O uso de drones para entregas de encomendas é uma inovação tecnológica em expansão ao redor do mundo. Estados Unidos, Austrália e Japão já testam a alternativa e, agora, o Brasil caminha para fazer parte dessa lista. Uma empresa desenvolvedora de drones parceira do iFood e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) dialogam para levar pela primeira vez a uma cidade brasileira, Campinas (SP), um sistema de entrega de alimentos usando drones.

A fabricante de drones chama-se SMX Systems/Speedbird Aero e se uniu ao iFood para ajudar a empresa a cumprir seu objetivo de fazer entregas com o novo modal já em setembro. Com isso, a companhia de delivery de refeições espera reduzir o tempo de envio do pedido para dois minutos e meio. Se o projeto funcionar e se consolidar em Campinas, a meta é expandi-lo para outras cidades do país.

Segundo o iFood, a parceira trabalha para adequar os equipamentos às exigências dos órgãos reguladores. A SMX Systems/Speedbird Aero fará pedidos formais de autorizações à Anac e ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) para realizar testes pela cidade além do escopo permitido.

Por enquanto, porém, a Anac, afirmou não ter recebido da empresa um pedido formal para testes complexos (em áreas habitadas, por exemplo). O Decea também informou não ter sido contatado pela fabricante. Por isso, ainda não foi estipulada uma data para quando as entregas com drones devem começar.

Como as entregas irão funcionar? – O drone que o iFood pretende usar para entregas em Campinas é totalmente nacional, tem 1,4 metro de diâmetro e contém seis motores, dois aparelhos de GPS, conexão com rede móvel 4G e paraquedas para emergências. Batizado como DLV-1, o equipamento é capaz de carregar até 2kg por viagem.

Em condições ideais de funcionamento, o veículo tem autonomia de voo de 30 minutos e velocidade entre 36 e 38km/h. Como qualquer equipamento aéreo, fenômenos climáticos como chuvas e ventos fortes, acima de 50km/h, podem atrapalhar a operação do drone.

Quanto às questões de segurança, o drone consegue voltar ao ponto de origem quando um dos motores parar e, se dois falharem, ele aciona o paraquedas. Além disso, o compartimento de transporte possui monitoramento da temperatura. O software permite que o veículo navegue de forma automatizada. Mas, por conta de exigências da legislação, o voo será monitorado por um operador.

Segundo diretor de logística do iFood, Roberto Gandolfo, a previsão é operar o drone em duas rotas na cidade paulista. A primeira será dentro de uma área do Shopping Iguatemi de Campinas, para levar pedidos dos restaurantes até uma central de distribuição, com o objetivo de acelerar a saída do pedido do estabelecimento até o entregador.

A segunda rota será para levar o pedido até o consumidor final. Essa aplicação, no entanto, é mais complexa. Isso porque cada rota diferente deve ser autorizada pelo Decea e nem toda aérea é adequada para pouso do drone.

Com informações: G1

SECEX elimina exigência de licença para importação de 210 produtos

A Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME) eliminou a exigência de licenças automáticas de importação para 88 produtos e de licenças não automáticas para outras 122 mercadorias diferentes. No total, esses itens representaram, respectivamente, um montante de US$ 2,9 bilhões e de US$ 2,7 bilhões em compras externas, somente no ano passado.

De acordo com dados da Secex, a novidade permite a dispensa de 159 mil licenças automáticas e de 111 mil licenças não automáticas aprovadas em 2019, garantindo aos importadores brasileiros uma economia de mais de R$ 23 milhões com o pagamento de taxas que eram cobradas para a obtenção desses documentos.

Entre os produtos que podem ser importados sem a necessidade de licenças estão revestimentos para paredes, fios de acrílico e tubos de aço, que antes dependiam de aprovação da Secex – diretamente ou por meio de delegação de competência ao Banco do Brasil – como requisito prévio à conclusão de importações no país.

“A medida adotada pela Secex racionaliza controles de caráter econômico-comercial exercidos por meio do licenciamento de importação. O objetivo é reduzir o tempo e os custos de conformidade incorridos por operadores privados nas trocas comerciais entre o Brasil e o mundo”, explica o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

Desburocratização e integração – A iniciativa atende à diretriz governamental relativa à desburocratização, melhoria do ambiente de negócios e maior eficiência da atuação estatal sobre as operações de comércio exterior, em conformidade com a Lei de Liberdade Econômica (Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019) e o Acordo de Facilitação de Comércio, celebrado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), do qual o Brasil é signatário.

“Trata-se de importante contribuição para a maior integração do país às cadeias globais de suprimento, que se soma às demais ações empreendidas pelo governo federal visando diminuir custos e aumentar a competitividade da economia brasileira”, afirma Ferraz.

Farmácias de manipulação também encontram dificuldades na importação

Enquanto entidades que representam grandes players da indústria farmacêutica mobilizam-se para reduzir a dependência das matérias-primas importadas, o setor de manipulação convive com a falta de integração setorial. Como resultado, as farmácias magistrais vêm arcando com reajustes de mais de 2.000% no custo dos insumos em plena Covid-19.

Sem conseguir um canal de interlocução com a indústria, as mais de 8 mil farmácias de manipulação do país se veem obrigadas a absorver parte desse ônus e repassar outra fatia ao consumidor. Para piorar a situação, uma pesquisa da Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) revelou que 65% das empresas afiliadas revelam dificuldades com disponibilidade de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), contra 40% nas primeiras semanas após o início da pandemia.

De acordo com o diretor executivo da Anfarmag, Marcos Fiaschetti (foto), uma média de 2 mil itens têm de ser administrada pelas farmácias de manipulação para aviar receitas, justamente pela personalização dos tratamentos. Pelo porte das empresas, sem condições de manter um estoque elevado, as aquisições são recorrentes e sempre baseadas em pequenas quantidades. “Mas a cada nova compra, o preço das substâncias está maior, levando o setor a um dilema. Repassar o aumento integral ou parcialmente para o consumidor ou deixar de preparar esses medicamentos, desassistindo a população”, comenta.

 

Dependência de importações e mobilização – A indústria farmacêutica nacional, apesar de produzir mais de 70% dos medicamentos consumidos no país, é muito dependente de insumos importados. Hoje, de 85% a 90% das matérias-primas são trazidas de países como China e Índia. Os dois países respondem por 74% do fornecimento para os laboratórios nacionais. No ano passado, o déficit na balança comercial do segmento foi de US$ 2,3 bilhões.

Com informações: Panorama Farmacêutico

Porto de Santos cresce acima de 10% no ano e bate novo recorde histórico mensal

O Porto de Santos, o mais importante da América Latina, parece não ter sido afetado pela pandemia.

O terminal santista bateu em julho recorde histórico de movimentação ao atingir 13,49 milhões de toneladas, alta de 0,05% sobre a melhor marca da série até então, que fora em abril de 2020. Na comparação com julho de 2019 a alta foi de 5,9% – até então, o melhor julho da história do Porto. Os dados são da prévia de resultados divulgada pela Santos Port Authority (SPA), administradora do Porto, nesta quinta-feira (13/08).

Vale destacar que, a despeito da pandemia, julho é, além de o melhor mês da história, o sexto recorde consecutivo do complexo no ano, que já registrara em fevereiro, março, abril, maio e junho os melhores desempenhos para esses meses da sua história.

No acumulado do ano, o Porto também teve o melhor resultado para o período, ao movimentar 84,1 milhões de toneladas, alta de 10,2% sobre janeiro-julho de 2019.

O desempenho ratifica o Porto de Santos como o mais importante do País ao manter o forte ritmo de crescimento apesar do cenário econômico atual, demonstrando, sobretudo, a força do agronegócio e o câmbio favorável às exportações.

“Esses números refletem também uma gestão que prioriza a eficiência operacional e a obstinação pela produtividade. Além de garantir uma infraestrutura adequada e modernizar regras operacionais nos últimos meses, a SPA vem implementando ações comerciais que atraíram novos arrendatários”, afirma o presidente da SPA, Fernando Biral.

No mês, o granel sólido apresentou crescimento de 7%, totalizando 7,6 milhões de toneladas – entre os principais destaques das exportações estão o açúcar, cujos embarques cresceram 86,2%, para 2,2 milhões de toneladas, e a soja em grãos, com avanço de 6,3%, para 1,3 milhão de toneladas.

O granel líquido aumentou 22,8%, para 1,7 milhão de toneladas. Entre as cargas que mais cresceram, destaque para o óleo diesel e gasóleo, com alta de 111%, para 471,2 mil toneladas, e óleo combustível, que teve aumento de 127,5%, totalizando 203,4 mil toneladas no mês. Também a carga solta cresceu: avanço de 14,8%, para 464,4 mil toneladas.  A única queda no mês foi no contêiner: recuo de 3,8%, para 3,7 milhões de toneladas. Mesmo assim, a carga conteinerizada reverteu em julho o viés de baixa registrado no mês anterior, ao crescer 7,5% em toneladas. Em TEU (unidade padrão equivalente a um contêiner de 20 pés), a queda foi de 12,7%, para 323,4 mil TEU.

No acumulado do ano, o contêiner mantém a tendência de alta, tendo registrado 25,8 milhões de toneladas, crescimento de 0,8%. Em TEU, a movimentação apresentou alta de 1,7%, acumulando 2,3 milhões TEU no período de 2020.

Também os granéis sólidos e líquidos apresentaram alta de janeiro a julho na comparação com igual período de 2019: 17,4% e 10,9%, chegando a 44,6 milhões de toneladas e 10,5 milhões de toneladas, respectivamente.

Principais destaques:

– 13,49 milhões de toneladas em julho, novo recorde de movimentação mensal de toda a série histórica;

– Alta de 0,05% sobre recorde anterior, de abril de 2019 (13,48 milhões de toneladas);

– Alta de 5,9% sobre julho de 2019 (12,74 milhões de toneladas);

– Crescimento de 10,2% no acumulado de jan-jul: 84,1 milhões de toneladas.

Aeroporto de Viracopos inicia obra de mega galpão para logística

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), terá um condomínio de galpões especial para manutenção de equipamentos das empresas de serviços auxiliares de solo e empresas de logística. As obras foram iniciadas nesta semana e devem ser concluídas em oito meses.

O centro irá se chamar Avir Viracopos Logística Aeroportuária e deve passar a funcionar em março de 2021. O local terá 7.400 m² de galpão coberto e mais 13 mil m² destinados à manobra de caminhões e estacionamento, separados de forma modular com o tamanho das áreas, variando entre  800 m² e 400 m², com docas para carga e descarga.

Trata-se de um empreendimento com todos os requisitos técnicos para as operações de carga e manutenção de equipamentos, com instalações modernas que utilizam o que há de mais atual em termos de padrão construtivo.

O espaço será alugado a empresas usuárias do aeroporto e cinco empresas já assinaram contrato para usar os espaços. O empreendimento é realizado por meio de uma parceria entre a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, e as empresas JBens, Zavit Capital, RC Sollis e BF Participações

O empreendimento está em uma área nobre do aeroporto, com acesso fácil ao ‘lado ar’ facilitando, não somente o deslocamento de equipamentos destinados a manutenção, mas também gerando agilidade e rapidez nas operações de carga no pátio de aeronaves.

“Apesar de todos os desafios do momento, este empreendimento é uma demonstração clara de que os investimentos seguem firmes em Viracopos. Não tenho a menor dúvida que os investimentos continuarão a acontecer, pois há muito espaço para novas oportunidades dentro do complexo aeroportuário”, disse o diretor-presidente de Viracopos, Gustavo Müssnich.

*Crédito da foto aérea de Viracopos: Ricardo Lima